Escolas municipais de tempo integral trabalham o pleno desenvolvimento dos alunos

Educação
09/05/2023 09h41

A implementação de duas escolas municipais de tempo integral foi uma grande conquista para os moradores dos bairros Santa Maria e 17 de Março. Agora, os pais e responsáveis legais estão tendo a oportunidade de deixar os filhos na escola durante praticamente todo o dia, das 7h às 16h40. As crianças são as que mais ganham, pois passam a ter um aprendizado muito mais amplo, por meio de uma oferta maior de conhecimento que vai além das disciplinas da Base Nacional Comum Curricular.

O ensino em tempo integral oferece a possibilidade de estruturar a formação de modo integrado. Pensar nisso é entender a necessidade de atender os aspectos intelectuais, mas também os aspectos sociais, afetivos, éticos, físicos, culturais e corporais dos alunos que estão nas unidades.

Inauguradas em 24 de março deste ano, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Maria Ruth Wynne Cardoso e a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista João Oliva Alves, ambas de tempo integral, permitiram a abertura de cerca de 550 novas vagas escolares na região, da creche ao 5° ano do Ensino Fundamental. Para isso, a Prefeitura de Aracaju investiu R$8,5 milhões na construção dessas duas escolas, que possuem padrão arquitetônico moderno e acolhedor.

Os recursos para os investimentos nas escolas de tempo integral têm como base investimentos federais, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), e a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), além de recursos do Tesouro do Município de Aracaju.

Secretário municipal da Educação, Ricardo Abreu destaca que é de grande importância oportunizar aos alunos uma metodologia variada. “O aluno que vai passar mais de sete horas na escola precisa ter um atendimento mais amplo e diferenciado. Para isso, é necessário oferecer toda a Base Nacional Comum Curricular, que são as disciplinas que, obrigatoriamente, já são desenvolvidas nas escolas, nas áreas de linguagem, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino religioso. E para além disto, desenvolvemos os ateliês e os macrocampos, que vão trazer toda uma complementação e um fortalecimento na perspectiva do desenvolvimento integral”, explica o gestor.

O secretário explica, ainda, que a proposta pedagógica da escola da Emei de tempo integral propõe que sejam desenvolvidas outras atividades que levem de forma lúdica as artes, a cultura, a leitura de mundo, os jogos e a investigação e magia do faz de conta e das brincadeiras. “Já no Ensino Fundamental, trabalhamos com os macrocampos, nos quais temos o acompanhamento psicopedagógico dos alunos, além de serem trabalhados o meio ambiente, sustentabilidade, letramento científico, formação biopsicossocial, cultura corporal, cultura digital, as linguagens artísticas e as linguagens culturais”, complementa.

De acordo com a secretária adjunta, Maria Antônia de Arimateia, o redimensionamento do tempo, dos espaços e das metodologias de trabalho estão comprometidos com a efetividade da aprendizagem. "O currículo das escolas de tempo integral foi pensado no sentido de proporcionar a ampliação das oportunidades de ensino e de aprendizagem a partir de ações educativas que promovam experiências capazes de desenvolver habilidades nas dimensões já referidas, visando uma formação humana plena", diz.

Segunda casa
Melqui Sedeque, de 8 anos, cursa o 3º ano, e diz que sentiu um pouco de receio quando sua mãe falou que ele ficaria na escola pela manhã e pela tarde, mas que se adaptou bem rápido. "Depois vi que é tranquilo ficar o dia todo na escola. Tem dever, que eu gosto; uma quadra grande para fazer aula de Educação Física; a comida daqui, que é muito boa. E até ficar na sala é bom, porque tem ar condicionado", relata o estudante.

A Maria Clara Lima, de 6 anos, aluna do 1º ano, mostra-se entusiasmada com as atividades propostas pela professora em sala de aula, ressaltando a maior importância de estar ali: aprender. "Eu lancho, almoço, brinco e faço os deveres. O lugar que mais gosto daqui é a sala de aula porque eu gosto de estudar. Quando chego em casa, falo à minha mãe como foi meu dia e está sendo bem legal", afirma.

Laysa Ferreira tem 8 anos e cursa o 5º ano. Ela conta que estudar em uma unidade de ensino integral faz com que a turma aproveite melhor o ambiente escolar e as atividades ofertadas. "Para mim, aqui está até mais legal do que outras escolas que já estudei, porque lá era só estar na sala de aula e depois ir embora, e aqui não. De manhã, os professores nos ensinam e passam deveres, mas de tarde nós aprendemos por brincadeiras, como joguinhos de Matemática. Nós temos tempo livre de brincar, de descansar e também vamos para a sala de leitura", relata.

Também do 5º ano, Rute Eloísa Santos, de 10 anos, comenta que a escola é como se já fosse sua segunda família. "Aqui não sentimos o tédio que podemos ter estando em casa. Tem muitas coisas que lá não tem. Fora que podemos brincar, ficar mais à vontade e ter a companhia dos nossos amigos. É como se a professora fosse a mãe e os outros alunos os nossos irmãos. Esse espaço está preparado para eu passar o dia", expressa.