Convidada pela gestão do município de Riachão do Dantas, região Centro-Sul do Estado, a vice-prefeita de Aracaju, Katarina Feitoza, participou de um encontro intersetorial, na Câmara de Vereadores, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, celebrado neste 18 de maio. O debate foi em torno do fluxo de atendimento à criança e ao adolescente vítima, tema que Katarina abordou a partir de sua atuação enquanto delegada de Polícia.
Para a vice-prefeita, é preciso buscar mecanismos para garantir a defesa das crianças e dos adolescentes.
“A gente não pode fechar os olhos para essa realidade porque, infelizmente, ela existe. Nós não podemos mudar o fato. Não podemos, por exemplo, nos casos em que a vítima não sobrevive, trazê-la de volta à vida, mas nós podemos investigar, pedir a prisão e cuidar para que esse tipo de crime seja punido e, mais do que isso, evitado”, afirma Katarina.
A vice-prefeita relembrou que, por causa do abuso à menina Araceli, em 1973, as leis foram endurecendo, as discussões foram acontecendo e o país foi entendendo que era preciso abordar esse tema.
Munida de dados estatísticos, ela relembrou casos que já investigou e falou da importância de uma atuação integrada da Polícia com outros entes, como as próprias Prefeituras e Secretarias Municipais.
“Por causa de tabus, a gente não fala sobre educação sexual, questões de gênero, abuso, etc. Temos, sim, que falar, e Riachão está de parabéns por promover esse debate, reunindo especialistas e o poder público”, avalia Katarina.
O delegado Bruno Santana também participou do evento e falou sobre a parceria da Polícia com esses entes. “É essa parceria que faz com que a gente consiga garantir os direitos humanos, esse é nosso papel. Temos feito um trabalho intenso no combate ao crime, principalmente aos de violência sexual”, ressalta.
A prefeita de Riachão, Simone de Dona Raimunda, agradeceu a presença de Katarina e falou sobre o trabalho de prevenção, que, segundo ela, é realizado no dia a dia. “Desde a porta de entrada, com o agente de saúde, passando pelo olhar diferenciado da enfermeira no hospital, até o acionamento do Conselho Tutelar. É toda uma rede com vários protagonistas”, argumenta.
Para Katarina, essa rede precisa se fortalecer cada vez mais, a fim de que esse tipo de crime seja cada vez menos comum e jamais se torne banal. “Eu já tomei conhecimento de muitos enquanto delegada, inclusive de uma criança de seis meses de idade. E, no dia que eu não me indignar, não me emocionar com isso, eu deixei de ser humana”, destaca.
O evento foi voltado aos profissionais da rede socioassistencial, saúde, educação, conselho tutelar e conselho municipal dos direitos da criança e do adolescente e reuniu gestores e parlamentares da cidade.
Fotos: Jamisson Souza
