Perimetral Oeste: Prefeitura atua pela proteção da fauna no entorno das obras

Agência Aracaju de Notícias
13/01/2023 18h20

Com o intuito de salvaguardar a fauna existente em toda a extensão da avenida Perimetral Oeste, equipes da Prefeitura de Aracaju realizaram nesta sexta-feira, 13, o salvamento e monitoramento da área 3 do projeto, no bairro Lamarão, onde está sendo construído o conjunto habitacional para o reassentamento de famílias afetadas pela obra. No local, onde há a predominância do ecossistema de manguezal, foram identificadas a presença e salvamento, principalmente, de crustáceos, a exemplo do caranguejo.

Por se tratar de uma obra complexa, além de todo o trabalho social que tem sido realizado, a Prefeitura de Aracaju faz um monitoramento ambiental dessas áreas, a partir de estudos, diagnósticos, relatórios técnicos e trabalhos de campo.
 
Com isso, são levantados indicadores de fauna, flora, recursos hídricos e de solo para que seja possível a atuação de uma equipe contratada pelo município para a supervisão desses bens, que conta com engenheiro florestal e ambiental, técnico em meio ambiente e biólogo especialista em fauna. 

“Esse trabalho é de resgate e afugentamento da fauna justamente para a preservação e conservação da biodiversidade existente no local onde ocorrem as obras. Todo o trabalho ocorre em conjunto entre a equipe de fauna e de flora e também com a obra, então à medida que as máquinas avançam, esses especialistas acompanham, fazendo o monitoramento e salvamento. Essa ação ocorre até que as obras sejam finalizadas, atuando, principalmente, junto às espécies mais vulneráveis, mitigando os impactos ambientais e preservando a biodiversidade”, explica a engenheira florestal e coordenadora ambiental do projeto da Perimetral Oeste, Heloísa Thaís Rodrigues.

De acordo com a especialista ambiental do consórcio responsável pela supervisão ambiental, Luciana Pivello, esse trabalho realizado junto às obras de construção da avenida Perimetral Oeste e do conjunto habitacional no Lamarão é uma condicionante específica que deve ser cumprida para a garantia da licença necessária à continuidade das obras.

“Acompanhando o desmatamento, podemos notar algum animal a ser resgatado e/ou afugentado. O mangue é um ecossistema mais tranquilo, devido a todas as suas características de influência da maré, então aqui a maior possibilidade é de aparecer caranguejo e, eventualmente, algum tipo de cobra. Temos um biólogo responsável pelo manuseio de animais, para que eles sejam resgatados e levados a uma área de vegetação semelhante àquela onde foi encontrado. Caso tenha algum animal ferido, fazemos a coleta e levamos para o Centro de Atendimento aos Animais Silvestres (Cetas), de responsabilidade do Ibama”, detalha.

Esse trabalho busca preservar a biodiversidade da população em volta, mantendo o equilíbrio e controle de vetores, como explica o biólogo da equipe de supervisão, Marcelo Belisário.

“O resgate favorece a perpetuação da espécie, pois quando se faz isso, conseguimos tirar a carga genética sem destruí-la, deslocando para um local onde perpetuamos e favorecemos a miscigenação genética em prol da espécie. O trabalho, além de salvar os indivíduos, mantém a espécie a longo prazo, porque você mantém a carga genética. Quando isso não acontece, você tem a chamada ‘morte silenciosa’, que ocorre quando os indivíduos são muito parecidos e isso, a longo prazo, acaba prejudicando a espécie. O acompanhamento se torna importante para que consiga salvar populações de espécies e prolongar a vida dessas comunidades, além da preservação do mangue e todo o seu contexto em volta”, diz.