João Alves faz homenagem a Joaquim Nabuco

Agência Aracaju de Notícias
22/11/2013 11h31

Em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado dia 20, o prefeito João Alves Filho inaugurou na noite de ontem, 21, a estátua em homenagem ao grande abolicionista Joaquim Nabuco. A estátua foi um presente do Prefeito para o Governo de Sergipe e está erguida no Monumento aos Formadores da Nacionalidade, na Orla de Atalaia, que foi construído na última gestão de João Alves como governador do Estado.

De acordo com o prefeito João Alves, a homenagem a Joaquim Nabuco é justa e já deveria ter sido feita. "Confesso que foi uma falha minha quando inauguramos o Monumento aos Formadores da Nacionalidade e não inclui a estátua de Joaquim Nabuco, já que ele foi, sem sombra de dúvidas, o grande líder e o verdadeiro responsável pela abolição da escravatura. A princesa Izabel apenas assinou o decreto. Mas, todo o trabalho intelectual, moral e de luta em relação a libertação dos escravos foi Joaquim Nabuco. Hoje estamos fazendo justiça à história brasileira", destacou.

João Alves ainda ressaltou que muitos estudantes não conhecem os grandes nomes que construíram a história brasileira e lamentou que exista apenas em Aracaju memoriais como o Monumento da Orla. "A juventude não está aprendendo a importância dos nossos líderes brasileiros. O Ministério da Educação deveria desenvolver programas onde pudéssemos cultuar principalmente os grandes homens que fizeram parte da nossa história. Todos os países desenvolvidos fazem isso com lucidez. Nós, lamentavelmente, comentamos essa falha. Deveriam existir tributos como o nosso Monumento aos Formadores da Nacionalidade em todos os estados brasileiros. Para minha tristeza apenas Aracaju faz uma homenagem como essa, que é uma justa homenagem as personalidades da nossa história".

A Orla de Atalaia é um espaço de responsabilidade do Governo do Estado, por conta, o prefeito João Alves doou a estátua para que ela permanecesse no memorial. O diretor presidente da Serviços Gráficos de Sergipe (SEGRASE), Jorge Carvalho do Nascimento, esteve na solenidade representando o governador em exercício, Jackson Barreto, e parabenizou a iniciativa do prefeito pela justa homenagem.

"Estou aqui em nome do nosso governador Marcelo Déda e do governador em exercício Jackson Barreto para, com grande satisfação receber esse monumento do prefeito João Alves Filho, que criou esse monumento quando ocupava o cargo de governador de Sergipe. Essa é uma ideia muito feliz do prefeito de incorporar a figura de Joaquim Nabuco que exerceu um papel fundamental no Brasil por ter sido um dos fundadores da Academia de Letras, mas principalmente, por ter sido uma dos militantes no combate a escravatura", ponderou.

O secretário Especial de Cultura, Josenito Vitale (Nitinho), enfatizou que a colocação da estátua de Joaquim Nabuco no monumento contribui para manter viva a cultura do povo brasileiro. "A partir do momento que retratamos aqui um personagem ilustre como Joaquim Nabuco, que tanto contribuir para a sociedade brasileira, estamos preservando a nossa história e contribuindo para que a população conheça personalidades que construíram e contribuíram com a nossa nação".

A vice-presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Aglaé Fontes, destacou a importância da homenagem. "Este é um momento brilhante, uma noite em que a memória de Joaquim Nabuco, que contribuiu com a nossa história, foi retratada aqui no monumento ?Formadores da Nacionalidade". A contribuição de Joaquim Nabuco para a sociedade foi revivida por tantas pessoas presentes na solenidade, e agora pode ser apresentada para os sergipanos que ainda desconhece", relatou.

Joaquim Nabuco

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo era político, diplomata e em seu último cargo foi Embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Foi escritor, Deputado Geral de Pernambuco e, sobretudo, foi um dos principais líderes na luta contra a escravidão no Brasil, escrevendo centenas de artigos na impressa nacional, publicando obras como "O Abolicionismo" e "Carta aos Abolicionistas Ingleses".

Para ele, não bastava apenas abolir a escravidão no Brasil, mas principalmente, era necessário integrar os libertos à sociedade nacional, oferecendo subsídios para que os ex-escravos pudessem começar uma vida digna. De acordo com Joaquim Nabuco, sem esses elementos necessários para viver "a escravidão permanecerá por muito tempo como característica nacional no Brasil".