Educadores sociais contribuem para a formação de pessoas em situação de vulnerabilidade

Assistência Social e Cidadania
19/09/2022 09h42

Considerados professores, principalmente pelas crianças usuárias da política de assistência social, os educadores sociais, presentes nos equipamentos socioassistenciais da Secretaria Municipal da Assistência Social, administrado pela Prefeitura de Aracaju, exercem uma função parecida, mas com ferramentas diferentes que contribuem para a formação social e cidadã de crianças, adolescentes e idosos. Nesta segunda-feira, 19, esses profissionais são homenageados, uma comemoração ao Dia Nacional do Educador Social. 

Os educadores sociais desenvolvem atividades socioeducativas, culturais, esportivas, recreativas e ressocializadoras realizadas em Centros de Referência da Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), Centros de Referência Especializados para Pessoas com Deficiência (Centro-DIA) e para População em Situação de Rua (Centro POP), Abrigo, Casas Lares e no abrigo para pessoas em situação de rua instalado na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) General Freitas Brandão, no bairro Suíssa.

De acordo com dados da Gestão de Recursos Humanos (RH) da Assistência Social do Município, existem cerca de 112 educadores sociais em todos os níveis da Proteção Social do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Santana, reconhece o papel desses profissionais na garantia dos direitos.

“Os educadores sociais estão na ponta, junto às equipes técnicas das nossas unidades. São profissionais que lidam, diariamente, com indivíduos, famílias, crianças, adolescentes e idosos desenvolvendo atividades que possibilitam vivências individuais e coletivas que contribuem para o desenvolvimento das potencialidades e para a reconstrução de suas próprias histórias. Parabenizo a todos que se dedicam diariamente no seu fazer profissional para acolher, com muito amor e respeito, os nossos usuários”, destaca Simone. 

Para a gerente do SCFV da Assistência Social do Município, Karine de Oliveira, os educadores sociais são peças-chave e tidos como referência pelos usuários.

“O educador social é o profissional que, no âmbito da Proteção Social Básica do Suas, atua contribuindo ativamente para o protagonismo e a autonomia de famílias e indivíduos. Com isso, garantem não apenas o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, mas também os estimulam a conquistarem um novo projeto de vida, possibilitando, assim, a superação de situações de fragilidades sociais vivenciadas”, salienta Karine. 

Educadora social, Juliana Castelo Branco atua no Cras Jardim Esperança, situado no bairro Inácio Barbosa, há quatro anos. Ela iniciou uma graduação em Psicologia com o intuito de atender crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao ver a oportunidade de um concurso para educador social, realizado pela administração municipal no ano de 2009, optou por fazê-lo.

“Resolvi começar na profissão porque reconheço a fragilidade das crianças em situação de vulnerabilidade social e através dela seria um canal para ajudá-las de alguma forma. Já trabalhei com crianças e, atualmente, estou com os idosos, que demandam um planejamento maior porque já possuem experiência de vida”, conta a profissional. 

Juliana já desenvolveu atividades socioeducativas para crianças e, no momento, lida com o grupo de idosos do SCFV “Fraternidade Josefina”, que se reúne todas as segundas-feiras, no salão paroquial da igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Orlando Dantas - um dos bairros de abrangência do Cras - para participar das atividades socioeducativas, já que todos moram no mesmo bairro.

“Procuro proporcionar momentos de lazer e bem-estar com atividades voltadas para o desenvolvimento cognitivo, para a saúde física e mental. Eu amo o que faço porque é uma alegria e saber que eles têm um momento para estar comigo, com os colegas, compartilhando momentos de felicidade, é gratificante mesmo. Ser educador social é dar o melhor de si, ter muita dedicação e amor porque você conhece a ‘vidinha’ de cada um deles e sei que não é fácil a situação não apenas da vulnerabilidade, mas da carência de afeto. O que eu puder levar para eles de carinho, de amor, levarei”, finaliza a educadora. 

Há oito anos, a educadora social Catharine Valois atua no Cras Risoleta Neves, no bairro Cidade Nova. Ela também foi aprovada no concurso realizado em 2009, sem saber exatamente qual era a função de um educador social. Atualmente, ela trabalha com crianças e adolescentes de 0 a 17 anos de idade e grupo de idosos.

“Achava que era ligado à educação. A partir daí, entrei na Assistência Social e conheci um mundo diferente e fui crescendo pessoal e profissionalmente. Estar no meio de uma comunidade carente e poder contribuir com a vida deles, no dia a dia, é algo muito gratificante. Gosto de trabalhar com todos os grupos. Executo atividades socioeducativas de acordo com a faixa etária do grupo. Com os idosos, eu mais aprendo do que ensino porque eles já possuem uma experiência de vida fantástica, então, procuro conectá-los por meio das lembranças e com os momentos atuais. Ser educador social é poder contribuir para que a vida deles seja um pouco diferente. É contribuição, troca de afeto, carinho, amor, é um fortalecimento de vínculos mesmo. Se puderem sair daqui 1% melhor do que chegaram, já fico satisfeita”, relata Catharine. 

O Cras Risoleta Neves, localizado no bairro Cidade Nova, foi o primeiro equipamento em que educadora social Kely Cristina Florêncio atuou. Graduada em Letras Português/Inglês, ela trabalha há cinco anos no Cras Madre Tereza de Calcutá, localizado no Largo da Aparecida, no bairro Jabotiana, com crianças a partir dos 6 anos de idade a idosos.

“Sou educadora social há 12 anos. Não tinha expectativa sobre como funcionava e fui aprendendo no dia a dia. Comecei a ter acesso a um público que não tinha antes. Fui me adaptando e o fato de ser mãe me ajudou muito porque consegui voltar o meu olhar para as crianças e compreender o contexto delas. A nossa principal ferramenta é o vínculo que traz a confiança para entendermos ainda mais a situação de vulnerabilidade das famílias, quais as expectativas das crianças, para mudar a visão delas em relação ao futuro. Estamos aqui para mostrar ao nosso público que eles têm direitos e como eles podem acessá-los e faço isso de forma lúdica para transformar a vida deles”, conta Kely.