Prefeitura já realizou mais de sete mil testes rápidos para identificação de HIV neste ano

Saúde
18/05/2022 16h50

Durante todo ano, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realiza diversas atividades com intuito de conscientizar e incentivar a população a respeito da necessidade de realizar testes rápidos para identificação e tratamento precoce de HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 

No que se refere ao HIV, de janeiro a abril deste ano, já foram realizados 7.036 testes. Neste mesmo período do ano passado, foram realizados 5.613 testes rápidos.

No momento, a rede municipal possui 5.324 pessoas em tratamento de HIV e, em 2022, já foram atendidos 9.892 usuários e, mensalmente, é dispensado 1.600 medicamentos, em média. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a Aids é uma doença causada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças, sendo capaz de alterar o DNA das células mais atingidas. 

“É importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter Aids, pois há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. O vírus tem, em média, dez anos para poder conseguir quebrar a cadeia, reduzindo a imunidade do paciente e aparecendo realmente os sintomas, que são chamados de infecções oportunistas, quando o sistema imunológico está comprometido”, explica a coordenadora do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), Tuberculose e Hanseníase, Débora Oliveira.

Acesso a PrEP e PEP

Na rede municipal de Saúde, os testes rápidos para HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como Sífilis e as Hepatites B e C, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). 

Os usuários têm acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) nas UBSs e no CTA, localizado no Centro de Especialidades Médicas (Cemar) Siqueira Campos. Já à Profilaxia Pós-Exposição (PEP) no CTA e nos Hospitais Municipais Nestor Piva e Fernando Franco.

A Profilaxia Pré-Exposição é um método de prevenção, que consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais via oral em pessoas não infectadas, mas que são suscetíveis à infecção pelo HIV.

Os grupos prioritários para a PrEP são homens que fazem sexo com outros homens, travestis, transexuais, profissionais do sexo, casais sorodiferentes (quando um é soropositivo e outro não). O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para prescrição da PrEP, a qual é feita por profissional após avaliação de critérios de uso para a profilaxia. 

“Já a Profilaxia Pós-Exposição é um serviço de urgência em que o usuário tem até 72h para iniciar a profilaxia e são disponibilizados medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o vírus HIV, em situações de exposição e risco como violência sexual, relação sexual desprotegida [sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha, ou acidente ocupacional, com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico]”, orienta.

Prevenção combinada

A coordenadora salienta que a profilaxia pós-exposição ao vírus HIV, de urgência, é realizada por 28 dias após a exposição desprotegida. Já a PrEP não é uma medida emergencial, mas contínua, porém a prevenção não exclui o uso da camisinha, pois é formada por duas drogas antirretrovirais que só evitam a contaminação do HIV, e o preservativo serve para evitar todas as infecções sexualmente transmissíveis.

A PrEP e a PEP fazem parte da prevenção combinada do HIV. Assim, a PrEP jamais deve ser encarada como uma forma de substituir outros métodos. “Lembrando que nenhuma dessas profilaxias são 100%. O paciente precisa ter ciência que é uma combinação, por isso que o nome é prevenção combinada. A camisinha precisa estar presente, principalmente por conta das outras ISTs [Infecções Sexualmente Transmissíveis]”, relata Débora.

Serviço Especializado

O Serviço Especializado fica localizado no Cemar Siqueira Campos e é porta aberta, ou seja, qualquer pessoa que queira saber a sua sorologia é possível realizar o teste; Já nas UBSs, o atendimento de rotina é voltado para pacientes residentes de Aracaju. Os testes rápidos têm seus resultados disponibilizados em média de 15 a 20 minutos após a realização.

Com o resultado positivo, o tratamento é disponibilizado dentro do SAE, que conta com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, infectologistas, enfermeiros e farmacêuticos, pela manhã e à tarde. Depois do diagnóstico, a pessoa é encaminhada para o Serviço para fazer exames complementares e passar por essa equipe.

Os medicamentos do tratamento ficam no Serviço Especializado, que também é o único do estado. Lá, estão os antirretrovirais remédios para HIV e medicamentos para infecções oportunistas decorrentes do vírus. Com eles, a pessoa infectada tem grandes chances de levar uma vida com mais saúde.