Para cada jovem que perde a vida em acidentes no trânsito, outros 19 sobrevivem. Mas desse total, ao menos seis passam a viver com sequelas graves, que muitas vezes os impedem de se locomover. Essas informações decorrentes do comportamento dos adolescentes no trânsito foram passadas pelo mestre em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Biavati, em palestra realizada na tarde desta segunda-feira, no ginásio de esportes Charles Moritz. O momento fez parte da Semana Nacional do Trânsito, lançada pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, na última sexta-feira.
Antes da exposição do especialista em educação para o trânsito, o prefeito deu as boas vindas aos cerca de mil estudantes presentes. "Estamos começando uma série de campanhas educativas sobre o trânsito e queremos chamar a atenção de todos para a necessidade de melhorarmos nosso transporte. Por isso fiz questão de vir aqui agradecer a presença de vocês", discursou o prefeito, destacando a importância de conscientizar os jovens "para que eles possam alertar seus pais em suas residências".
Alunos de 12 escolas da rede municipal de ensino acompanharam a palestra ‘Juventude em trânsito - corpo, cidadania e liberdade responsável'. Além deles, jovens de três instituições particulares e de projetos assistidos pela Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc) também estiveram presentes. "O foco é o jovem. Assim vamos obter uma geração mais educada, mais consciente e mais preocupada com estes aspectos da segurança no trânsito", disse o diretor de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), major Paulo César Paiva.
Exemplos
Através de exemplos de jovens que sobreviveram a acidentes, mas hoje carregam sérias consequências por não terem se portado da forma correta no trânsito, Biavati procurou alertar os estudantes para que não corram riscos semelhantes. "A idéia foi mostrar que, na verdade, o trânsito não é feito só de regra, nem só de obediência, é feito também de consciência, sobretudo a consciência da fragilidade do corpo", afirmou o palestrante.
Segundo ele, uma ação preventiva fundamental, mas muitas vezes negligenciada pelos adolescentes, está na utilização do cinto de segurança no banco traseiro do automóvel. "Essa é uma situação básica do trânsito muito ligada ao final de semana dos jovens. É comum eles saírem no banco de trás e em caso de acidente, se não ocasionar a morte, pode acabar numa grave lesão cerebral ou medular", comentou Biavati, lembrando que todo ser humano deve sempre "resguardar sua integridade física".
Veja mais...
Sociólogo da UNB fala sobre autocuidado de jovens no espaço público