Uma criativa e dinâmica peça teatral abriu hoje, terça-feira, o Seminário de Educação em Saúde para Multiplicadores de Controle da Dengue, que aconteceu na Sala dos Cursilhos de Cristandade, anexa à Rádio Cultura de Sergipe. Donas de casa, agente de saúde, a morte e o próprio mosquito foram os personagens que informaram e divertiram o público durante a abertura do seminário.
Realizado pelo recém instalado Comitê Popular de Combate à Dengue, o evento teve a participação de representantes de órgãos de saúde e sociedade civil em geral. Iniciativas como essas complementam as atividades desenvolvidas pelo município de Aracaju, que está trabalhando com a orientação e a conscientização da sociedade, além do tratamento dos atingidos pela doença.
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue em Aracaju, Taíse Cavalcante, esse trabalho deve ser contínuo. "Temos um grupo organizado com profissionais de saúde, além das próprias unidades de saúde, que são referências nos bairros, mas esse é um trabalho que deve acontecer o ano inteiro, não somente em épocas críticas como a que vivemos agora. A dengue é um problema de todos", declarou.
Taíse reforça ainda que toda a população deve se sentir responsável pelo controle da doença. "Todos somos responsáveis pela situação que estamos vivendo. A Secretaria Municipal de Saúde deve continuar trabalhando firme e fazer com que as pessoas saibam que esse momento é de continuar o que vem sendo feito. A conscientização é fundamental", disse.
Para o enfermeiro e consultor técnico da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Osvaldo Bonetti, o seminário é mais uma oportunidade para ampliar conhecimentos e proporcionar atividades de educação e saúde que auxiliem no combate à dengue.
"Nosso objetivo nessas visitas aos estados onde há muitos casos registrados, a exemplo de Sergipe, é fortalecer as gestões municipal e estadual ampliando o conhecimento sobre a doença para além dos profissionais de saúde. Trata-se de uma união de esforços para ter a sociedade como ativa no combate a essa epidemia", informou.
Bonetti ressaltou que desde a semana passada, quando iniciou os trabalhos em Sergipe, os resultados começaram a aparecer. "Com a ajuda do Movimento Popular de Saúde (MOPS), que já é parceiro do Ministério da Saúde, estamos fazendo uma grande mobilização, visitando igrejas de diversas religiões, universidades, Correios - inserindo o carteiro nessa batalha -, movimentos urbanos e rurais", disse.
Integração
Ainda de acordo com Osvaldo Bonetti, o empenho de órgãos federais, estaduais e municipais tem sido decisivo para fomentar as atividades propostas pelo Comitê Popular de Combate à Dengue, assim como a conscientização da população. "Pretendemos capacitar multiplicadores da própria sociedade civil, como lideranças comunitárias, membros das igrejas e estudantes da área de saúde, para colaborarem com a vigilância", disse Bonetti.
Ele conta que entre as ações propostas aos engajados na luta contra a dengue estão a implementação de comitês locais de combate à doença, a realização de atividades de educação e saúde e o repasse à população de informações sobre a eliminação do mosquito.
Identificação da doença
Como um dos principais responsáveis pelo seminário, o representante do Ministério da Saúde disse ainda que é preciso proporcionar às pessoas noções de identificação de casos de dengue. "Não podemos gerar um pânico na população e fazer com que a pessoa procure os postos de saúde ao primeiro sintoma de dengue. Para isso, é preciso informá-las, conscientizá-las e convencê-las sobre a importância do tratamento precoce, caso a doença seja realmente diagnosticada", disse.
Na programação do seminário foram apresentados os mapas da dengue nacional, sergipano e de Aracaju. Também foram fornecidas orientações de hidratação, procedimento fundamental ao paciente contaminado.
Além disso, os participantes tiveram acesso a uma oficina de construção de armadilhas caseiras para capturar a fêmea do mosquito, responsável pela proliferação da doença. Ao final do evento foi definida uma agenda de ação do Comitê nos bairros da capital sergipana. Em seguida, todos seguiram em uma caminhada pelo centro da cidade, distribuindo panfletos e mostrando a importância da luta contra a dengue.
