Profissionais das Unidades Básicas com atendimento covid celebram a primeira dose da vacina

Saúde
19/01/2021 19h09

“Para mim é muito emocionante, pois estou na linha de frente desde o início e fico feliz também pela população que vai poder tomar essa vacina. Isso vai possibilitar diminuirmos o número de óbitos”. Esse sentimento de alívio e esperança, definido pela técnica de enfermagem da Unidade Básica de Saúde (UBS) Geraldo Magela, Mara Rúbia Moreira Franco, resume esta terça-feira, 19, histórica para o município de Aracaju, que marca o início da imunização contra a covid-19 na capital.   

Com a distribuição e aplicação das primeiras doses da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Sinovac Biotech, além das unidades hospitalares, as quatro Unidades Básicas de Saúde exclusivas para casos de síndromes gripais ou suspeitos de covid-19 também receberam as doses. Pela manhã, as doses foram encaminhadas para a UBS Onésimo Pinto (Jardim Centenário), e nesta tarde seguiram para as unidades Geraldo Magela (Orlando Dantas), Ministro Costa Cavalcante (Inácio Barbosa) e José Machado de Souza (Santos Dumont). 

“Nós fizemos questão de acompanhar a vacinação de cada primeiro servidor em todos esses locais de trabalho. Um dia emocionante, bastante gratificante poder ver no olhar de cada um a satisfação de poder receber a primeira vacina, depois de tantos meses de luta, de momentos de dúvidas. Que isso sirva de estímulo para todos eles, para que continuem dando seu sangue, seu amor, nessa luta. Pois nós, da área de saúde, fomos formados para isso, para tentar dar o máximo e proteger a nossa sociedade”, considerou a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza. 

Os profissionais de saúde que atuam na linha de frente estão na fase inicial dos grupos prioritários e não esconderam a satisfação em receber o imunizante tão aguardado, e que gera esperança, após quase um ano enfrentando a pandemia. 

Bianka Navarro, enfermeira da UBS Geraldo Magela, é uma dessas profissionais que parabeniza pela chegada da vacina e faz o alerta sobre seguir com as medidas de proteção. “Foi muita espera, muita luta, muita angústia, mas graças a Deus estamos aqui. Para o futuro, penso que agora cada um tem que fazer a sua parte, porque não é somente a vacina. A gente tem que se conscientizar e aproveitar esse momento glorioso e continuar com os cuidados”, disse.

Mesmo sentimento de gratidão teve a enfermeira Andreza Silviano, que foi infectada pelo vírus e teve complicações no período de tratamento. “Foi muito sofrimento, mas estou aqui, persisti e sempre continuei na linha de frente, justamente para atender aqueles que mais necessitavam. Então estou muito feliz e agradecida, porque graças a Deus, a gente vai poder trabalhar e atendê-los com mais tranquilidade”, ressaltou. 

O enfermeiro da UBS Ministro Costa Cavalcante, Enio Calisto de Souza disse que a chegada da vacina motiva o cuidado com o próximo. “Tomar vacina hoje dá um sentimento de segurança, acredito que para todos nós, trabalhadores da saúde que passamos o ano no front de batalha, cuidando de pessoas, salvando vidas, independentemente de qualquer coisa. Então hoje é um marco, um divisor de águas, que nos incentiva a continuar a luta”. 

UBS de referência
Atualmente, a Secretaria Municipal da Saúde oferta quatro Unidades Básicas de Saúde de referência, com atendimento exclusivo de casos de síndromes gripais ou suspeitos de covid, funcionando de domingo a domingo, das 7h às 19h. São as UBS Onésimo Pinto (Jardim Centenário), Geraldo Magela (Orlando Dantas), Ministro Costa Cavalcante (Inácio Barbosa) e José Machado de Souza (Santos Dumont). Juntas, essas unidades já atenderam de março a dezembro do ano passado, 64.297 usuários. 

Incluídas desde o início no Plano de Contingência para enfrentamento da covid-19 na capital, essas unidades desempenham papel fundamental no que se refere ao fluxo de pacientes nas portas da Rede de Urgência e Emergência, através das Unidades de Pronto Atendimento Nestor Piva e Fernando Franco. 

“Elas foram um divisor de águas na superlotação da nossa rede de urgência, de uma forma geral. Se não tivéssemos montado toda uma estratégia de abrirmos unidades básicas de saúde de referência para síndromes gripais, certamente tínhamos tido um cenário completamente ruim. Porque as pessoas iriam se dirigir às portas de urgência”, destacou Waneska Barboza.

E além de auxiliar na melhor distribuição dos fluxos de atendimentos, essas unidades, segundo a secretária da Saúde de Aracaju, auxiliaram também no melhor controle da pandemia, ampliando as salas de testagem. 

“Associado às testagens que a gente vem fazendo, as próprias unidades de referência deram espaço para que a gente pudesse ampliar essas salas de testagem, captar cada vez mais pacientes que tivessem positivos, dar as orientações com o isolamento ou encaminhar para os locais que tivesse necessidade de acordo com o quadro clínico de cada um”, avaliou a secretária.