Prefeitura reaproxima pessoas em situação de rua de seus familiares

Assistência Social e Cidadania
03/05/2023 07h02

Por intermédio da Secretaria Municipal da Assistência Social, a Prefeitura de Aracaju tem amenizado a dor da saudade de muitas pessoas que se encontram em situação de rua através da reaproximação com seus familiares. No bairro Suissa, a unidade de acolhimento socioassistencial Abrigo Freitas Brandão atende a diversos cidadãos em situação de vulnerabilidade social.

Com o objetivo de refazer os laços familiares de cidadãos que, por diversos motivos, vivem em situação vulnerabilidade social, o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) acolhe as pessoas que se encontram desabrigadas e encaminhados dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), além do acolhimento a pessoas de outros municípios, quando estas não dispõem de vagas suficientes.

Para a reinserção familiar e a reintegração no mercado de trabalho, a Prefeitura acompanha, orienta e fornece documentação, além de disponibilizar acesso a recursos tecnológicos para confecção de currículos.

De acordo com Edilberto Filho, coordenador da Proteção Social Especial da Assistência Social, essa reaproximação é uma maneira de promover e garantir ao assistido o direito a viver com dignidade, reintegrando-o ao espaço de convivência de forma mais sadia e harmonizada.

“Aparentemente é algo simples, mas garante uma transformação na condição de vida deles de forma gigantesca. É a possibilidade de retornar às origens, ao espaço de família ou, até mesmo, de recomeçar e se reinserir no mercado de trabalho. Isso promove o empoderamento deles, enquanto pessoas, levantando a sua autoestima. É um trabalho de reconstrução da autonomia e da condição humana”, destaca.

Um dos fatores que possibilita alcançar a reinserção é o benefício eventual de concessão de passagens interestaduais. “Esse benefício permite aos nossos técnicos ofertar a possibilidade do retorno, seja para a vivência do abrigado na sua comunidade, ou até mesmo para um espaço de novas expectativas dentro do mercado de trabalho. É um instrumento de garantia de direitos, que permite essa reconexão com o espaço de vivência e a reestruturação comunitária”, afirma o coordenador.

A coordenadora do Abrigo Freitas Brandão, a educadora social Kelly Teles, explica que, em muitos casos, a família do abrigado se encontra fora do município ou do estado. Mesmo assim, destaca ela, a gestão administrativa fornece a passagem, além de todo o apoio logístico para que ocorra o encontro entre a pessoa abrigada e seus familiares, como disponibilização de malas, documentação e alimentação.

Durante o período da pandemia, diversas pessoas tiveram que conviver com a perda de entes queridos e dos seus empregos, devido à crise na saúde. De acordo com a coordenadora, além da reaproximação familiar, os assistidos são encaminhados para realização de cursos e entrevistas de emprego para conseguirem se reerguer e voltar ao mercado de trabalho.

“Temos muitos acolhidos com depressão e problemas com álcool. Há, também, muitos homens que perderam suas companheiras e decidiram virar andarilhos, por isso caíram em situação de rua. Esse trabalho desenvolvido pela Prefeitura é de uma importância muito grande porque resgata aqueles indivíduos, diante de tantos problemas que enfrentam, e faz com que eles acreditem que são capazes”, frisa Kelly, que também cita um assistido que está em processo para voltar para ao convívio da família em Portugal.

Mediação
Por meio da pela Proteção Social Especial, a Prefeitura de Aracaju faz o elo entre as duas partes assistidas, a pessoa que se encontra em situação de rua e seus familiares. “O nosso papel é de mediador e moderador desses anseios. Às vezes, existe um contexto familiar lá do outro lado que está fragilizado e que, consequentemente, dificulta essa reinserção. Esse diálogo técnico entre as secretarias da Assistência dos outros municípios ou outros estados, a troca de informações com as unidades de acolhimento, garante essa reinserção”, desetaca Edilberto.

De acordo com o coordenador, o contato com a família do abrigado não é rompido após a reaproximação do assistido à sua família, mas é mantido pela Secretaria da Assistência Social através do contato telefônico fornecido pelos acolhidos.