Prefeitura executa ação para abrigar abelhas retiradas de árvores da Hermes Fontes

Agência Aracaju de Notícias
11/12/2019 16h17

Com a obra do corredor Hermes Fontes, iniciada na última segunda-feira, 9, a Prefeitura de Aracaju tem como uma das preocupações a compensação arbórea das 258 que serão suprimidas, quando outras 550 serão plantadas no lugar e, ainda, a atenção em cuidar de seres que vivem nessas árvores como, por exemplo, as abelhas. Nesta quarta-feira, 11, equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) e da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), em parceria com o projeto SOS Abelhas, do Instituto Federal de Sergipe (IFS), iniciaram a retirada de enxames para tratamento imediato das abelhas em novo ambiente. 

Até o momento, foram identificadas quatro árvores com enxames, trabalho realizado pelos fiscais do Departamento de Controle Ambiental (DCA) da Sema. 

“Temos o inventário arbóreo de Aracaju e, logo que foi dada a ordem de serviço, houve a decisão de fazer um levantamento da fauna existente na região e o que seria feito para mitigar os impactos da obra, inclusive, com relação às abelhas. Com a coleta dessas abelhas, além de mitigar os efeitos da obra na região, vamos possibilitar que mais abelhas sejam conduzidas ao horto, de modo a incrementar o programa de educação em ambiental realizado pela Prefeitura”, explicou o secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Alexander Lemos. 

O processo de retirada das abelhas não é simples, exige atenção e, sobretudo, cautela, afinal, não se trata de uma supressão comum de uma árvores, como explicou a assessora técnica da Sema, Julie de Melo. 

“Não se trata de, simplesmente, tirar o enxame. É preciso retirar todo o tronco da árvore. Começamos a poda da árvore pela copa até chegar no enxame para não ter o risco de cortar o enxame pelo meio, por exemplo. Pegamos o pedaço do tronco onde o exame se encontra e transportamos para que essas abelhas possam ser melhor observadas”, destacou Julie. 

As abelhas foram identificadas como sendo Scaptotrigona Tubiba, espécie nativa que não possui ferrão e exige um tratamento especial. 

“As abelhas devem ser retiradas, de preferência, no final do dia porque é o momento em que elas retornam para a colônia. Elas não saem à noite porque se baseiam na luz do dia. Então, o final da tarde é o melhor horário. O primeiro enxame que retiramos deve ter cerca de 50 mil abelhas, portanto, bastante mel, o que aumenta a atitude defensiva dessas abelhas. Por isso, tomamos todos os cuidados para não causar estresse a elas”, ressaltou a gestora ambiental, Shirlane Freitas. 

Depois que os troncos são retirados eles podem ter dois destinos, ou vão para o IFS, onde as abelhas ficarão em quarentena, ou serão encaminhados para o meliponário localizado no horto do Parque da Sementeira, espaço coordenado pela Sema e que já possui 25 colônias de seis espécies diferentes de abelhas. 

Segundo o professor de Apicultura e Meliponicultura do IFS, Wilams Gomes, quando em quarentena, as abelhas são observadas em detalhe. “Depois desse período de observação, as colocaremos nas caixas racionais. Essa parceria do projeto SOS Abelha é de extrema importância porque estamos dando o cuidado devido a esses seres. Essas abelhas são muito importantes para o ecossistema, muitas delas já deixaram de existir por conta da expansão das cidades, então, é importante todo esse cuidado para que não as percamos”, frisou o professor.