Secretaria da Educação aposta em formação pedagógica para que professores atuem na pandemia

Agência Aracaju de Notícias
29/10/2020 15h35

Uma das preocupações da Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed) na pandemia foi a preparação do quadro de professores para os desafios desse período. Isso porque, com as aulas presenciais suspensas, foi necessário apostar em novos modelos de interação professor-aluno para que o processo de aprendizagem fosse mantido.

A primeira medida adotada foi a elaboração do documento Diretrizes Educacionais para o Período de Pandemia, orientando os professores a como fazer esse processo de aulas remotas, que incluiu reuniões remotas sobre conteúdo, gravação de aulas, reforço escolar online e por telefone e a disponibilização da aula em si a partir de ferramentas da internet.

"Logo no início, nós iniciamos o debate interno sobre como proceder com a aprendizagem nesse momento de aula remota, já que a gente não tinha nenhuma previsão de retorno", afirma a secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite. A Secretaria promoveu um processo de formação pedagógica com os professores, coordenadores e diretores das escolas ainda em abril.

"E seguimos até hoje, então, toda semana, através do programa Horas de Estudo, cada professor se reúne para discutir como, pedagogicamente, alcançar o seu aluno e tratar esse período de atividade remota", explica. Além do processo de formação, a Secretaria também promoveu uma discussão de mídias digitais, de todas as ferramentas, como o Meeting, o Google For Education e o Google Classroom, para melhor garantir o atendimento aos alunos.

"Também fizemos um processo de discussão com os diretores sobre o Diário Eletrônico, para que os professores possam registrar as atividades de casa mesmo, sem precisar ir à escola", reitera Cecília Leite. Com a sala de aula mantida, mesmo que virtualmente, a secretária acredita que tem sido possível manter o aprendizado dos alunos.

"Não planejamos a pandemia, mas estamos fazendo com que a pandemia não deixe os estudantes sem acesso ao conteúdo. Pelo contrário, estamos tanto viabilizando o acesso ao conteúdo pelos alunos quanto acesso à formação pelos professores. A gente está conseguindo manter os alunos na escola, mesmo com as dificuldades, pois a pandemia aconteceu e precisava de respostas, e nós estamos dando essas respostas", assegura Cecília.

Professora de Língua Inglesa das Emef's José Conrado de Araújo e Presidente Tancredo Neves, Suely Ribeiro Alves Fraga Vieira não tem dúvida de que as formações sobre as ferramentas tecnológicas foram fundamentais para a adaptação a esse novo modelo de trabalho, imposto pela necessidade de distanciamento social. "Passamos a conhecer e a nos interessar por aplicativos e funções que antes nunca nem tínhamos ouvido falar", admite Suely.

Assim, tomando conhecimento das ferramentas, foi possível, segundo ela, escolher qual seria mais adequada à atual realidade. "O conhecimento dessas ferramentas possibilitou não só que pudéssemos trabalhar com os alunos das mais variadas formas, mas que pudéssemos também participar de cursos e outras formações on-line. Para algumas pessoas, as formações possibilitaram a descoberta de talentos até então desconhecidos", avalia.

O professor de Educação Física, Ayslan Jorge Santos de Araújo, também participou das capacitações. Ele dá aula na Emef Oviedo Teixeira e reconhece que o conhecimento adquirido nos cursos possibilitou que os docentes passassem a compreender melhor como trabalhar as habilidades dos alunos, remota ou presencialmente. "O aluno passou a ser protagonista do aprendizado dele com o surgimento da pandemia no mundo, e com as capacitações constantes, tanto as relacionadas às ferramentas tecnológicas quanto às formas de planejamento, me sinto mais preparado", afirma.

Isso porque, para Ayslan, a formação consistiu na compreensão de todos os processos necessários para este momento. "Hoje, me sinto hoje suficientemente qualificado para fazer a abordagem do aluno. Com isso, acaba se gerando mais aprendizado, pois, embora ele não seja dependente apenas da qualidade do professor, é um fator, importante. Mas também exige compromisso do aluno e da família, que teve que se adequar a essa nova condição", argumenta.

Ambos concordam que investir na preparação dos professores para essa nova demanda foi uma decisão acertada da Secretaria. "Certamente, uma iniciativa exitosa que movimentou nosso início de quarentena e nos habilitou para novos desafios", opina Suely. "A Prefeitura tem esse diferencial de respeitar o momento de horas de estudo e acredito que a condução que a nova direção do Centro de Educação e Formação Continuada (CEAF) tem dado ao momento tem feito a diferença", completa Ayslan.