Aracaju é a primeira capital a ter lixo todo processado

Agência Aracaju de Notícias
16/04/2013 18h27

Os aterros sanitários são o destino dos resíduos sólidos em 27% das cidades brasileiras. A autorização 404 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a lei 11.107/2005 materializam a criação desses locais. A primeira constitui as diretrizes para o licenciamento ambiental dos aterros de pequeno porte. A segunda define normas para a gestão em consórcio intermunicipal.  

Inseridos nisso, uma parceria firmada pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro, apresentou na manhã de hoje, 16, a realocação dos lixões dos bairros Santa Maria e Palestina para um grande aterro sanitário, em Rosário do Catete.  O aterro é administrado pela Estre Ambiental, empresa fundada em 1999 e presente no Brasil e em diversos países que tem como prioridade trazer a consciência de que lixo é apenas o começo de toda a transformação da sociedade.

O processo de tratamento desses dejetos será feito em duas partes. Primeiro, transporta-se o lixo urbano de Aracaju e Socorro para carretas com capacidade para receber até cinco caminhões de lixo, com isso se consegue reduzir o custo em até 71%. Essa etapa inicial se dá na Unidade de Transbordo, localizado no povoado Tabocas, em Socorro. De lá, este segue para o grande aterro. A área com 150 hectares está instalada no município de Rosário do Catete, a 27 km da capital, obedecendo a regra estabelecida pela Infraero de que este deveria se localizar a uma distância mínima de 20km do aeroporto.

No Lixão da Terra Dura existia desde 1986, mas em 2003 foi transformado em aterro controlado. Lá trabalhavam 60 catadores cadastrados, 4 funcionários da Emsurb e 24 funcionários da Torre.

Chorume

Cada lixão desses, do bairro Santa Maria em Aracaju e da Palestina em Nossa Senhora do Socorro produzia uma grande quantidade de  chorume, que é um  líquido poluente, de cor escura, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos que pode infiltrar-se no solo dos lixões e contaminar a água subterrânea. O chorume possui alta concentração de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), danoso ao solo, afetando de forma direta o lençol freático. Outro poluente é o gás metano, que compromete a camada atmosférica. Assim, com o tratamento adequado do lixo há um grande ganho ambiental. E, o cenário de poluição em Aracaju começa a modificar com a criação dessa unidade de tratamento.

Genival Nunes, Secretário Estadual do Meio Ambiente, vê o Aterro Sanitário como um fator histórico extremamente importante para o Estado. "Com essa criação, nossa Capital deixa de depositar seus resíduos em locais indevidos para um ambiente propício. Todo encaminhamento e segurança técnica foi executada de forma eficiente, e isso trará benefícios para os municípios envolvidos e para o meio ambiente, como um todo, mas a população terá que colaborar com a coleta seletiva", completou.

O promotor do Meio Ambiente de Nossa Senhora do Socorro, Sandro Luis da Costa  revelou que o trabalho da promotoria vem desde a década de 90. "Esses lixões causam um problema a saúde da população, ao meio ambiente e ao transito aéreo. O grande problema do lixão do bairro Santa Maria está no alto teor de chorume que contamina o solo, justamente na região em que se concentra o lençol freático do Marituba, mais importante do estado, que se estende da Barra dos Coqueiros à São Cristovão e, pode ser uma das fontes de água potável para o futuro", assegurou.

A realocação dos lixões já é algo comemorado pela população local. "A nossa região vai voltar a ter valor. Porque a quantidade de insetos e urubus, devido ao lixão, prejudicava nosso dia a dia. Acredito que vai mudar bastante e a população só tem a ganhar com isso", comemorou Edmilson Santos (conhecido como Tico do Guajará), líder comunitário do conjunto Guajará.

 

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