A primeira atração do palco Luiz Gonzaga trouxe uma mistura particular, o xote, o xaxado e o baião foram representados nesse balaio cultural que é o som da Banda Naurêa. Formada em Aracaju em novembro de 2001, a Naurêa toca basicamente o que se chama de Sambaião. Como o nome já sugere, uma mistura de samba e baião. A banda recebe informação musical de várias partes do Brasil e do mundo: das batidas populares do universo negro de Laranjeiras ao costarriquenho Reggaeton; da música pouco convencional de Tom Zé às melodias de Cuba e do Leste Europeu; das guitarras ‘caribenhas' do Pará ao apelo do R&B e do Hip Hop. A idéia, muito mais do que fazer mistura, é mostrar as potencialidades do forró, ter uma sonoridade própria com um sotaque local. Com sete anos de existência, três CDs e um DVD lançado recentemente a Naurêa animou o grande público da terceira noite do Forró Caju. Após um show eletrizante a Naurêa concedeu entrevista à Agência Aracaju de Notícias.
AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS - Como a Naurêa, já com sete anos de estrada, três CDs gravados e um DVD, venceu o desafio de definir um sotaque sergipano para o forró?
Márcio de dona Litinha- A Naurêa fixou o baião como medida própria, visualizou o forró como música universal e, com essa mistura, potencializou as latitudes dos forrós sergipano e brasileiro.
AAN - Depois de turnês pelo exterior e de ultrapassar as barreiras de Sergipe, quais os próximos desafios da Naurêa?
Alex Santana - O desafio da Naurêa é divulgar cada vez mais o nosso trabalho. Temos a meta de lançar, em vez de mil cópias de cada CD, trinta mil cópias de cada um dos nossos trabalhos. A Naurêa ainda não deu nenhum passo, no sentido de divulgação ostensiva, no Brasil e no mundo. A música da Naurêa é universal, por isso o nosso principal objetivo é divulgar ainda mais o nosso trabalho.
AAN - Depois de percorrer essas terras além fronteiras, o Forró Caju tem um sabor especial para a Naurêa?
Alex Santana - O Forró Caju tem sempre um sabor especial, pois foi o primeiro evento que deu oportunidade a Naurêa de mostrar o seu trabalho para um público tão grande. A Naurêa se sente orgulhosa de tocar em um evento que é a maior manifestação de forró do país. Com certeza o Forró Caju é o evento mais esperado pela Naurêa. A banda se prepara durante todo o ano para dar o melhor de si.
AAN - Como o público tem recebido o sambaião no Brasil e no exterior? A música da Naurêa foi compreendida?
Patrick Tor4 - A recepção da música da Naurêa é muito boa para quem não tem preconceito, pois, se tratando de uma música universal, é música para quem está a fim de ouvir música universal.
Léo Airplane - O público da Naurêa se identifica com o inusitado. A recepção é muito boa por se tratar de uma novidade boa.
AAN - Fale um pouco desse novo DVD e do que vocês destacam desse mais recente trabalho.
Patrick Tor4 - Esse primeiro DVD é especial, pois a Naurêa celebra o primeiro e o segundo CD da banda. Além disso, o novo DVD traz convidados muito especiais, como o parceiro Hot Black, Silvério Pessoa e Genival Lacerda, que é, assumidamente, um dos grandes ídolos da Naurêa. Esse novo DVD deu a oportunidade ao nosso público de trocar mais energia com a banda, nos trouxe um feeling maior com o público, e isso traz resultados inimagináveis, pois as pessoas têm oportunidade de ver o show da Naurêa em casa.