Prefeitura já desinfetou cerca de 200 áreas públicas para evitar contágio do coronavírus

Agência Aracaju de Notícias
28/05/2020 04h15

Uma das formas de contágio do novo coronavírus, causador da covid-19, além do toque de mão, gotículas de saliva, espirro e tosse é o contato com superfícies e objetos contaminados. Isso porque, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a sobrevida do vírus pode durar dias em várias superfícies, como aço, plástico e papelão.

Com o objetivo de diminuir a possibilidade de proliferação do patógeno, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), já realizou, dede o dia 26 de março, a desinfecção de quase 200 áreas públicas da cidade, utilizando, até o momento, mais de 12 mil litros de hipoclorito de sódio, além de sabão esterilizante.

O trabalho de desinfecção é contínuo e conta com um cronograma diário. A ação contempla áreas externas de locais onde há aglomerações, a exemplo de terminais e pontos de ônibus e de táxi, mercados, praças e calçadões, casas de apoio a idosos, unidade operacionais de segurança, áreas próximas a hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde que atendem exclusivamente a pacientes com síndromes gripais. Em virtude do aumento de casos confirmados da doença na capital, o trabalho de esterilização passou a ser realizado também na parte interna de órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

De acordo com o diretor de Operações da Emsurb, Bruno Moraes, na prática, os trabalhos começam pela varrição de toda a parte externa dos locais, depois, com o auxílio de dois caminhões pipas, é aplicado, por meio de jato de alta pressão, o hipoclorito de sódio e o sabão desinfetante, eliminando o vírus que, porventura, esteja no chão, corrimão, paredes, dentre outros locais onde possa haver contato com a população.

"O trabalho precisa ser repetido em alguns locais de aglomeração, mas em outros não está ocorrendo, a exemplo dos Centros de Referência de Assistência Social, que hoje se encontram fechados. Quando eles estavam abertos, o procedimento era feito normalmente, conforme o critério de aglomeração", explica Bruno Moraes.

Conforme o coordenador, todos os trabalhadores que estão na linha de frente da limpeza foram treinados e atuam com os devidos equipamentos de proteção individual, como óculos, máscaras com filtro para gases, luvas, macacão e respirador facial.

"O trabalho de desinfecção ajuda na eliminação e limpeza onde tem possibilidade de contaminação. Em locais públicos, as pessoas, às vezes, acabam segurando em maçanetas, corrimões e isso pode ocasionar a transmissão. Por isso, é importante que a gente faça essa desinfecção nesses ambientes para que as pessoas se sintam mais seguras, mas isso não resolve o problema", diz o presidente da Emsurb, Luiz Roberto, ao frisar que é extremamente relevante a conscientização da população no sentido de usar máscaras, desinfetar as mãos e objetos, além de produtos comprados em supermercados.

"É importante a utilização de máscaras, a limpeza com utilização de álcool em gel, sabão, distanciamento social tanto nos ambientes públicos como também nas residências, a exemplo de desinfecção de produtos comprados, sacolas plásticas, tirar a roupa assim que chegar e levar, ter cuidado com os sapatos quando chegar da rua, lavar as máscaras de tecido, higienizar as mãos, tudo isso é prevenção e tudo isso contribui para que não haja a proliferação da covid-19", recomenda Luiz Roberto Dantas.

Cuidados em casa
A exemplo da ação da Prefeitura de Aracaju, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda à população que redobre os cuidados em casa. Para isso, as ações de limpeza devem abranger todos os possíveis locais que podem estar com o coronavírus, incluindo o chão, maçanetas, corrimão, interruptores de luz, superfícies de móveis, chaves, embalagens de produtos, entre outros locais.

Conforme a recomendação da Anvisa, no caso de utensílios e objetos, a limpeza com água e sabão é considerada eficiente para a descontaminação da covid-19. Quando essa limpeza não é possível, é necessário, então, o uso de desinfetantes, como o álcool etílico nas formas líquido e em gel a 70%, além de hipoclorito de sódio ou água sanitária.

Na desinfecção de superfícies, conforme enfatiza a Anvisa, o primeiro passo é utilizar apenas produtos desinfetantes regularizados. Não é recomendável o uso de produções caseiras ou vendidas em mercados informais, pois podem acarretar riscos à saúde (queimaduras, intoxicação, irritações) e não serem eficazes.

É importante salientar que as pessoas devem seguir as orientações contidas nos rótulos dos produtos, além das instruções de uso e armazenamento. Vale frisar que os desinfetantes devem ficar fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Diferenças
É comum as pessoas se confundirem ao falarem sobre hipoclorito de sódio e água sanitária. No entanto, há diferenças significativas entre os produtos. O hipoclorito é um produto obtido da reação do cloro com uma solução diluída de soda cáustica, aquosa e alcalina, que contém entre 10% a 13% de cloro ativo. O produto, que só pode ser usado se for dissolvido em água, serve para desinfetar águas destinadas ao consumo humano, piscinas e em processos de limpezas domésticas e hospitalares. É usado, ainda, como matéria-prima para fabricação de águas sanitárias.

Já a água sanitária é obtida a partir da diluição do hipoclorito de sódio em água, e destina-se à limpeza, branqueamento e desinfecção em geral. Também é eficiente na desinfecção como hipoclorito de sódio, sendo menos perigosa e mais adequada ao uso diário.