Educadores sociais do Programa Acolher desenvolvem trabalhos com população em situação de rua

Assistência Social e Cidadania
16/02/2009 08h47

As rondas realizadas pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), em parceria com a Guarda Municipal, Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) e Polícia Militar, já vêm surtindo efeito. Semanalmente, equipes do Programa ‘Acolher: da rua à cidadania', da Semasc, percorrem os logradouros públicos para retirar crianças, adolescentes, adultos e idosos que estão em situação de rua.

Na última ação realizada na sexta-feira, as equipes percorreram as praças do Incra, Cruz Vermelha, Expedicionários, da Leste e do Siqueira Campos, além das imediações da ponte Aracaju/Barra. Em todas as praças não foi constatada a presença de nenhuma pessoa. Já nas imediações da praça da Leste, um casal estava em uma das calçadas da estação ferroviária.

Educadores sociais foram até o local e conversaram com o casal que afirmou ser de Aracaju e que possuía residência. No mesmo instante foram aconselhados a saírem das ruas e a retornar ao domicílio para que não estivessem expostos a nenhum tipo de risco.

Ao se deslocar para as imediações da ponte Aracaju/Barra, a equipe do Acolher encontrou uma pessoa já conhecida dos educadores sociais. Ao encontrar a equipe, a jovem de 22 anos, que vive com um companheiro sob a ponte, contou que não quer mais ficar nesta situação e que pretende retornar a sua cidade natal, o município baiano de Feira de Santana. A jovem foi encaminhada para retirar os documentos pessoais para que possa retornar a sua cidade de origem.

Encaminhamento

Quando o cidadão é abordado na rua, os educadores tentam convencê-lo de que a rua não é o melhor local para ele. Se não tiver para onde ir, a equipe do Programa oferece os serviços da Central Permanente de Acolhimento, mantida pela PMA, através da Semasc. Este é o papel do Acolher: promover a reinserção familiar e comunitária, estimulando o fortalecimento desses vínculos. O Programa, que faz parte da Rede de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, é destinado a dar abrigo por um período de no máximo três meses a crianças, adolescentes, adultos e idosos que vivem em situação de rua.

Somente em 2008, a Central Permanente de Acolhimento atendeu 218 pessoas. Desse total, seis foram idosos, 35 adultos, 73 crianças e 104 adolescentes. Cada cidadão é ouvido individualmente e seus dados são registradas, bem como suas necessidades pessoais e sociais. Ao constar as carências, a pessoa pode ser encaminhada para outros equipamentos da Prefeitura de Aracaju para receber o atendimento necessário, como por exemplo, serviços de saúde. Outro serviço prestado pela Central de Acolhimento é o encaminhamento para a retirada de documentos pessoais, como Certidão de Nascimento.

Em um ambiente familiar e confortável, o cidadão desfruta de dormitórios, cozinha, banheiros, além de instalação de lazer. As refeições também são servidas aos usuários, que tomam café da manhã, lancham, almoçam e jantam em um refeitório coletivo com horários pré-fixados e cardápio definido para atender aos padrões nutricionais adequados às condições de saúde e idade dos usuários.

Atualmente a Central funciona na rua Tenente Wendel Quaranta, 1.344, bairro Cirurgia. As atividades são realizadas por 36 profissionais, entre coordenador, assistente social, psicólogo, advogado, educadores sociais, auxiliar administrativo, estagiários e pessoal de apoio. Todos trabalham com uma única meta: dar uma melhor qualidade de vida e uma nova esperança aos cidadãos que vivem nas ruas.