Em Aracaju, Estação Cidadania - Esporte contribui para empoderamento da mulher

Juventude e Esporte
08/03/2023 15h30

No esporte, regras são criadas para que a competição aconteça de forma justa, com direitos iguais para os participantes. Mas, se usarmos a metáfora do esporte para a vida, essa justiça nem sempre se aplica. Bem por isso que, como nas diversas áreas de atuação na sociedade, a mulher ainda tem que buscar por respeito na prática esportiva.

O trabalho para o protagonismo da mulher no esporte, em Aracaju, além do apoio às atletas em competições, tem sido fortalecido pela Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp) com a valorização do espaço para atuação de 12 profissionais, que exercem, entre outras funções, a de professora de modalidades, estagiária e atleta na Estação Cidadania – Esporte "Radialista Carlos Magno", localizada no bairro Bugio.

Para além disso, o complexo esportivo, o maior da rede pública na Oeste da cidade, recebe 827 alunas, que desenvolvem atividades nas 15 modalidades disponíveis, quantitativo superior  à participação masculina, que é de 642 alunos, fato que evidencia o acolhimento e promoção da mulher no esporte.

De luta em luta, no jiu-jitsu ou na vida, é assim que a atleta da modalidade e estagiária da Estação, Jéssica Menezes, destaca a sua busca por espaço e respeito no mundo da prática esportiva.

“O jiu-jitsu é, tipicamente, um esporte masculino e todos os dias a gente luta. O caminho quando você vai para as artes marciais, é um caminho mais árduo, e a luta não é somente aqui [no tatame], é fora, com olhares, é muito difícil. Somente uma mulher vai entender, porque o preconceito está camuflado, temos lei, mas ele fica ali, camuflado”, conta Jéssica.

A estagiária ainda ressalta como participar da Estação Cidadania tem sido importante para a sua atuação como mulher e atleta. “Assim como outras mulheres trilharam um caminho para que eu pudesse estar aqui, eu agradeço à Sejesp por me dar a oportunidade de contribuir para uma nova geração de mulheres”.

Diferente do jiu-Jitsu, a ginástica rítmica (GR) é um esporte predominantemente praticado por mulheres, e a delicadeza dos seus movimentos não é indicativo de fragilidade dos adeptos da modalidade.

A ex-atleta olímpica e professora de GR da Estação, Larissa Barata, destaca como a modalidade empodera mulheres no esporte e em outras áreas da vida. “A ginástica rítmica, como qualquer outro esporte, melhora a autoestima, que vem para fortalecer que podemos chegar aonde quisermos, que podemos traçar objetivos e lutar pelo nosso lugar”.

Ela ressalta ainda como seu trabalho de professora de GR contribui para a formação social de meninas.

“A importância pra mim, como professora, é proporcionar às minhas alunas todo o aprendizado que o esporte pode trazer para as nossas vidas. Eu costumo falar para elas que os troféus e as medalhas são consequência do trabalho, mas o que o esporte vai trazer para a vida delas é muito maior que isso, porque através dele fazemos amizades, temos disciplina, aprendemos a ter objetivo, a ser determinada, a vencer a nós mesmas”, pontua a ex-atleta.