Retomada das aulas presenciais deve seguir rígidos protocolos de biossegurança, ressalta infectologista

Agência Aracaju de Notícias
06/11/2020 10h19

Um dos setores mais afetados em todo o mundo pela pandemia de covid-19 foi a educação. De um dia para o outro, professores, escolas e alunos precisaram se adaptar ao ensino remoto, já que atividades presenciais foram suspensas como forma de conter a contaminação pelo novo coronavírus. Aos poucos, porém, as aulas presenciais vêm sendo retomadas e, por isso, medidas de biossegurança precisam ser seguidas por todos que voltem a frequentar o ambiente escolar.

De acordo com as diretrizes elaboradas pelo Governo de Sergipe, as escolas que retomarem suas atividades devem possuir um plano interno de prevenção e monitoramento da transmissão da covid-19, além de criar um comitê para acompanhar o cumprimento do plano. Entre as medidas sanitárias que as instituições precisam adotar estão a limitação da circulação de pessoas que não fazem parte da comunidade escolar; a disponibilização de pontos para a adequada higienização das mãos; a priorização do atendimento ao público por meio não presencial e a garantia de distanciamento em espaços como refeitório, banheiro, bebedouro, entre outros. 

Por isso, as instituições de ensino precisam cumprir algumas recomendações das autoridades de saúde a fim de evitar aglomeração e garantir a segurança dos presentes. Na entrada do local, deve ser aferida a temperatura dos professores, estudantes e funcionários, por meio de termômetro infravermelho sem contato, e pessoas com temperatura igual ou acima de 37,8° C não podem entrar. Além disso, quem estiver com sintomas de infeccção respiratória, e/ou possuir diagnóstico de covid-19, deve cumprir o período de afastamento das atividades conforme orientação dos serviços de saúde. 

Segundo a infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Aracaju, Fabrízia Tavares, é fundamental que os todos os envolvidos conheçam e respeitem os protocolos sanitários a fim de evitar uma nova onda de aumento de casos. “Principalmente neste momento de retorno, onde a gente busca o convívio com as pessoas, é preciso ter a consciência de que temos que mudar o nosso entendimento de que o contato físico, o desleixo em relação ao uso da máscara, ou o uso indevido, assim como a questão de não higienizar as mãos com frequência, nos traz um risco altíssimo de uma segunda onda do aumento do número de casos”, ressalta.

Em virtude disso, a orientação é que os estudantes conheçam o protocolo elaborado pela escola e sigam, também, outras práticas que evitem a disseminação do novo coronavírus. É proibido, por exemplo, o compartilhamento de objetos pessoais como lápis, caneta, borracha, cadernos, livros, celulares, entre outros, e é obrigatório o uso de máscaras em todo o ambiente escolar.

“O que temos recomendado para os alunos que estão retornando às aulas é buscarem o conhecimento em relação aos protocolos de retorno dos colégios. O corpo docente deve estar consciente dessas medidas e colocar em prática. Ter na cabeça que é preciso tomar medidas de precaução constantemente. A questão do distanciamento, não se utilizar muito de abraços, de apertos de mão, estar sempre lavando as mãos; além do uso obrigatório de máscara. Tudo isso deve ser colocado como rotina”, destaca Tavares.

A infectologista lembra, ainda, que a pandemia não acabou e é preciso continuar em alerta. “Enquanto estivermos em pandemia precisamos ter alto nível de vigilância e de precaução. Não podemos abrir a guarda agora para não ter que seguir novas restrições sociais com consequências econômicas. As pessoas se prevenindo estão também tendo cuidado com o outro”, afirma.

Após cerca de oito meses com as escolas fechadas, as aulas presenciais voltaram na rede privada no dia 3 de novembro e voltam na rede pública no dia 17 do mesmo mês. O retorno é gradual e nesta primeira fase estão autorizadas a retomada de atividades das turmas das terceiras séries do Ensino Médio Regular; concluintes da Educação Profissional Tecnológica (EPT), integrada ao Ensino Médio; Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ensino Médio; cursos livres de pré-vestibulares; aulas e atividades práticas de cursos do ensino superior e aulas e atividades práticas de cursos de EPT.