Com LIRAa, Prefeitura mapeia possíveis focos e amplia combate ao Aedes

Saúde
26/03/2024 16h30

Ano a ano, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), apresenta à sociedade aracajuana o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), cuja execução acontece a cada dois meses na capital. Por meio do estudo, que coleta e trata informações a respeito do índice de infestação do mosquito na cidade, a gestão municipal consegue mapear os bairros e nortear as ações de combate, garantindo, dessa forma, resultado de indicadores em médio risco para infestação no município, conformou apontou os dois levantamentos divulgados este ano.

O segundo LIRAa de 2024 foi apresentado no dia 15 deste mês e identificou um índice de infestação de 1,2, considerado como médio risco para surtos ou epidemias. Há, no entanto, mais duas camadas de classificação: baixo risco, entre 0 e 0,9; médio risco, 1 a 3,9; e, acima de 4, classificado como alto risco. Segundo o gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes Aegypti, Jeferson Santana, a metodologia utilizada no LIRAa baseia-se em diretrizes do Ministério da Saúde.

“Além do índice de infestação, o LIRAa nos apresenta o Índice de Breteau que é a densidade de criadouros e focos encontrados no mesmo ambiente. Às vezes, a gente encontra um foco de mosquito em uma casa, mas existe uma outra casa que possui três ou quatro focos de mosquito. A partir disso, é possível obter o índice de infestação do bairro devido à quantidade de focos encontrados e de imóveis visitados, resultando na densidade, ou seja, em quais desses imóveis foram identificados a maior concentração de larvas”, explica Jeferson.

O direcionamento adquirido a partir do estudo também possibilita a SMS montar um mapa de calor, observando na cidade os locais com mais infestação em que as ações devem ser executadas primeiro, entre outros pontos. São razões como essas que justificam o fato de a gestão municipal compreender a efetiva necessidade sobre a realização do LIRAa a cada dois meses, chegando a um total de seis levantamentos por ano, mesmo o Ministério da Saúde preconizando apenas quatro.

“A cada dois meses é mais apropriado se ater a um recorte atual da situação do município com vistas a um controle mais adequado, pois os números mudam rapidamente. O LIRAa é realizado em 30% dos imóveis de cada bairro por se tratar de uma amostragem de índice rápido, sobretudo porque o mosquito está presente em todos os bairros de Aracaju, ou seja, não há local livre do Aedes aegypti. Porém, quando o LIRAa apresenta um indicador de 0,5, por exemplo, significa que o mosquito está presente, mas com uma concentração menor do que em outro bairro. Assim, com o intervalo de dois meses, é mais fácil visualizar o avanço ou a redução dos índices de forma mais rápida”, relata Jeferson Santana.

Tendo a presença de larvas no imóvel, o profissional irá colher e encaminhar para o laboratório do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e obter a confirmação dos locais com focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Os agentes de endemias realizam a visitação domiciliar tanto objetivando mensurar o LIRAa, através da identificação de criadouros e a devida coleta de larvas para a pesquisa, quanto para o trabalho de rotina de combate ao mosquito. O gerente Jeferson Santana ressalta que há uma diferença fundamental nessas duas situações.

“No trabalho de rotina, o foco dos agentes é visitar 100% dos imóveis e procurar possíveis criadouros do Aedes para a eliminação, seja de forma mecânica, quebrando o depósito quando possível, ou fazendo o tratamento químico. Por exemplo, não é possível quebrar uma lavanderia, caixa d’água e outros reservatórios, e por isso o profissional efetua o tratamento químico. Já uma lata velha, pneu, casquinha de ovo, garrafa, é necessário descartar. No período de coleta do LIRAa, os agentes buscam os mesmos criadouros, mas antes de eliminá-los, coleta as larvas para teste no CCZ”, completa o gerente.