Os agentes comunitários de saúde se juntaram aos de endemias no combate à Dengue em Aracaju. A decisão de formar um mutirão para visitar em bloco todas as 220 mil moradias da cidade e, num prazo de 30 dias, exterminar o mosquito causador da doença, o Aedes Aegypti, atendeu a um pedido do prefeito Edvaldo Nogueira, em reunião com a categoria na noite de ontem, segunda-feira, no pátio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Anísio Dário, bairro Ponto Novo.
Cerca de 900 agentes irão reforçar o trabalho educativo nas comunidades e identificar focos do mosquito em áreas onde há o acúmulo de água limpa e parada. A ação vai se somar a outras medidas adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), como campanhas de prevenção, pontos de hidratação e atendimento prioritário no Hospital da Zona Norte, no Cirurgia, e nas demais unidades da rede municipal, e até a criação de uma força-tarefa de limpeza e remoção de entulhos em ruas e terrenos baldios, sob a coordenação das Empresas Municiais de Serviços Urbanos (Emsurb) e de Obras e Urbanização (Emurb).
"Adotamos todas as medidas necessárias, mas mesmo assim o número de casos aumentou. Gostaria de pedir a todos um gesto de solidariedade e de boa vontade no sentido de fazer um esforço a mais para vencermos a guerra contra o Aedes Aegypti. Por conta desse momento difícil vivido no país, vamos provisoriamente colocar as mochilinhas nas costas e ir de casa em casa fazer esse mutirão para evitar que o surto de Dengue também chegue a Aracaju", alertou o prefeito Edvaldo Nogueira.
O secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, enfatizou que essa ação coletiva é fundamental para o enfrentamento da doença. "A formação desse verdadeiro exército de pessoas trabalhando contra a Dengue será tão importante nesse momento decisivo quanto todas as políticas que desenvolvemos até agora. Nossa meta é em um mês reverter a situação e tranqüilizar a população. Os agentes atenderam ao pedido do prefeito e irão se somar às campanhas que estamos desenvolvendo", afirmou.
Para o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias do Município de Aracaju (Sacema), José Antônio Santos, a gravidade da situação nacional justifica uma maior mobilização da categoria para evitar que a capital sergipana repita os índices alarmantes do Rio de Janeiro e de Maceió (AL). "Levando em consideração a gravidade do momento, todos irão fazer um pouco mais, independente de classe social, cor, idade ou posição política", informou.
Solidariedade
Agente comunitária de saúde desde 2000, Marlene Silva Santos ficou sensibilizada com a situação e garantiu que não vai medir esforços para ajudar. "Há muitos anos trabalho com a comunidade e não é atendendo um a mais ou outro a menos que vai fazer diferença para mim. Mas com certeza, fará uma grande diferença para a população. É hora de ajudar, de pensar no coletivo e dar às mãos à Prefeitura e à sociedade", ressaltou.
Presenças
Participaram da reunião os coordenadores da rede de atenção básica e os gerentes das unidades de saúde; a deputada estadual Tânia Soares; o vereador Dr. Gonzaga; o presidente do Sindicato dos Médios de Sergipe (Sindmed), José Menezes; o secretário municipal de Governo, Bosco Rolemberg; a assessora de Políticas Públicas para a Juventude do Município, Carla Trindade; e o presidente do diretório estadual do PCdoB, Halison Sousa.