Realocação das famílias da Mangabeiras contou com empenho de equipe multidisciplinar

Assistência Social e Cidadania
28/07/2020 10h00

Na última semana, a realocação das famílias residentes na antiga Ocupação das Mangabeiras, situada no bairro 17 de Março, para imóveis alugados pela Prefeitura de Aracaju, contou com o apoio de diversos profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas) que atuam na Secretaria Municipal da Assistência Social, órgão responsável por coordenar o projeto de construção do novo complexo habitacional batizado de “Irmã Dulce dos Pobres”, com 1.102 casas, das quais 840 destinadas às famílias da ocupação e outras 262 para as pessoas que recebem o auxílio-moradia há mais tempo.

De acordo com a secretária adjunta da Assistência Social de Aracaju, Selma França, o trabalho começou em abril do ano passado, quando os profissionais da pasta foram até o local para identificar as famílias que viviam em situação de extrema pobreza. “Para que chegássemos a essa etapa, nossas equipes estiveram aqui [na ocupação] para conhecer a realidade dessas pessoas, fazer o cruzamento de dados, para encontrarmos os beneficiários do projeto. Durante a ação, contamos com 70 profissionais, desses, 40 trabalhadores divididos em dez equipes, formados por assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais, conselheiros tutelares, além de outros, para dar os direcionamentos necessários que garantisse a tranquilidade da realocação”, destaca.

A secretária adjunta afirma ainda que, além dos profissionais do Suas, a ação contou com técnicos de outras políticas intersetoriais. “Ao total, foram cerca de 300 profissionais que atuaram nessa ação. Além dos trabalhadores da Assistência Social do município, contamos também com o apoio de outras secretarias, do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e técnicos de enfermagem. Foi um trabalho muito gratificante. Tenho certeza de que todos saíram daqui mais humanos”, completou.

Na realocação, os assistentes sociais abordaram os moradores para dar os encaminhamentos e orientações necessárias aos novos endereços. No local, também foi implementado o Plantão Social, com o objetivo de identificar as famílias que chegaram à ocupação após a realização dos cadastros, para incluí-las em futuros projetos municipais, além de encaminhá-las para inclusão em políticas públicas.  

Para o administrador e gerente do Cadastro Único (CadÚnico) da Coordenadoria de Políticas de Transferência de Renda da Assistência Social de Aracaju, José Davi Ferreira, o CadÚnico, ferramenta do governo federal que dá acesso às pessoas de baixa renda a programas sociais, foi fundamental na última etapa do processo de realocação.

“Iniciamos o trabalho fazendo um levantamento das famílias que estavam inseridas no Cadastro Único que moravam na ocupação. Com isso, começamos a trilhar o rumo da ação, pensamos em como ela seria desenvolvida para atender a todos. A moradia também é um programa social que utiliza a ferramenta para identificar aquelas pessoas de baixa renda. Vemos o quanto a ferramenta é essencial para promover e garantir o direito da população que mais precisa”, salientou.

A psicóloga e coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná Menezes, Josefa Laurentino, disse que a unidade de referência, situada no mesmo bairro onde estava instalada a antiga ocupação, promove um atendimento psicossocial.

“O Cras teve um papel fundamental nesse processo porque é o lugar onde atendemos usuários em situação de vulnerabilidade social que procuram informações, podem ser atendidos e se sentem acolhidos, ouvidos. Promovemos um trabalho psicossocial importante no qual a Assistência Social observa a necessidade material e os psicólogos veem a necessidade psicológica, aquela que mexe com todo ser humano. O equipamento do Cras nesse local faz toda a diferença. Damos atenção a todos, eles não saem sem nenhuma informação. É um momento muito esperado pelos moradores. Eles estão felizes, prestes a realizar o sonho da casa própria”, explicou Josefa.

Demandas acolhidas
Segundo a psicóloga e técnica de referência Geisa Laurentino, cerca de 70 famílias foram atendidas pelo Plantão Social montado no local, nos dias da ação de realocação. “Nosso objetivo foi atender a todas as demandas que surgissem dentro das possibilidades que a gestão municipal pode ofertar a essas pessoas, porque estamos lidando com o sonho de cada uma delas. Atendemos todas as demandas que chegaram para nós da melhor forma possível, demos encaminhamentos para os mais diversos órgãos, além da liberação de alguns benefícios socioassistenciais. Nenhuma família ficou desassistida porque fizemos todo o planejamento de realocação das famílias com o máximo possível de variáveis para que pudéssemos atender a todos da melhor forma possível”, ressaltou.

O projeto
A construção das casas será feita no âmbito do programa Pró-Moradia do Governo Federal. Os recursos para esta obra são oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O financiamento é de R$ 116.767.847 milhões, contratado junto à Caixa Econômica Federal, com contrapartida do município de R$ 7.934.000,00, destinada ao pagamento do Aluguel Social, recurso assistencial mensal que será concedido por 24 meses para as famílias que serão realocadas para imóveis temporários, enquanto aguardarão a finalização da obra, que tem prazo de conclusão de dois anos.