Prefeitura investe na aquisição de equipamentos para as Salas de Recursos Multifuncionais

Educação
27/07/2021 09h00

As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) das escolas municipais de Aracaju estão ganhando importantes reforços para o trabalho de Atendimento Educacional Especializado. A Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), está realizando a distribuição de kits pedagógicos que auxiliarão os professores com as atividades cotidianas.

A aquisição destes itens pedagógicos é fruto de um investimento de R$299.521,30, que tem como objetivo fortalecer ainda mais o trabalho realizado nas 24 salas de recurso em funcionamento na rede, e de mais uma que passará a funcionar a partir do próximo semestre letivo.
 
Entre os cerca de 60 itens diferentes, estão alguns específicos para determinados tipos de deficiência, como o Soroban, um tipo de calculadora voltada para pessoas com deficiência visual; e itens mais abrangentes, que podem ser usados em atendimento para crianças com diversos tipos de deficiência.

“As singularidades decorrentes de uma deficiência e/ou transtorno exigem que o currículo e a oferta pedagógica sejam repensadas e adequadas às possibilidades e habilidades de cada estudante. Para garantir e qualificar essa oferta mais especializada são necessários materiais pedagógicos diferenciados e diversificados, muitos deles desenvolvidos especificamente para o trabalho da educação especial. O atendimento deve ser o mais específico possível na particularidade de cada aluno, de cada caso, do jeito que cada um tem e pode aprender”, explica a coordenadora da Educação Especial (Coesp/Semed), Thaisa Aragão. 

A distribuição dos kits pedagógicos para o Atendimento Educacional Especializado está seguindo um cronograma de entrega baseado na divisão administrativa da cidade. Todas as 74 unidades de ensino estão contempladas com essa aquisição.
 
Com circuito psicomotor, sacola criativa, jogos da memória, esquema corporal, reglete positiva, rotinas para autistas, entre outros, os kits equipam as escolas e as salas de recurso multifuncionais, oferecendo novas possibilidades a professores e alunos.

“Independente de deficiência ou não, a escola apresenta desafios para os alunos, para que eles avancem, cresçam e ampliem suas habilidades e aprendizagens. Os alunos público-alvo da educação especial têm um desafio a mais porque, às vezes, o que é apresentado para eles não está adequado, impedindo assim o seu acesso ao conteúdo e ao conhecimento. Então a gente precisa trabalhar continuamente pela acessibilidade em seus mais diversos âmbitos, sobretudo para que não existam barreiras ao acesso à informação e ao conhecimento, que é um direito de todos”, complementa Thaisa.

A professora Iadrelhe Souza de Oliveira atua em Sala de Recursos no município há seis anos. Atualmente lotada na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Elias Montalvão, no bairro Mosqueiro, ela comemorou o recebimento dos novos materiais de trabalho. 

“Para trabalhar com alunos com deficiência, a gente precisa de uma diversidade de materiais,  porquê para desenvolver uma mesma habilidade desse aluno precisamos de metodologias diferenciadas, focadas naquela habilidade. Então, um material rico como este à nossa disposição é maravilhoso. O esquema corporal, por exemplo, será muito útil para trabalhar com nossos alunos autistas e com deficiência intelectual, para que eles aprendam a conhecer o próprio corpo. As rotinas para autistas e os materiais para trabalhar a coordenação motora também são incríveis. Com essa diversificação de materiais, podemos traçar várias estratégias para que o aluno possa se desenvolver mais rapidamente e crescer pedagogicamente”, afirma a professora Iadrelhe.  

Matrícula
De acordo com o último censo escolar, a rede municipal de ensino de Aracaju conta, atualmente, com 846 alunos com alguma deficiência. Ano a ano, o crescimento do número de matrículas deste público vem aumentando de 10% a 15%.

“É direito de todo cidadão o acesso ao conhecimento. A Sala de Recursos  é um serviço essencial de inclusão da pessoa com deficiência, porque é o serviço que trabalha especificamente para facilitar o acesso desses alunos ao conhecimento. E o desenvolvimento e conhecimento são fundamentais para que um sujeito possa se relacionar melhor consigo, com o outro e com o mundo ao seu redor. Portanto, essa foi uma aquisição bastante significativa”, reforça Thaisa. 

“Desde 2017, há um investimento profundo na educação inclusiva, desde a estruturação das salas de recursos, pois encontramos algumas até sem professores, até a contratação de cuidadores e intérpretes de Libras, garantindo a aprendizagem da criança. Todos os nossos ônibus do transporte escolar são adaptados, garantindo o direito à acessibilidade. A demanda está sendo reconhecida, os alunos estão sendo reconhecidos e incluídos. Reconhecemos que ainda não é o ideal, mas seguimos trabalhando para estruturar ainda mais o Atendimento Educacional Especializado”, afirma a secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite.