Moradores da Mangabeiras aguardam ansiosos serem tranferidos da localidade

Assistência Social e Cidadania
01/07/2020 16h12

“Estou muito feliz. Eles olharam para nós e tomaram a iniciativa de nos levar para um lugar digno. Há seis anos, enfrentamos diversas dificuldades, principalmente quando chove porque fica tudo alagado, um caos. Com a nova casa vai ser bem melhor, não tem comparação, vamos viver em um ambiente limpo, confortável, com saneamento básico e segurança”. Esse é o sentimento do autônomo Adson Ferreira, 21, residente da área B da Ocupação das Mangabeiras, situado no bairro 17 de Março.

Ele faz parte de uma das 836 famílias beneficiadas com o projeto de construção de 1.102 unidades habitacionais no complexo habitacional denominado Irmã Dulce dos Pobres, que será edificado na mesma localidade. Na última terça-feira (30), a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, deu início à penúltima etapa do processo de retirada dos moradores do local, cumprindo mais uma fase da execução do Plano Social de Realocação das Famílias Beneficiárias do Pró-Moradia.

A secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, tem acompanhado de perto o processo. Para ela, este momento representa o início da realização de um sonho que começou ainda em 2017. “A construção desse sonho representa muito para Aracaju. Estamos dando dignidade a mais de 1,1 mil famílias. É um projeto histórico. Todos os profissionais estão engajados com um único propósito: tornar o sonho dessas pessoas realidade. O Pró-Moradia dará mais dignidade e cidadania a essas famílias”, reforçou.

Nesta quarta-feira, 1º, foi a vez de os moradores da área B comparecerem ao Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná, no mesmo bairro onde está localizada a ocupação, para assinar os contratos de locações de imóveis temporários e os termos de adesão ao Programa.

O Plantão Social, montado para atender a população nesse período, é formado por 15 assistentes sociais, além de outros profissionais convocados. Também, preocupada em evitar aglomerações devido à pandemia do novo coronavírus, a Assistência Social de Aracaju organizou os atendimentos dividindo-os em quatro áreas: A, B, C e D. Nos próximos dias 2 e 3, moradores da área D deverão comparecer no local; nos dias 6 e 7, os residentes da área A. Os dias 8 e 9 foram destinados às resoluções das pendências e o dia 10 de julho para finalização de todo o processo.

Andelúzia Silva reside no local há cinco anos com seus três filhos. Após assinatura do contrato do auxílio moradia, a autônoma aguarda emocionada a transferência para o novo lar. “Estava precisando, pois vim de São Paulo em busca de uma moradia melhor. Lá, fiquei muito tempo em uma ocupação e nunca houve essa preocupação. Vim para Aracaju e está dando tudo certo. Agradeço muito a Deus por essa oportunidade, sempre quis uma moradia digna em meu nome. O sofrimento acabou. Me sinto segura com a Prefeitura custeando uma residência para a minha família enquanto a obra não é concluída”, contou.

Há seis anos, o pintor Williams Soares enfrenta diversas dificuldades por morar em um ambiente impróprio.  “É uma alegria depois de tanto tempo enfrentando lama, ventos fortes e outros problemas para, hoje, conseguirmos nossa moradia. Quando o prefeito anunciou na televisão foi uma alegria enorme de todos que moram aqui. Estamos ansiosos, esperando chegar o dia da entrega da casa”, disse, entusiasmado.

Para a dona de casa Gabriela da Silva, mãe de um bebê recém-nascido, o sentimento é o mesmo. “Estou muito feliz, pois passamos tantos anos lá e agora teremos melhores condições de vida. Moro com meu marido e mais dois filhos no local e quando chove é muito sofrimento. Hoje, fiz a assinatura dos documentos e agora estou na expectativa”, falou a dona de casa, moradora das Mangabeiras há seis anos.

Segurança para os locadores

Os pagamentos das locações dos imóveis temporários são de responsabilidade da atual gestão, que proporcionará o Aluguel Social, a partir de um investimento de mais de R$ 7,8 milhões com recursos próprios do Município.

Uma das pessoas que locaram seus imóveis é a autônoma Janina dos Santos. Para ela, além de beneficiar as famílias, também a auxilia na fonte de sua renda.  “Vou alugar para uma pessoa que realmente necessita, pois morar lá é difícil, eu passo algumas vezes pelo local e consigo ver as dificuldades. Agora, ela vai para um lugar melhor, enquanto a obra é realizada. Para mim, será muito bom porque também me traz segurança financeira”, relatou.  

A dona de casa Graziele de Paula locou seu imóvel para Andelúzia Silva. Para Graziele, é uma alegria proporcionar uma moradia para quem precisa. “Também tenho pessoas da família que residem nas Mangabeiras e alugar a casa proporciona melhores condições de vida para essas pessoas”, contou.

Transferência das famílias

Após o encerramento do Plantão Social, será realizada a organização dos endereços para a transferência das famílias, entre os dias 13 e 17 de julho. Por fim, a última etapa terá início com o remanejamento por áreas das pessoas para as casas alugadas, entre os dias 20 e 24 de julho. Essa etapa iniciará pela área C, no dia 20, seguindo para a área B, no dia 21, depois pela área D, no dia 22, e finalizando pela área A, nos dias 23 e 24.

Após a realocação das famílias, as moradias impróprias serão demolidas. Depois, será feita a limpeza do terreno, estruturação do local, como drenagem, esgotamento sanitário e construção das novas residências.