Corrida Cidade de Aracaju: competidores desafiam limites para completar prova

Agência Aracaju de Notícias
26/03/2022 20h55

A máxima "o importante é competir" representa muito mais do que um ditado popular para os competidores da Corrida Cidade de Aracaju. Devido à dificuldade do trajeto de 24 km, marcado por 19 ladeiras e muitas curvas, que coloca a prova no ranking das mais difíceis do circuito nacional, cruzar a linha de chegada é um grande desafio e um exercício de superação. 

Para a corredora Anne Melo, a superação começou muito antes da prova, quando precisou vencer a depressão, um momento muito difícil que quase a fez desistir da vida. Ela começou a correr durante a pandemia, para recuperar a saúde física e emocional. Anne pegou gosto, passou a treinar sério e decidiu participar da prova de 24 km. 

Sem se importar com as colocações, ela se desafiou até o fim e conseguiu cruzar a linha de chegada. “Esse momento é uma vitória, não só para mim, mas para todos que estão passando por um período desafiador. Nós podemos nos reerguer e conseguir alcançar tudo o que quiser”, incentiva. 

Comemorando ao lado da família, Anne comenta que o incentivo das pessoas que nos ama é fundamental para superar a depressão e durante a corrida não foi diferente. 
 
"O incentivo do público foi fundamental para que eu pudesse completar a prova, ver as crianças batendo palmas, era sempre um fôlego a mais. Quando a gente pensava em desistir, em parar, sempre tinha alguém pra chegar e chamar junto, o pessoal da água, o pessoal da equipe, todo mundo. Foi muito lindo”, relata. 

O corredor Helio Fernandes reforça que o incentivo do público é fundamental. “Dá um arrepio quando a gente ouve os gritos”, diz. Participando pela sexta vez da prova, Helio conta que este ano correu os 24 km acompanhando uma amiga, para que ela pudesse superar a si mesma. Quando ambos cruzaram a linha de chegada, na Praça Inácio Barbosa, dançaram de alegria, recebendo as palmas de quem assistia à chegada dos últimos competidores. 

“É muito emocionante essa chegada, porque corri para incentivar minha amiga. Eu sou da área da saúde, então estou sempre incentivando outras pessoas a correr, a fazer atividade física. No consultório estão expostas todas as medalhas, que é para incentivar a mim mesmo e aos meus pacientes. Então é muito importante participar, principalmente porque essa é uma das corrida mais difíceis do país”, enfatiza. 

Não desistir 
Anderson Dantas, 55 anos, sempre praticou atividade física, mas devido a uma lesão no joelho e às dores provocadas pela chikungunya, passou um tempo parado e precisou voltar aos poucos, sentindo dificuldades. “Corro por uma questão de saúde, e para incentivar quem está parado e acha que não consegue. Eu consegui voltar, e quero deixar essa motivação para mais pessoas. E agora que voltei, não quero parar mais, quero dar continuidade", salienta. 

Correndo pela quinta vez na Cidade de Aracaju, Anne Caroline dos Santos, 38 anos, considera que cada edição é única. “Este ano foi ainda mais, pois estamos saindo de uma pandemia. Hoje a gente está homenageando os nossos amigos que se foram, mas que sempre estarão presentes torcendo pela nossa vitória. A vitória é ter pessoas ao nosso lado, que querem o nosso melhor. Corrida é sempre uma vitória, esporte é uma vitória, não importa a colocação que a gente chega”, reforça. 

A corredora Keyla Riane, 36 anos, completou pela quarta vez a Corrida Cidade de Aracaju e relata que o motivo para não desistir está na força de ser mulher. "Nós enfrentamos tantas coisas e não desistimos, nunca. Comecei a correr depois de uma separação, me sentia fraca e a corrida me fez entender que a gente tem mais força do que imagina. Depois de uma pandemia, fica muito mais emocionante chegar até aqui", expressa, sem conseguir conter a emoção.