Observatório Social direciona ações da Prefeitura às áreas mais vulneráveis da cidade

Aprovado como parte do Planejamento Estratégico da Prefeitura de Aracaju, que visa construir uma cidade humana, inteligente e criativa, o Observatório Social tem ajudado a direcionar as ações da administração municipal, a partir da distribuição de indicadores sobre a realidade socioterritorial do município. Com essa ferramenta, as ações da gestão se tornam mais eficazes e têm transformado a vida de milhares de aracajuanos que moram em áreas de vulnerabilidade social.

Para isso, a equipe do Observatório coleta dados em fontes oficiais, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Organização das Nações Unidas (ONU),e gera o perfil das famílias que se candidatam para serem incluídas em programas sociais a partir das informações do Cadastro Único pertencentes à Secretaria Municipal da Assistência Social.

“O Observatório Social faz a coleta de microdados que chamamos de dados brutos. Depois nós os processamos em softwares específicos para que esses microdados virem informação estatística, ou seja, indicadores. Com eles, a gestão vai diagnosticar determinado problema e baseado nessa constatação, a Prefeitura, junto com a secretaria responsável, pensa quais as políticas a serem implantadas para resolver esse problema ou deficiência encontrada”, explica Marcelo Cruz, coordenador do Observatório Social.

Essa ferramenta desenvolvida pela Prefeitura em 2017 atua como se fosse o olhar da gestão sobre a realidade de Aracaju, de modo a nortear as equipes técnicas responsáveis por cada território e possibilitar a implantação de ações de acordo com o tipo de vulnerabilidade da região.

Para que as políticas sejam mais assertivas, o Observatório adotou o sistema de georreferenciamento, que realiza um mapeamento mais preciso de uma determinada área transformando sua localização, por exemplo, em uma coordenada geográfica que direciona, com mais precisão, as equipes de intervenção.

Um dos primeiros mapas elaborados pelo Observatório Social foi o Mapa da Pobreza, que identificou os principais bolsões de pobreza do município, o que possibilitou encontrar, além de problemas econômicos que levaram a esse quadro, as deficiências na estrutura familiar e domiciliar, também na saúde, na educação, entre outras. Em conjunto, as secretarias e órgãos da Prefeitura puderam agir para transformar essa realidade, a exemplo do bairro Santa Maria, na zona Sul.

Transformação
Considerado um dos bairros em situação de vulnerabilidade social, de acordo com os indicadores fornecidos pelo Observatório Social, o bairro Santa Maria tem recebido muitos programas socais e a intervenção conjunta de diversas secretarias e órgãos da Prefeitura de Aracaju.

Em 2019, 111 famílias em situação de extrema pobreza foram atendidas pelo Programa de Atenção Integral à Família (Paif); 167 foram inseridas em seu programa de acompanhamento; e 122 famílias beneficiadas do Programa Bolsa Família foram atendidas. Foram realizadas 822 visitas domiciliares e entregues 22 auxílios-natalidade.

Também foram realizados 24.964 atendimentos individualizados, além da inclusão de cerca de 1.220 pessoas no CadÚnico. Quanto à inclusão das pessoas em benefícios sociais, cerca de 77 pessoas foram encaminhadas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O Paif promove ações de escuta qualificada com famílias, ao realizar atendimento e acompanhamento das mesmas.


O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) oferece aos usuários diversas atividades culturais, artísticas, de lazer e esporte, divididas em grupos que variam a depender da idade de cada participante. São oficinas, atividades lúdicas, como dança e cursos de costura e arte em garrafa pet, que pretendem levar os moradores a desenvolverem suas habilidades.

Apenas no ano passado, foram beneficiadas 391 pessoas com idade entre 7 e 14 anos, e 414 idosos foram beneficiados durante todo o ano passado.  Também há o Acessuas Trabalho, um programa da Secretaria Municipal da Assistência Social que, em parceria com o Senac e demais empresas parceiras, investe na qualificação profissional dos moradores da comunidade.

“Com a atuação intersetorial das Secretarias Municipais da Saúde, da Educação e da Assistência Social, a situação do bairro Santa Maria mudou significativamente e contribuiu para fortalecer a comunidade. Percebemos uma comunidade mais empoderada, com vínculos sociais consolidados. O Observatório Social tem contribuído bastante para nosso trabalho, pois Aracaju é uma capital com uma área muito grande composta por diversas comunidades com suas particularidades e se não tivéssemos uma ferramenta como o Observatório que nos oriente e nos direcione nas nossas ações, seria mais difícil agir. Com os indicadores em mãos tudo fica mais fácil, pois elaboramos as políticas sociais, as colocamos em prática e transformamos a realidade daquelas pessoas”, afirma a secretária municipal da Assistência Social, Simone Passos.