Assistentes sociais atuam para garantir direitos e acesso da população a políticas públicas

Agência Aracaju de Notícias
15/05/2021 08h00

Na engrenagem que faz com que uma cidade, estado ou país funcione existe um conjunto de políticas públicas. Dentro deste cenário, todo e qualquer cidadão tem direito a ter acesso a essas políticas. Como um mediador, é o trabalho do Serviço Social que viabiliza o acesso a esses direitos, uma ponte entre o cidadão e a dignidade. Neste sábado, 15 de maio, é o Dia do Assistente Social, profissional que atua na ponta pela garantia de uma sociedade mais justa e igualitária. 

No caminhar do segundo ano de pandemia, em que há um aumento do número de pessoas em situação de vulnerabilidade, devido à recessão econômica, e também diante das perdas humanas causadas pela covid-19, o assistente social tem papel fundamental na linha de frente, seja pela viabilização do acesso aos direitos ou mesmo para prestar o suporte e acolhimento aos cidadãos no momento de angústia. 

Para a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, o Serviço Social está presente na maioria das secretarias e órgãos "porque, seja no serviço de saúde, educação, segurança, trabalho, enfim, o assistente social é o profissional que presta orientação, é quem indica os caminhos para que o cidadão obtenha aquilo que é de seu direito”, destaca. 

Dentro dos equipamentos do Município, são os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) as portas de entrada para o acesso aos direitos, onde famílias em situação de vulnerabilidade encontram o caminho para obter autonomia. 

Em Aracaju, a assistente social Carol Trindade é coordenadora do Cras Maria José Menezes, localizado no bairro Coqueiral, um dos mais carentes da capital. Na área há 11 anos, ela acredita que, sobretudo nesse período de pandemia, o Serviço Social foi e é ponto essencial. 

“Vimos muitos serviços parando, mas os Cras nunca fecharam. Tudo o que já era comum, como solicitação de alimento, de aluguel social, se intensificou, inclusive, para informações relacionadas ao auxílio federal. Nós continuamos na linha de frente, mas invisíveis. No entanto, para a população pobre de Aracaju, foi o Sistema Único de Assistência Social que garantiu acesso a várias informações e benefícios sociais", afirma Carol.
 
Para ela, pessoas que não tinham perfil passaram a ter e comunidades que já eram do perfil, como o Porto Dantas, passaram a apresentar situações mais intensificadas como casos de violência sexual. "Como o Cras é um único espaço aberto, é para ele que as pessoas se dirigem, tanto para denunciar ou até mesmo as vítimas vêm para ter algum socorro”, ressalta ela. 
 
Acolhimento
Trabalhando, no momento, como assistente social da ala para covid-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco, Rose Fraga atuou, no ano passado, no Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar. Segundo ela, a experiência foi única.

“O Serviço Social é o primeiro contato que a família tem quando chega a uma unidade hospitalar. É o Serviço Social que passa todas as orientações, acolhe o familiar, explica todos os procedimentos, principalmente porque esses familiares ficam com muita aflição", explica Rose.
 
Ela conta que, no HCamp, a equipe da assistência social cuidava também dos pacientes, visitando-os nos leitos para minimizar a ausência da família. "Passamos a fazer as vídeochamadas para os pacientes poderem se sentir mais perto da família, para tranquilizar ambos. Passar pela pandemia é uma experiência única. Só quem viveu sabe o que é a alegria de ver um paciente recebendo alta e a dor de ver os que partiram. Ainda é muito doloroso”, relata Rose.

O assistente social, para ela, é o profissional que está à disposição para fazer com que o cidadão seja, de fato, visto e tratado como cidadão de direito. 

“O assistente social é o profissional que atua para garantir e viabilizar os direitos sociais. Quebramos a ideia de que é bonzinho, estamos viabilizando o direito que a pessoa já tem, em qualquer política, seja de saúde, de justiça, de assistência. É muito satisfatório perceber que a pessoa, através do nosso trabalho, consegue superar um problema. Isso não tem preço. E tudo é feito de forma conjunta para alcançar os objetivos que é ofertar meios mais dignos para que o cidadão possa conduzir a sua vida da melhor maneira possível”, completa Rose. 

Em outra ponta, estão os que prestam seu tempo para cuidar daqueles, para alguns, são problemas sociais, mas, na verdade, são apenas pessoas que precisam de ajuda e olhar acolhedor. 

A assistente social Fernanda Fraga gerencia, no momento, a Casa de Passagem Acolher, que abriga, temporariamente, pessoas em situação de rua que não possuem vínculos familiares, condições de auto sustento ou precisam de acolhimento institucional para a garantia da sua proteção social.

“Essa garantia de direitos é um dos principais pilares da atuação do assistente social. Nós somos os mediadores. Não existe quem tem mais ou menos direitos. Atuamos também para quebrar esses preconceitos da sociedade. Por exemplo, com pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas, pessoas que fazem uso de álcool e, muitas vezes, são vistas como um problema. Atuamos para mostrar que ‘não’, essas pessoas também têm direitos, também têm que ter acesso às políticas públicas", pontua Fernanda.
 
A assistente social sente-se gratificada ao auxiliar uma pessoa a conquistar autonomia sobre a sua vida. "Nossa função não é tratar o cidadão como um coitado, estamos para tratar como cidadão que tem direitos e deveres e, se ele não sabe, estamos aqui para mostrar quais são, para ser ponte. Esse momento de pandemia, apesar de ser muito crítico, traz a oportunidade de mostrar o nosso trabalho e a importância da Assistência Social para garantir esses direitos, portanto, dignidade às pessoas”, salienta Fernanda.