Prefeitura dá voz a estudantes da educação infantil para aprimorar oferta de serviços

Agência Aracaju de Notícias
21/10/2019 15h30

Desde o mês de setembro, com o início do segundo semestre letivo da rede municipal de ensino, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), está realizando o Plenarinha, um projeto para dar voz às crianças que compõem a educação infantil.
 
Idealizadora do projeto, a professora Núbia Lira, que coordena o Departamento de Educação Infantil da Semed, explica que a ideia é mostrar o que as crianças querem para a escola da qual são alunas, o que gostam e o que, por ventura, não gostem.
 
“A gente está em processo de construção dos currículos, ouvindo quem faz parte das escolas, para saber o que precisa, de fato, realizar e melhorar. Nós sempre ouvíamos os professores e percebemos que faltava esse eixo, que é o da criança. Faltava dar vez e voz para elas emitirem a opinião sobre a escola que elas têm e o que gostam”, afirma Núbia Lira.
 
A coordenadora de Educação Infantil da Semed reforça que o Plenarinha é um momento importante de conhecer as crianças e, a partir desse conhecimento, promover atividades que contemplem as preferências delas, pois, explica Núbia, cada aluno tem processos diferentes de aprendizagem e de adaptação a espaços físicos, sabores. ”A ideia é trabalhar alternativas que contemplem essas especificidades”, ressalta.
 
Toda a rede municipal de ensino está promovendo o Plenarinha. Na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Elias Montalvão, no Mosqueiro, a professora Soraya Andrade Santos focou na percepção das crianças quanto à merenda ofertada aos alunos, que têm entre três e quatro anos.
 
“Eles são muito verdadeiros, têm noção do que gostam e do que não gostam, mesmo sem uma opinião completamente formada. Dentro desse trabalho, há um roteiro de 13 questões e nós vamos aplicando elas. Como eles são pequenos, eu fiz cartazes para que eles vissem as imagens e respondessem”, explica Soraya.
 
A professora Soraya fez uma média das respostas e usou as cores verde, azul e vermelho para classificar as preferências dos pequenos, indo do que mais gostam ao que eles não gostam tanto, respectivamente. “Prevaleceram o cuscuz e frutas, como banana e melancia”, revela.
 
Com relação à estrutura da escola, os alunos disseram que gostam mais do parquinho, onde podem brincar. “Eu fiz uma entrevista com eles e depois pedi que desenhassem as respostas. É muito importante ouvi-los e conhecê-los, mantendo ou inserindo na escola as preferências deles”, ressalta a professora Rosinete Maia, também da Elias Montalvão.
 
Jacqueline Oliveira Melo é a coordenadora administrativa da Emei e diz que o processo tem sido enriquecedor. “É uma escuta sensível aos protagonistas da educação, que são as crianças”, resume. De acordo com ela, toda a educação acolheu e vem desenvolvendo o projeto no dia a dia, sem tirar a rotina da criança.
 
Rita de Cássia Fraga Matos, coordenadora da Emei Dr. Fernando Guedes, também considera gratificante essa primeira experiência da educação municipal. “A escuta delas transborda momentos de alegria, porque a gente acompanha tudo o que eles pensam. É uma oportunidade de conhecer melhor as crianças e de incluir na rotina coisas que eles gostam”, afirma.
 
A Emei Dr. Fernando Guedes levou o nome do projeto ao pé da letra e organizou uma espécie de plenária para que os alunos falassem sobre vários aspectos da escola. Detalhe: foi uma aluna quem os entrevistou. "O envolvimento das crianças é fundamental", diz a professora Vanessa dos Santos Fernandes, idealizadora dessa atividade.
 
“Debatemos sobre diversas estratégias para adquirir a opinião das crianças de maneira espontânea sobre as suas experiências na creche e, com base nessas informações, fazer uma exposição  através de fotos, desenhos, rodas de conversa, entrevistas e maquetes”, completa Vanessa.
 
Tudo isso com o objetivo de identificar as preferências e o que menos agrada, visando a tornar um ambiente mais favorável ao ensino aprendizagem. “A participação dos alunos no processo de construção do currículo é de suma importância e, apesar da idade, eles conseguem transmitir de maneira simples a sua vivência no ambiente escolar”, ressalta.
 
A partir dessa semana, o projeto entra em sua fase de culminância, que vai até o dia 31 e na qual as informações colhidas nas escolas serão apresentadas à Coordenação para posterior compilação e inserção no currículo escolar. “Já os indicadores de qualidade serão compilados até dezembro e nortearão um mapeamento das escolas”, acrescenta Núbia Lira.
 
“Visitando as escolas, a gente percebe a satisfação das crianças vendo as opiniões delas expostas nos murais. Então, é importante para nós que essas informações contribuam para um direcionamento ao processo educacional”, reitera Núbia, mostrando que, para a atual administração, é de criança que se aprende a construir um ambiente mais democrático e melhor.