Prefeitura garante proteção às mulheres por meio da Coordenadoria da Mulher

Assistência Social e Cidadania
25/11/2020 16h54

Desde 1999, o dia 25 de Novembro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, com a Coordenadoria da Mulher, busca minimizar os casos de violência contra o público feminino na capital sergipana, por intermédio de prevenção e também na atuação pós-violência.
 
A violência contra a mulher ocorre em várias camadas e de diversas formas. Existem casos domésticos e até mesmo no trabalho. Vale ressaltar que a agressão física não é a única existente. Antes do ápice, processos são desenvolvidos. Tudo começa com uma forma mais agressiva de se comportar, avançando até o controle financeiro, intimidação psicológica, abuso sexual, humilhação, chegando até a violência física e, em casos mais extremos, ao feminicídio.
 
De acordo com a coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Edlaine Sena, um relacionamento abusivo não é o tempo inteiro violento. “Existe um ciclo, e sobre esse ciclo nós debatemos muito com as mulheres, pois tem o momento, chamado lua de mel, em que está tudo bem, tudo maravilhoso, e de repente por uma coisa muito simples o companheiro muda seu comportamento, tornando-se mais agressivo, e aí depois novamente o pedido de desculpa e a reaproximação e as mulheres continuam nessa relação”, afirmou.
 
Em um ano atípico devido à pandemia causada pela covid-19, a Coordenadoria da Mulher precisou se reinventar quanto a sua atuação no combate à violência contra a mulher. Antes, a atuação dentro da comunidade acontecia através de debates, reuniões, que envolvem todo o ambiente familiar e não apenas as mulheres, visando conscientizar e prevenir possíveis casos de relacionamentos abusivos, criando uma rede de apoio à vítima, que, muitas vezes, não permite que amigos ou familiares intervenham na situação, com isso elas acabam se afastando. O papel dessa rede de apoio é justamente refazer os vínculos e deixar as mulheres preparadas e conscientes sobre as dificuldades de se sair de um relacionamento abusivo. Com a pandemia, essa atuação passou a ser realizada de forma remota, mas presente.

Segundo Edlaine, o trabalho realizado com meninas e meninos adolescentes nas escolas, antes da pandemia, também ajudou no processo de desmistificação da imagem da masculinidade tóxica. “É um trabalho que vem sendo realizado há bastante tempo. Neste caso específico, convocamos meninos adolescentes para que eles se tornassem protagonista do processo de erradicação da violência contra a mulher. Dialogamos, estimulamos que o mesmo identificassem os tipos de violência, orientamos quanto às denúncias, assim como fizemos que, muitos, reconhecessem o comportamento da masculinidade tóxica. É um processo de aprendizagem e intervenção direta que, sem dúvida, tem um resultado muito positivo”, destacou a coordenadora.
 

Desafios diários
  
Apesar da atuação diária no enfrentamento à violência contra a mulher, o machismo enraizado em nossa sociedade minado por um patriarcalismo ultrapassado, em que homens enxergam a mulher como um objeto ou submissa aos seus anseios, ainda é um grande desafio a ser superado. Esse problema, apesar de camuflado, não atinge apenas as mulheres em situação de vulnerabilidade econômica, mas de todas as classes. 

Segundo a secretária municipal da Assistência Social, Simone Passos, a pasta iniciará mais uma etapa importante para o fortalecimento do enfrentamento da violência contra a mulher na capital sergipana. "Ao longo da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, fomos fazendo as adaptações necessárias para a Coordenadoria ficar cada vez mais forte. A partir de 2021, ela ficará ainda mais encorpada e presente. Agora, no início de dezembro, vamos divulgar um protocolo de acionamento para casos de violência contra a mulher. Neste protocolo, daremos o passo a passo de como efetuar as denúncias e mostraremos quais são os órgãos que prestam serviços, desde a prevenção, até o processo de superação da violação. Será muito importante para o trabalho já realizado", explica a secretária.