CineSUSgestão chega à 10ª edição com documentário e debate sobre masculinidade

Em mais uma edição, o Cine SUSgestão, projeto realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio do Centro de Educação Permanente (Ceps) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), exibiu, nesta quinta-feira, 21, o filme ‘O silêncio dos homens’, documentário dirigido por Ian Leite e Luiza de Castro que apresenta resultados de uma pesquisa que ouviu mais de 40 mil pessoas sobre o que é ser homem no Brasil. Este ano, o CineSUSgestão esteve entre os selecionados para a Mostra de Projetos do Concurso Criatividade e Inovação na Gestão Pública, promovido pela Prefeitura de Aracaju.

 

A iniciativa, que, somente neste ano já realizou 10 edições, tem o apoio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), que disponibiliza o cinema do Centro Cultural, localizado na Praça General Valadão. Os filmes e documentários são sempre exibidos na penúltima quinta-feira de cada mês, e em cada edição profissionais especializados no tema promovem, após a exibição, uma roda de conversa.

 

Nesta edição, a abordagem foi sobre masculinidade e contou com a presença do médico de Saúde da Família Rubens Carvalho, do enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família Fabrício Almeida dos Santos e da área técnica do Programa de Saúde do Homem da SMS Kátia Gonçalves. 

 

Entre os objetivos do projeto Cine SUSgestão está o de disseminar o cuidado da saúde, seja ela física ou mental, por meio da arte. “O projeto acontece há quase três anos e é uma aposta do Centro de Educação Permanente, de que é possível fazer educação e saúde utilizando de outras formas que não as convencionais. Então acreditamos que o cinema é uma estratégia inteligente e potente, porque ela consegue acessar no sujeito outras formas de linguagem”, defendeu a coordenadora do Centro de Educação Permanente da Saúde (Ceps), Jane Curbani.

 

Sobre o documentário, que se soma às ações em alusão ao Novembro Azul e tem como protagonista o homem, o filme trata dos valores, qualidades, dores, obstáculos e processos de mudança dos homens.“O Novembro Azul nos dá a oportunidade de falar sobre a saúde do homem de forma integral. Esse homem dentro do seu contexto familiar, social e, paralelo a isso, o documentário ‘Silêncio dos Homens’, que foi lançado esse ano, traz um debate importante sobre como essa masculinidade hegemônica [que justifica a posição dominante dos homens na sociedade] tem trazido prejuízos, não somente para a saúde física, mas também a saúde mental do homem, que muitas vezes acaba por exteriorizar o que sente através da violência, principalmente contra sua companheira”, analisou o enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família, da UBS Hugo Gurgel, Fabrício Almeida dos Santos.

  

Alisson Fernando é professor de Geografia e Ensino Religioso na Escola Municipal Professor Laonte Gama, localizado no bairro Santa Maria. Ele levou 35 meninos, alunos das turmas do 7º e 8º ano para a exibição do documentário, com uma proposta diferente de aula. 

 

“Trazer os alunos foi uma proposta inserida no projeto que está sendo desenvolvido na escola em alusão ao Novembro Azul, e com o objetivo de debater as questões sobre a masculinidade. E a gente nota em sala de aula, que eles muitas vezes sentem a necessidade de ressaltar o masculino. Trazê-los foi importante porque eles estão na fase da puberdade, muitos deles sem uma presença masculina na família, e precisam ter esses momentos de reflexão e diálogo, para ajudar na formação deles”, considerou Alisson.