Prefeitura trabalha de forma intensiva para retomar o atendimento do Nestor Piva em segurança

Agência Aracaju de Notícias
29/05/2021 15h08

A Prefeitura de Aracaju segue empenhada para restabelecer o atendimento no Hospital Municipal Dr. Nestor Piva, devido ao incêndio ocorrido no início da manhã dessa sexta-feira, 28. Neste sábado, 29, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) acompanhou uma vistoria realizada pela empresa que administra a unidade no tocante às redes elétrica e de gases. Ainda não há previsão para a retomada do atendimento, mas a gestão municipal se debruça para que os serviços voltem à normalidade o mais breve possível.

A inspeção realizada esta manhã pela empresa foi um pedido da gestora da SMS, a médica Waneska Barboza, com o objetivo de certificar que todas as dependências da unidade hospitalar estejam em condições de receber pacientes, trabalhadores e oferecer segurança a todos. A secretária revelou ainda que o retorno do atendimento será paulatino, iniciando com menor quantidade de pacientes.

“Pedimos que fosse feita essa verificação para que pudéssemos ter uma segurança de retorno para as atividades. Inicialmente, deverão ser retornos mais reduzidos, com menor quantidade de pessoas e, progressivamente, a gente vai ampliando esse atendimento. Ainda não temos essa definição, estão sendo feitas algumas vistorias para que a gente possa ter uma definição do momento de retornar, efetivamente, às atividades no hospital”, destaca a secretária.

Waneska lembrou ainda que, dos pacientes transferidos do Nestor Piva para outras unidades de saúde do município, três permanecem em estado grave. “Uma equipe percorreu hoje esses hospitais para avaliar a condição desses pacientes. A grande maioria deles está estável, temos apenas três pacientes mais graves, mas são pacientes que já estavam graves aqui na instituição, com covid-19, intubados e que estavam aguardando transferências para leitos de UTI. Não é possível dizer que o agravamento desses pacientes foi em decorrência do incêndio, somente alguns exames complementares é que poderão constatar isso. Até o momento, não foi necessário fazer esse tipo de investigação e se chegar a essa conclusão”, relata a secretária.

A gestora fez questão de salientar que, mesmo com as transferências dos pacientes do Nestor Piva para outras unidades de saúde municipais, a taxa de ocupação segue estabilizada e dentro da capacidade de controle de retaguarda que o município pode oferecer.

“A SMS já tinha ampliado a sua rede, o que deu condições, inclusive, de acolher os pacientes que estavam no Nestor Piva. Nós estávamos com aproximadamente 50% da taxa de ocupação da rede e, com a ida desses pacientes, a taxa de ocupação está em torno de 70%. Então, o município tem condição de dar uma retaguarda para o hospital nesse primeiro momento em que o hospital não tem condições de ampliar de forma integral. Vamos dar todo o apoio. Estamos tentando algumas estratégias e, se for necessário fazer a ampliação de leitos, isso será feito. Só precisamos ver qual a melhor estratégia a ser feita, visto que precisamos de um tempo menor para poder disponibilizar o atendimento à população”, explica Waneska.

Assistência
Os pacientes, familiares e profissionais que estavam no Nestor Piva no momento do incêndio também recebem atendimento da SMS, em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social e Secretaria Municipal de Planejamento.

“Estamos acompanhando, inclusive, a Secretaria de Assistência Social que, em parceria com a Secretaria de Saúde, fez o acolhimento dessas famílias, que tiveram seus entes que foram a óbito, assim como, acompanhamos as pessoas que estavam aqui e ficaram com o psicológico abalado com a situação que, infelizmente, a gente presenciou”, destacou a secretária, ao lembrar que ao longo dessa sexta-feira, foi montada uma força-tarefa da SMS, acompanhada dos representantes da empresa que administra a unidade, para organizar e traçar estratégias para a retomada imediata dos serviços.

O incêndio
O incêndio no Nestor Piva teve início na sala de prescrição médica da ala covid. No momento do incêndio, havia 41 pacientes na unidade, sendo 24 internados na ala covid, 14 na ala de internação geral e três em observação.

Por causa das chamas, foi necessário evacuar e isolar toda a unidade, sendo necessário remover 35 pacientes e 37 profissionais. Quatro pacientes foram a óbito, todas mulheres, com idade entre 49 e 77 anos. Três delas faleceram no local e uma durante a transferência.

Estado dos pacientes
Dos pacientes transferidos, três estão em estado grave. Desses, dois estão na Unidade de Tratamento de Queimados  (UTQ). Os demais seguem sem alteração no quadro.