A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) paga aos médicos um salário compatível ou superior ao das demais capitais do país. É o que garante o secretário municipal de Finanças, Jeferson Passos, ratificando a impossibilidade de atender ao aumento fora da realidade sugerido pelo sindicato da categoria, que reivindica um piso salarial de cerca de R$ 8 mil por uma carga horária de 20 horas semanais. "Isso significa um salário de mais de R$16 mil para quem trabalha os dois turnos", observa Jeferson.
Conforme o secretário de Finanças, nenhuma capital do país paga uma remuneração ao menos equivalente à proposta pelos profissionais responsáveis pela saúde do aracajuano. "É algo impraticável. Uma despesa com a qual o município não tem condições de arcar", ressalta Jeferson. "Nossa média já é compatível com o que é praticado nas capitais brasileiras. Até maior que algumas delas", coloca.
No início deste ano, a Prefeitura de Salvador, um município com o custo de vida bem elevado, se comparado ao de Aracaju, realizou concurso para contratação de profissionais da saúde. O salário inicial dos médicos: R$ 2.156,25, por 20 horas semanais, e R$ 4.555,33, por 40 horas. "É um valor abaixo do nosso. Aqui, para a jornada de 40 horas, o inicial é de R$ 4.759.60", destaca o secretário de Finanças.
Na capital sergipana os médicos que atuam 20 horas por semana (são 173) recebem um salário médio de R$ 2.536,10. Já para os que têm carga horária de 40 horas (170), o valor médio é de R$ 5.428,18. Há ainda profissionais com carga horária de 24 e 30 horas, com salários de R$ 3.732,22 e R$ 3.447,54, respectivamente. "O profissional que trabalha 24 horas dá dois plantões de 12horas por semana, por isso tem uma remuneração maior", explica Jeferson. Ao todo, 535 médicos compõem a rede municipal.
Concessões recentes
O atendimento a reivindicações específicas dos médicos também é uma prática comum à Prefeitura de Aracaju. Um ponto de destaque diz respeito ao plano de cargos e salários da categoria. "É uma carreira estruturada, organizada, que permite a eles uma progressão constante, com aumentos a cada dois anos", afirma o secretário municipal de Finanças.
Recentemente o poder público municipal concedeu aos médicos o fim do teto salarial. Agora eles não deixarão mais de receber verbas de natureza salarial pela progressão por título ou os adicionais noturnos em função de os valores serem limitados por um teto pré-estabelecido. "Com o fim do teto, eles passam a receber integralmente, sem restrição. Todo e qualquer adicional será pago", comenta Jeferson.
A PMA também concedeu aos médicos mais 60 dias de licença para tratamento de saúde - além dos 60 aos quais já tinham direito - sem prejuízo na remuneração, além de ter aumentado o auxílio-alimentação dos plantonistas em 25%. Outro item atendido foi a constituição de uma comissão para avaliação contínua das condições de trabalho. "Assim vamos promover atividades que visem melhorar as condições de trabalho dos médicos constantemente", complementa o secretário de Finanças.
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