Em continuidade à programação do Mês da Consciência Negra, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed), realizou nesta terça-feira, 12, a exposição artística "Aquilombe-se", no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Carlos Fernandes de Melo, no bairro Lamarão.
O evento reuniu crianças, adolescentes e idosos que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Cras e estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Sérgio Francisco da Silva, situado no mesmo bairro, e contou com exposições artísticas e ilustrações sobre temas como feminicídio, Lei Maria da Penha, transfobia, sexualidade, beleza da pessoa negra, além de roda de conversa e apresentações artísticas e culturais de grupos e entidades do Movimento Negro na capital.
De acordo com a secretária adjunta da Secretaria Municipal da Assistência Social, Simone Passos, durante todo o ano, a gestão municipal promove ações de conscientização que visam a fortalecer a rede de enfrentamento à violência e discriminação racial contra a população negra.
“Em novembro, intensificamos as ações no mês da consciência negra para estar promovendo atividades que chamem a atenção de toda a comunidade sobre temas transversais que envolvem a população negra. Sabemos que eles sofrem preconceito racial, discriminação pela classe social e enfrentam dificuldades na sociedade. É por isso que esses temas precisam ser trabalhados com nossas crianças, adolescentes, idosos e toda a população para que possamos excluir toda forma de exclusão, preconceito e intolerância contra a população negra”, destacou a secretária.
O evento faz parte da segunda semana de atividades alusivas ao Mês da Consciência da Negra que estão sendo desenvolvidas ao longo de novembro.
Segundo a gerente da Igualdade Racial da Diretoria de Direitos Humanos da Assistência Social de Aracaju, Laila Oliveira, esse tipo de atividade é pensada para atrair toda a comunidade para que possa se sentir o pertencimento à própria cultura negra.
“Envolvemos não só os usuários dos Cras como toda a comunidade em uma atividade intergeracional para que, além das exposições e apresentações, também pudessem trocar experiências sobre o que vivenciaram e vivenciam na nossa sociedade. O racismo acontece todos os dias, todos os anos e, neste mês, intensificamos ainda mais essa reflexão para que possam lembrar que esse preconceito existe e que precisamos enfrentá-lo com nossa cor, cabelo, música, arte e cultura. Isso é aquilombar-se, ter o sentimento de pertencimento da cultura negra”, ressaltou.
Para o coordenador Coordenadoria de Arte e Educação (Coarte) da Semed, Dino Santos, ações que unem o poder público e organizações do terceiro setor fortalecem ainda mais as políticas públicas voltadas ao negros. “Queremos usar a arte como subsídio para o combate ao racismo. É tentar sensibilizar toda a população para refletir sobre a sua posição nesse momento. O que retratamos aqui hoje foi a violência enfrentada por cada um de nós, uma arte que denuncia os problemas que temos enfrentado no dia a dia. Buscamos trabalhar em parceria com organizações sociais do Movimento Negro e com toda a sociedade porque entendemos que ao lado do poder público, conseguimos conscientizar a todos de que a população negra deve ser valorizada na nossa cultura”, salientou.
