Prefeitura monitora evolução dos casos de covid-19 e amplia ações de enfrentamento

Agência Aracaju de Notícias
12/12/2020 06h00

Aracaju tem registrado, nas últimas semanas, aumento de novos casos de covid-19 e, ainda que uma segunda onda esteja, teoricamente, descartada na capital sergipana, no momento, a Prefeitura Municipal, por intermédio da Secretaria da Saúde (SMS), reforça que o alerta para a pandemia continua expressivo.

Nas últimas 24 horas, a capital registrou 360 novos casos de covid-19. Com isso, subiu para 46.079 o número de pessoas diagnosticadas com a doença, em Aracaju. Destas, 125 estão internadas em hospitais; 4973 estão em isolamento domiciliar; 40.121 que estavam infectadas já estão recuperadas; e 860 vieram a óbito.

“Tivemos o pico do número de casos no mês de julho e, a partir dele, semana a semana, observamos o decréscimo, sobretudo do número de óbitos", explica a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza". Porém, pontuou a gestora, desde a segunda semana de novembro, no entanto, há um crescimento do número de casos.
 
"Isso é um reflexo da retomada das atividades, com uma circulação maior de pessoas, e também reflexo do número de testes que estão sendo disponibilizados à população, o que, entretanto, não diminui a preocupação com relação à doença”, frisa Waneska. De acordo com a secretária, houve uma ampliação da testagem, de 35%, em comparação ao primeiro semestre do ano.

“Fizemos um comparativo dos primeiros cinco meses, de março até julho, quando tivemos o nosso pico, e registramos cerca de 33 mil exames, isso contando o que a SMS e a rede particular. Deste número, 69% deram positivo. Quando passamos para o segundo semestre, de agosto a dezembro, conseguimos promover essa ampliação nas testagens. Também a partir de agosto, com o programa TestAju, passamos a testar pessoas que não têm sintomas, o que não fazíamos de março a julho. Quando começamos a testar essas pessoas assintomáticas, começamos a ver que, ao longo dos meses, o percentual de pessoas positivas assintomáticas era grande, chegando, em novembro, a 35%. Basicamente, esse número grande de pessoas positivas se dá tanto em virtude de o vírus ainda estar entre nós, sobretudo por conta da abertura das atividades econômicas, mas, principalmente, pela testagem que ampliamos”, avalia a secretária.
 
Consciência coletiva
Apesar de descartar uma segunda onda, no momento, Waneska não deixa de reforçar o que há de primordial nas ações de controle do coronavírus: a colaboração popular. Para ela, mesmo com a ampliação de testes e suporte dado no sistema de saúde, sem a contribuição da população os efeitos podem ser desastrosos e causar ainda mais perdas do que as já registradas.
 
“Logicamente, cabe ao poder público subsidiar o sistema de recursos e meios de prestar à população um atendimento qualificado, insumos, preparar unidades, equipes, entre tantos fatores que têm sido ofertados em Aracaju. Porém, esse tipo de ação, para que tenha efetividade, precisa da parcela da população. Não adianta fazer tudo isso, se a pessoa assintomática realiza o teste e, antes mesmo de sair o resultado, ela sai, ou, ainda pior, mesmo com o resultado positivo deixa de cumprir o isolamento porque está assintomática. É preciso apelar para a consciência porque, mesmo que a pessoa não tenha sintomas, outra para qual ela venha a transmitir a doença pode não ter a mesma sorte”, alertou Waneska.

Conforme a secretária, em dezembro, a Secretaria da Saúde disponibilizou mais suas salas de testagem de pessoas assintomáticas em unidades que não são referência em síndrome gripal e, de acordo com o cronograma, outras sete devem ser ofertadas, ainda neste mês.
 
“Nosso intuito é identificar os assintomáticos e isolar essas pessoas, mas precisamos do entendimento e da parceria da população. Estamos em um período de alerta porque a pandemia não acabou. Estamos tendo um percentual de ocupação de leitos de enfermaria significativo, variando entre 50% a 65%, que era maior no primeiro semestre. É preciso vigiar e ter cautela para que não cheguemos a uma situação de estresse no sistema de saúde”, salientou.

Leitos de retaguarda
Apesar de, atualmente, haver um crescimento do número de casos, a secretária da Saúde de Aracaju é cautelosa ao afirmar que, no momento, o Município está conseguindo manter o controle dos leitos e, assim, a assistência aos pacientes acometidos pela covid-19.
“Temos planejamento para ofertar leitos dentro da nossa rede. No Nestor Piva, já fizemos uma ampliação, saímos de quatro para nove leitos. No Fernando Franco, as equipes já estão trabalhando para ampliar mais seis leitos. E temos um processo de licitação, onde estamos tentando credenciar com a rede privada. Temos a possibilidade ainda de montar leitos de retaguarda de enfermaria no Caps Jael”, pontuou Waneska.