Prefeitura de Aracaju promove formação de professores sobre Educação Inclusiva

Educação
21/09/2019 13h33

Salas cheias e atenção plena: essa era a constante em todos os ambientes ocupados pelos professores da rede pública de ensino na manhã deste sábado, 21, durante o quarto encontro dos ‘Estudos Coletivos’, atividade promovida pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação. A formação aconteceu no prédio da Faculdade São Luís, no Centro.

Desta vez, o tema estudado foi “Educação Inclusiva – A riqueza e os desafios de educar ‘na’ e ‘para’ a diversidade”. A metodologia e equipes que treinaram os educadores da rede são do Centro de Aperfeiçoamento e Formação Continuada da Educação (Ceafe) e o Departamento de Educação Básica (DEB).

A secretária da Educação, professora Maria Cecília Tavares Leite, apontou que a consolidação de uma educação inclusiva é um desafio. E que este foi aceito pelo prefeito Edvaldo Nogueira. “Sabemos que cada escola tem especificidades. Em algumas unidades a inclusão já é uma realidade mais tranquila, em outras ainda é difícil de encarar e ser implementada. Porém, a Prefeitura tem investido para que todas avancem dentro das suas possibilidades, porque a inclusão é um processo”, argumentou.

E este processo evoluiu bastante nos últimos dois anos. E os números comprovam isto. Em 2009, a rede tinha 67 alunos, com algum tipo de deficiência, matriculado. Em 2018, ano do último censo escolar, o número saltou para 617 alunos. E em 2019, o crescimento deve ser ainda maior. “Esta é uma oferta que sabemos ser é muito variada, mas trabalhamos para que a inclusão avance mais em nosso município”, garantiu Cecília.

Coordenadora da Educação Especial da Semed, a psicóloga Thaisa Aragão ressaltou a coincidência na data da formação. “Hoje é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e a Secretaria reuniu seus professores para discutir o tema da Educação Inclusiva. Acho que é um momento ímpar, é um momento no qual temos todos os professores discutindo as condições e as possibilidades de fazer a inclusão acontecer na prática”, celebrou. 

Em cada um dos encontros, há a produção de conteúdos que serão usados para a elaboração dos Cadernos Pedagógicos Complementares. Os três primeiros abordaram concepções de currículos, metodologia e avaliação.
 
“E hoje, retomamos esse conjunto de temáticas na perspectiva da inclusão, de forma especial, do atendimento educacional especializado. Ou seja, voltado para a criança e o adolescente com deficiência”, informou o diretor do DEB, professor Manuel Prado. 

De acordo com o diretor da Semed, as contribuições dadas pelos professores nos encontros serão consolidadas e, entre outubro e novembro, estará disponível em uma plataforma digital para nova avaliação.
 
“Finalizado este período, teremos um documento produzido pela rede municipal de Aracaju - professores e gestores escolares - para nortear a implementação dos currículos na nossa rede a partir de 2020. A ideia é que os Cadernos possam trazes orientações e diretrizes na perspectiva das metodologias, dos modos diversificado de avaliação e que isso, obviamente, seja sempre inclusivo”, finalizou o Prado.

A professora Cátia Oliveira de Andrade leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental Tenisson Ribeiro, no Robalo, e atua na Sala de Recursos. Para ela, cada elo da rede deve cumprir o seu papel, para que uma educação inclusiva seja concretizada no chão da escola. E essa corrente, fortalecida pelo debate e construção coletivos, poderá receber e atender todo o público que busca atendimento especializado na rede municipal de ensino.

“Esse evento é incluir. Então, já começa por incluir os professores. Se queremos uma inclusão, ela deve começar por abarcar a todos os atores. Assim, para os professores das salas regulares, que às vezes não têm uma noção da inclusão real, essa atividade é muito boa, porque vai instigá-los a pesquisar. Pode ser um momento para se dar conta de que aquele aluno está ali e que ele não pode esperar unicamente pelo sistema. Ele descobrirá que existem leis, que existem estudos que podem ser pesquisados e ações que podem ser colocadas em prática, sempre se perguntando: ‘O que posso fazer melhor?’. E a Prefeitura e a Secretaria fazem, cada uma, a sua parte; entre outras coisas, reunindo e oferecendo formações reflexivas. Agora, a prática é nossa, de cada professor. E muda quem quer. Por isso, se falo em inclusão, também depende de mim ir além do discurso. Eu aprovo essa formação e parabenizo a Prefeitura. Espero que tenhamos muitas outras”, disse a professora.