De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), das um milhão de doses de Pfizer Baby distribuídas para todos os municípios do país, apenas 2,5% foram aplicadas. Porém, em Aracaju, o cenário foi completamente diferente.
Na capital sergipana, as doses começaram a ser aplicadas em 21 de novembro, e em apenas uma semana todas as mil doses recebidas pelo município já tinham sido administradas. O motivo dessa diferença em comparação com o restante do país foi a estratégia adotada pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A gestora da SMS, Waneska Barbosa, explica que o município, entendendo a urgência de iniciar a vacinação do público com menos de três anos, decidiu ampliar a idade do calendário vacinal sem restrições.
“Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a cada dois dias uma criança com menos de cinco anos ainda morre de covid no Brasil, e essa é uma média que se mantém desde o início da pandemia, em março de 2020. E considerando que já iniciamos a vacinação do público com três anos ou mais há alguns meses, entendemos que devemos focar totalmente nesse público mais jovem, a partir dos seis meses de vida, independentemente da condição”, pontua.
E essa estratégia do município de Aracaju também se baseia nos dados do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, segundo os quais 40% dos óbitos e 70% das internações no país ocorrem em crianças previamente saudáveis.
“Então limitar o acesso à vacina nesse momento seria um grande equívoco, já que a maior parte das crianças internadas são saudáveis. Além disso, agilizar essas aplicações também é uma forma que encontramos de tentar diminuir o prejuízo da demora do processo para recebermos as primeiras doses. Desde setembro a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tinha liberado a aplicação, mas apenas em novembro recebemos os primeiros imunizantes e, mesmo assim, em uma quantidade bem aquém do necessário”, complementa Waneska.
Aracaju recebeu e aplicou mil doses da Pfizer Baby, porém, nesta faixa etária (seis meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias), a capital tem um público esperado de 25 mil crianças. As segundas e terceiras doses para quem já tomou a primeira estão reservadas e serão aplicadas no intervalo determinado pelo MS.
A segunda dose da Pfizer Baby deve ser aplicada após 28 dias da primeira dose. Já o prazo para a terceira aplicação deve ocorrer 56 dias após o recebimento da segunda dose.
Foto: Sérgio Silva
A secretária da Saúde, Waneska Barboza