Exposição no Centro Cultural proporciona interação do visitante com arte e tecnologia

Agência Aracaju de Notícias
23/10/2019 18h13

A arte se comunica com cada indivíduo de maneira diferente, e independente da forma como é lida por cada pessoa, tem o poder de causar inquietude. O mesmo pode-se dizer da tecnologia, pois, mesmo que não se tenha domínio sobre ela, esta consegue despertar olhares e estimular a curiosidade. A junção desses dois mundos é o cerne da mostra “Corpos Híbridos: arte tecnologia, estéticas artesanais com o contemporâneo cibernético”, exposta no Centro Cultural de Aracaju.

De autoria do professor de Artes do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e pesquisador alagoano Judivan Lopes, a exposição fica em cartaz até o dia 28 de dezembro e o intuito da mostra é, justamente, aguçar os sentidos e provocar o espectador a fazer parte de cada obra.

Para que a exposição chegasse a Aracaju, foram cerca de três meses de diálogo entre o artista e a coordenação do Centro Cultural, equipamento da Prefeitura de Aracaju gerenciado pela Funcaju (Fundação Cultural Cidade de Aracaju), órgão responsável pela preparação do espaço para receber cada uma das peças de arte.

“Recebemos o convite do professor para a exposição que estava em Arapiraca [município alagoano] e, a partir desse convite, iniciamos o diálogo sobre o projeto que faz parte da tese de Doutorado do Judivan. Até então, nunca havíamos recebido uma exposição com essa proposta e é um diferencial que mostrar, de fato, que a arte está conectada a tudo”, destaca o coordenador do Centro Cultural, Mário Dias.

Ao todo, são nove instalações formadas por esculturas, xilogravuras, objetos regionais, objetos cenográficos, numa mistura com componentes eletrônicos, microprocessadores, programações computacionais, daí o termo “corpos híbridos”.

Uma das primeiras instalações encontradas assim que o visitante chega ao espaço é a “Coração Termodinâmico”. Composta de espuma de poliuretano, cano de PVC, vidro, silicone, entre outros materiais, ela capta o batimento cardíaco do espectador através de um sensor e luzes se movimentam de acordo com a pulsação.

Há obras que se comunicam através do som, como a “Pórticos Sonoros” feita, basicamente, entre outros materiais, de madeira, amplificadores digitais, bocas de som e sensores ultrassônicos. O som é amplificado apenas com um passar de mãos por cima das pequenas cavidades agrupadas.

Além dessas obras, estão, também, os cães robóticos que identificam faixas etárias dos gêneros masculino e feminino e um fogão a lenha remoto, que reage a partir do gesto de abanar, o qual ativa dispositivos que ajudam a acender o fogo.

“São peças que estimulam os sentidos. É uma experiência estética com o objeto artístico. Elas só funcionam na presença de pessoas, caso contrário, seriam como obras estáticas. Então, é, de fato, um convite ao espectador para ser parte da obra e estar inserido na arte. Essa exposição agrega diversas expressões e está aberta ao público”, ressaltou Mário Dias.

Entre a curiosidade e o encantamento, a estudante Janiele Silva, de 16 anos, participou ativamente do contato com as obras. “É muito interessante ver como as peças se movem de acordo com o que a gente faz. Eu gostei de tudo o que vi e voltaria mais vezes. Imagino como deve ter sido para criar tudo isso. É muito interessante”, comentou.

Como muitos dos jovens, Breno Souza, de 20 anos, se interessa por tecnologia e achou a exposição uma maneira de aprender mais. “Tem gente que acha arte uma coisa monótona e vimos que, na verdade, é algo que nos deixa muito curiosos. Eu achei tudo incrível e voltaria mais vezes para ver. É muito diferente e bonito também”, afirmou.

Acompanhando jovens de uma turma de curso preparatório, a professora Diclícia da Silva encontrou na exposição a oportunidade de estimular os alunos. “Fizemos uma pesquisa na instituição que revelou que os estudantes gostariam de ter mais experiências animadoras e, quando soubemos dessa exposição, encontramos a oportunidade ideal. Eles podem se divertir aprendendo mais sobre arte”, pontuou.

Aberta ao público, a mostra ficará exposta até o dia 28 de dezembro, no Centro Cultural de Aracaju, localizado na praça General Valadão, no Centro.

Os visitantes ou escolas que desejarem agendar visitas devem entrar em contato pelo número (79) 3214-5387.