Prefeitura disponibiliza novo espaço para acolhimento da população de rua na capital

Assistência Social e Cidadania
07/04/2020 17h00

Sob a coordenação da Secretaria Municipal da Assistência Social, a Prefeitura de Aracaju passou a acolher famílias em situação de rua, também, no prédio do antigo Cras Terezinha Meira, no bairro Veneza, onde até o momento, 21 pessoas já estão devidamente acolhidas.

Essa medida faz parte do Plano de Contingenciamento Social da atual gestão, cujo objetivo é evitar a proliferação do novo coronavírus (covid-19) entre a população mais vulnerável ao contágio da doença, na capital sergipana.

De acordo com a secretária municipal da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, já são 140 o número total de pessoas alojadas nos quatro espaços disponibilizados pela gestão municipal: Casa de Passagem Acolher, Centro de Apoio ao Migrante (CAM) em parceria com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) General Freitas Brandão e o antigo Cras Terezinha Meira.

“Independente da pandemia, possuímos espaços permanentes de suporte à essa população, como o Acolher e o Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP). Os outros locais foram preparados para receber àqueles que têm interesse em fazer o distanciamento social em um dos nossos pontos de acolhimento temporário até que a situação seja controlada na capital. A secretaria continua alinhando logísticas para o enfrentamento do coronavírus com a criação de novos espaços, na perspectiva de trazer mais famílias e garantir toda a assistência necessária”, destaca a secretária, ao destacar que, para os que não aceitam o acolhimento institucional, há o Centro POP, onde são ofertados diversos serviços de apoio à essa população.

O antigo Cras Terezinha Meira conta com área de ventilação, seis salas, dois banheiros e um contêiner sanitário, com quatro banheiros.   De acordo com o coordenador da Proteção Social Especial do município, Jonathan Rabelo, a aceitação do acolhimento institucional por parte da população de rua é realizada por meio das equipes da Abordagem Social e dos atendimentos no Centro POP.

“Começamos a intensificar o serviço de Abordagem em horário estendido, após as 22h, porque é durante o final da noite e começo da madrugada que encontramos mais pessoas que demonstram interesse em aceitar o nosso pedido de isolamento social, além dos encaminhamentos do Centro POP. Nos atendimentos, procuramos sensibilizar ao máximo os usuários. Temos tido uma aceitação muito boa por parte da população de rua”, afirma

O coordenador ressalta ainda que nas abordagens há pessoas que não aceitam fazer o acolhimento emergencial e cuja decisão deve ser respeitada. “Temos situações em que alguns indivíduos não aceitam o pedido. É importante deixar claro que eles não são obrigados a ir, não fazemos acolhimento compulsório. Mesmo assim, há pessoas que aceitam e, posteriormente, saem dos nossos espaços, o que também é um direito deles. Estamos fazendo o nosso trabalho, garantindo direitos tanto das pessoas acolhidas por nós, quanto daqueles que não tem interesse em fazer o acolhimento”, esclarece.

Nos espaços, são disponibilizados produtos de higiene e limpeza, como sabonetes, creme dental e escova de dentes, roupas, toalhas, lençóis, cobertores, álcool, além de colchões, assim como orientações sobre os cuidados necessários para o enfrentamento do novo vírus. Eles também recebem cinco refeições por dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e janta. A alimentação diária e os produtos de higiene também são frutos de uma parceria realizada com a Seias.

Em situação de rua, os cônjuges Elane Xavier, 37, e Cleverton da Conceição, 28, foram informados por um grupo que fazia doações no local onde estavam, que havia um abrigo temporário da Prefeitura de Aracaju para protegê-los da covid-19. A equipe da Abordagem Social foi até o local e levou-os para o antigo Cras Terezinha Meira.

“Estávamos embaixo do viaduto do bairro Industrial quando fomos abordados. Mesmo depois de alguns desencontros, a equipe nos buscou após quatro dias, eles não desistiram de nós. Estou gostando do acolhimento, recebo o atendimento necessário. Uma equipe médica já esteve aqui e fizeram vários exames como testes de HIV, sífilis, hepatite, dentre outros. Vim e não me arrependo. Me sinto segura e protegida.”, relatou Elane.

Para o seu parceiro, Cleverton, não é diferente. “Não tenho o que reclamar, superou minhas expectativas. Estou achando tudo muito bom, a equipe nos atende muito bem. Aqui eu tenho um tratamento adequado que supri as minhas necessidades”, concordou.