Fórum perinatal desenvolvido pela Prefeitura discute HIV/Aids e atenção à criança com deficiência

Saúde
13/12/2019 13h33

Nesta sexta-feira, 13, a Prefeitura de Aracaju realizou mais uma edição do Fórum Perinatal, cuja proposta é discutir temas relacionados à saúde materno infantil. Nesta sétima edição, o evento tratou da ‘Transmissão Vertical/HIV e o cuidado com a criança com deficiência’, temas divididos em duas mesas temáticas.
 
O evento, realizado  no auditório da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), reuniu profissionais da rede e profissionais de saúde e instituições afins. Ainda na programação houve a apresentação da dança materna, pela agente de saúde da UBS Max Carvalho, Agricimara Lima, e o Auto de Natal do Grupo ‘Jovem há mais tempo’, da UBS Fernando Sampaio. 
 
“Decidimos tocar em dois pontos que ainda não haviam sido abordados no Fórum. O primeiro é um tema de total relevância quando se fala no processo perinatal, que é do pré, durante e o pós, que é a Transmissão Vertical, e o quanto se pode evitar quando se atenta. Com relação à criança com deficiência, dezembro também é um mês que chama atenção para esse tema, e ofertamos alguns serviços que prestam cuidados à essas crianças, e os profissionais precisam saber como lidar, como conduzir o tratamento dessa criança que também precisa ser atendida na Atenção Básica”, pontuou a coordenadora da Área Programática e Estratégica (APE), Kamila Fialho.
 
Na primeira parte do Fórum foram apresentados os dados epidemiológicos acerca dos casos de HIV/Aids em gestantes e bebês e a importância da orientação dessas mulheres no que se refere à prevenção antes mesmo da gravidez. “Tem chegado ao nosso serviço, conforme foram apresentados nos dados epidemiológicos, casos onde as pacientes fazem o pré-natal, no parto fazem a profilaxia, e no período de amamentação adquirem o HIV e transmitem para o bebê. Temos dois casos esse ano, de transmissão do HIV pelo aleitamento materno, em crianças menores de cinco anos”, exemplificou a coordenadora do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, Débora Oliveira. 
 
O médico infectologista, Marco Aurélio Góes também falou sobre a transmissão vertical do HIV e alertou para a importância do trabalho preventivo. “Abordamos as medidas de prevenção para a gestante e o seu acompanhamento desde antes da gestação, na preparação dessa mulher que já sabe que é HIV, para que ela se cuide e possa ter uma saúde sexual reprodutiva adequada. Como também aquelas que descobrem o HIV na gestação, e o que deve ser feito para que a criança nasça com saúde e não tenha HIV no futuro”, declarou o médico. 
 
Também compondo a mesa temática, o médico sanitarista Almir Santana, refletiu acerca do que é feito e o que ainda pode ser ofertado como estratégia de ação para reduzir os índices de sífilis e HIV/Aids. 
 
 “O número de crianças com HIV e Sífilis em Sergipe é preocupante. Então provocamos uma reflexão nos profissionais de Saúde sobre o que pode ser feito, quais as falhas nos serviços, as falhas das gestantes. Precisamos refletir sobre como está o enfrentamento da sífilis e do HIV em Sergipe. Se não refletirmos sobre isso e buscarmos alternativas não conseguiremos vencer essa luta”, avaliou Dr. Almir. 
 
Atenção à criança com deficiência
Ainda na programação houve a participação da gerente do Serviço de Atendimento à Mulher, do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), Cristiani Ludmila Borges, que falou sobre o fluxo do pré-natal de alto risco. 
 
Na segunda parte do Fórum, o responsável técnico do Programa Saúde da Criança, do Adolescente e do Jovem (PSCAJ) e pediatra, Byron Ramos, e a coordenadora do Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual II (CER-II), Sony Petris, falaram sobre a atenção à criança com deficiência e os serviços que a rede municipal oferta para esse público. 
 
Sobre o fluxo do CER II, Sony tratou sobre a forma de acesso, de que maneira a criança com deficiência deverá ser encaminhada ao serviço, a equipe que a acompanha e a prioridade no atendimento. “A gente precisa que a criança chegue com o encaminhamento e lá faremos uma avaliação sobre qual a necessidade, o diagnóstico, e até fechar o diagnóstico se for o caso. Mas antes mesmo algumas crianças já chegam com bastantes características, e iniciamos o acompanhamento e tratamento com a equipe multiprofissional, de acordo com a necessidade que essa criança apresenta”, explicou. 
 
A enfermeira da UBS Osvaldo de Souza, Elenildes Guimarães, elogiou a ação. “Parabenizo por essa iniciativa do Fórum Perinatal, porque é muito importante pra gente que está na Unidade Básica de Saúde essa troca de experiências e aperfeiçoa nosso conhecimento. Hoje foram trabalhados temas de extrema importância para nossa atuação nas UBS”.