A amabilidade e o carinho são características marcantes das pessoas com síndrome de Down. Traços de personalidade observados pelos professores e professoras que lecionam, diariamente, para crianças com síndrome Down nas escolas da rede municipal de ensino, mantidas pela Prefeitura de Aracaju.
O Dia Internacional da Síndrome de Down será comemorado neste sábado, 21 de março. Esta data foi escolhida porque se escreve "21/3", o que faz alusão às três cópias do cromossomo 21. A data é celebrada desde 2006.
As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos em suas células, ao invés de 46, como a maior parte da população. As pessoas com síndrome de Down apresentam algumas características físicas peculiares, como olhos amendoados, rosto arredondado, orelhas pequenas, mãos menores com dedos mais curtos e baixa estatura, além de estarem propensos a desenvolver algumas doenças, como problemas cardíacos e respiratórios, além de comprometimento da parte cognitiva e desenvolvimento motor.
No entanto, essas limitações não são determinantes para o futuro das pessoas com síndrome de Down. A possibilidade do convívio na sociedade e o acompanhamento de equipes multiprofissionais, principalmente nas escolas, garantem o desenvolvimento de suas potencialidades.
Segundo a Organização Não Governamental (ONG) Mundo Down, estima-se que, no Brasil, haja cerca de 300 mil pessoas com síndrome Down. Nas escolas municipais de Aracaju, os estudantes com síndrome de Down, além de participar de aulas regulares, podem ser atendidos nas 24 Salas de Recursos Multifuncionais. Um desses alunos é o Paulo Vitor, de 5 anos, que estuda na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) José Garcez Vieira. A professora Walna Patrícia de Andrade o acompanha há três anos e comenta a evolução do aluno.
"Antes, o Paulo Vitor usava fraldas, hoje ele já pede para ir ao banheiro. Já consegue segurar o lápis, faz rabiscos. Não falava praticamente nada e, agora, fala palavras dando sua significação. Me conhece, me chama pelo nome. Para mim, é uma grande responsabilidade acompanhar o Paulo aqui na Sala de Recursos Multifuncionais, e quando observo o potencial que ele tem e a evolução que apresenta, isso já é bastante recompensador", destaca a professora Walna.
Educação Especial
A rede municipal de ensino de Aracaju conta com 74 escolas que funcionam de acordo com a Politica Nacional de Educação Especial, na perspectiva da inclusão. Atualmente, a rede conta com mais de 600 alunos especiais matriculados, todos em escolas regulares.
"Os estudantes que necessitarem de apoio para desenvolver suas atividades, contam com um cuidador para acompanhá-los. Existe ainda o atendimento educacional especializado, feito por um professor especialista na Sala de Recursos, que pode acontecer de uma a quatro vezes por semana. Além disso, o professor da sala de recurso visita o aluno na sala regular e mantém contato com o outro professor, para alinhar as estratégias de ensino, buscando alternativas que visem garantir o desenvolvimento e a aprendizagem do estudante, a partir das características de cada caso", esclarece a coordenadora de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação (Semed), Thaísa Aragão.
"Nossas ações na Educação Especial visam garantir o pleno desenvolvimento dos nossos alunos e as Salas de Recursos Multifuncionais são importantes meios para isso. Inclusive, estão em andamento dois processos para garantir materiais de consumo e materiais permanente, visando reequipar estas salas", destaca a secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite.
