Prefeitura constrói outros três ecopontos e fortalece ações de tratamento dos resíduos sólidos

Agência Aracaju de Notícias
31/08/2019 08h00

Três novas Estações de Entrega Voluntária de Resíduos Sólidos (Ecopontos) estão sendo erguidas em Aracaju. Duas delas, na Coroa do Meio e no Santos Dumont, estão em fase de conclusão das obras, e a terceira está na etapa inicial, no bairro 17 de Março. A construção das unidades, realizada pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), se soma ao ecoponto do bairro Industrial, entregue à comunidade em agosto do ano passado, o primeiro dos 18 que a gestão municipal planeja contruir até 2020.

A construção das unidades integra o Planejamento Estratégico da gestão e contempla o item 17, que tem por objetivo assegurar o manejo e o tratamento sustentável dos resíduos sólidos da capital. No entanto, mais do que agregar qualidade ao planejamento da administração municipal, a edificação dos ecopontos é uma das formas de devolver aos moradores da cidade a qualidade de vida em tempos nos quais um dos grandes desafios é solucionar o destino do lixo produzido pela população.

O local é uma área pública destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, limitados a 1m³ por descarga, gerados e entregues pelos munícipes, podendo ainda ser coletados e entregues por pequenos transportadores contratados diretamente pelos geradores dos resíduos.

De acordo com o presidente da Emsurb, Luiz Roberto Dantas, os ecopontos também vieram para sanar um problema em Aracaju. “Tem por objetivo, principalmente, reduzir 90% dos pontos de descarte irregular, sobretudo, o resíduos da construção civil e os volumosos. É claro que não é só essa iniciativa que vai contribuir com isso, o próprio paisagismo, as intervenções que estão sendo feitas também têm contribuído muito. Mas, os ecopontos, eu diria, fecham esse ciclo de eliminação desses pontos, o que traz benefícios para a cidade, do ponto de vista ambiental, e ainda com relação à saúde, já que diminui também possíveis criadores do Aedes aegipty, por exemplo”, destacou.

Com essas ações, de 2017 até o momento, dos 240 pontos de descarte irregular que existiam na capital, 80 já foram eliminados.

Vivendo a expectativa

No bairro Santos Dumont, em parceria com a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), foi feita a regularização do terreno, que receberá uma camada de asfalto para, posteriormente, ser realizada a sinalização horizontal do espaço. Por lá, também está sendo finalizado o paisagismo realizado pelos agentes da Gerência de Áreas Verdes da Diretoria de Operações.

Quando ouviu que haveria um ecoponto no bairro em que mora, Maria Antônia Franco chegou a não acreditar. “Eu sempre achei que o Santos Dumont precisava de um local como esse, mas, como, às vezes, a gente ouve umas coisas e acha que é só boato, pensei que não era verdade. Por isso, quando vi a obra acontecendo a satisfação foi maior do que esperei. Aqui, tem muita gente que não dá o destino certo para o lixo, para os resíduos, mesmo a coleta passando certinha três vezes por semana. Então, vai ser muito bom ter o ecoponto e espero que os moradores colaborem”, afirmou ela que mora há 38 anos no bairro.

O ecoponto do Santos Dumont está sendo construído na rua Sargento Brasiliano, atrás da que a dona de casa Luana Galdino mora. “Eu procuro fazer minha parte nessa questão do lixo, então, para mim, vai ser mais uma forma de colaborar. Eu não sabia como funcionava o ecoponto, passei a saber o que era depois que vi a construção. Achei muito bom ter um local como esse no bairro, vai ajudar bastante”, considerou.

Os moradores do Coroa do Meio estão vendo os últimos reparos sendo realizados no ecoponto que está sendo erguido no bairro. Na unidade, o serviço de paisagismo já foi concluído e, assim como no do Santos Dumont, a Emurb vai atuar na aplicação do asfalto para, em seguida, o local receber a sinalização horizontal.

Desde o início do mês de agosto, a Emsurb vem realizando ações de educação ambiental. Assim, os moradores estão sendo informados sobre a inovação que é o Ecoponto, os resíduos permitidos no espaço de coleta, como também têm tirado dúvidas a respeito dos demais serviços disponibilizados pela empresa municipal, no tocante ao descarte consciente, a exemplo do Cata-treco.

Próximo bairro

Localizado na Zona de Expansão de Aracaju, o bairro 17 de Março segue recendo as melhorias essenciais que a comunidade merece. Assim, o ecoponto na localidade está com a construção em fase inicial, sendo que já foi erguida a guarida e começaram as obras estruturantes para a construção do depósito de materiais recicláveis. Os profissionais também estão fazendo o cercamento do espaço.

O aposentado José Ivo, morador do bairro desde o surgimento da comunidade, recebeu a notícia com alegria. Para ele, a obra não é só importante como também de extrema necessidade. “Para se ter uma ideia, fico tão incomodado quando vejo as pessoas jogando entulho e lixo em local indevido que, em frente à minha casa, onde o pessoal jogava muito lixo num terreno, eu mesmo construi um jardim para evitar que isso volte acontecer. As pessoas precisam ter consciência. Mesmo depois que o ecoponto for entregue, se os moradores não colaborarem, não vai adiantar. O esforço também tem que ser da população”, frisou.

Carroceiro há cerca de 10 anos, Bruno Cruz, tendo conhecimento da construção do ecoponto, se disse entusiasmado. “Trabalhei por um tempo em uma empresa de coleta de lixo e sei bem a importância de fazer o descarte da maneira correta. O ecoponto vai ser muito bom para o 17 de Março porque, mesmo a Prefeitura vindo limpar, coletar o lixo, muita gente aproveita os terrenos para jogar entulho. Acredito que vai ajudar e muito”, comentou.

Mudança de cenário

Na zona Norte da capital, os moradores do bairro Industrial já sentem, há um ano, os efeitos de ter um ecoponto na localidade.

Morador do bairro há cerca de 24 anos e carroceiro há 20, Claudionor Ancelmo de Oliveira já é conhecido dos funcionários do ecoponto. “Desde que o local abriu, trago os entulhos e vários materiais. Não tem desculpa para jogar em um lugar indevido. Muita gente passou a deixar materiais no ecoponto e percebi que melhorou a limpeza em alguns pontos, mas, tem gente que não ajuda e continua jogando lixo onde não deve”, apontou.

A aposentada Joselita Ernesto, que residente no Industrial há 55 anos, afirmou que ainda é preciso mais consciência por parte dos moradores. “Esse ecoponto foi uma maravilha. Ajudou muito, mas, ainda vejo um pessoal jogando resíduo em local errado, mesmo tendo o ecoponto tão perto. Acho que não há mais justificativa para esse tipo de atitude. A Prefeitura faz a sua parte, mas, a população também precisa colaborar”, completou.