Maio Furta-Cor: campanha potencializa conscientização sobre saúde mental materna

É sabido que para obter uma saúde plena, os cuidados passam pela busca constante em ter corpo e mente sãos. Tratando de mulheres mães, a campanha Maio Furta-Cor visa conscientizar sobre a importância da conscientização para a causa da saúde mental materna. A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou na sexta-feira (12) um encontro com o grupo "Mães da rua”, em torno da campanha que aborda as várias tonalidades da maternidade.

O encontro aconteceu na Casa de Passagem, unidade de acolhimento a pessoas em situação de rua, foi conduzido pela equipe do Consultório na Rua com o apoio do grupo de psicólogas responsáveis pela campanha Maio Furta-Cor em Aracaju e envolveu cerca de oito mães. De acordo com a coordenadora do Consultório na Rua, Jayane Trindade, a proposta é dialogar a respeito da diversidade de maternagem e seus desafios.

“O Grupo “Mães da Rua” se reúne uma vez por mês em abrigos municipais ou ocupações com o intuito de convidar pessoas que tratam de temáticas que perpassam o cotidiano dessas mães para que possam ter mais orientações, tirarem dúvidas, etc. Além disso, é um espaço de escuta qualificada onde é criado vínculo, elas confiam e colocam para fora suas dores e angústias diante de uma sociedade patriarcal que tem um conservadorismo muito grande e um olhar machista. Estar na rua já é um desafio independentemente do gênero, mas estar na rua sendo mulher e maternando, os desafios são maiores ainda”, disse Jayane Trindade.  

Segundo a psicóloga da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), Aline Souza, a campanha Maio Furta-Cor teve início em 2021 em função da necessidade de dar mais atenção à saúde mental materna visto que durante a pandemia de covid-19 os índices de depressão e ansiedade aumentaram em toda a população e, consequentemente, não deixou de afetar também as mães que sofreram o isolamento social, o fechamento das escolas e creches e outros fatores.

“Os efeitos da pandemia contribuíram muito para o adoecimento psíquico das mulheres que passam por várias transformações durante o período da gestação, parto e pós parto. Maio é o mês em que celebramos o dia das mães, e o furta-cor é uma cor que muda de acordo com a tonalidade. A maternidade não deixa de ser diferente, ela tem várias tonalidades, tem o amor, a alegria, mas também tem o medo, a tristeza, a frustração, e o Maio Furta-Cor vem pra dar atenção e acolher essas mães validando seus sentimentos”, destacou Aline Souza.

Na ocasião, as representantes da Campanha Maio Furta-cor em Aracaju Aline Souza e Sônia Lisboa e a equipe do Consultório na Rua conduziram o encontro com o grupo “Mães da Rua” na Casa de Passagem. Ainda de acordo com Aline Souza, as participantes tiveram a oportunidade de conhecer a proposta da campanha Maio Furta-cor. Além disso, foi realizada uma vivência com o objetivo de permitir que essas mulheres expressem o que elas sentem em relação à maternidade. “O objetivo é que a gente construa esse espaço em que a mulher expresse diferentes sentimentos sobre o maternar, pois é necessário falar mais sobre isso e validar todos esses sentimentos. Foi muito legal a entrega e partilha delas, o acolhimento que foi muito forte de uma acolher a outra e o grupo como um todo, permitindo essa troca” concluiu.

Serviços

Para um acolhimento e atendimento inicial, a Rede de Atenção Psicossocial (REAPS) possui o Serviço de Apoio Psicológico (SAPSI), através do 0800 729 3534, ramal 3, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Cinco psicólogos fazem o atendimento via telefone e funciona da seguinte maneira: o usuário fala diretamente com a psicóloga que acolherá a demanda e dará seguimento a orientações e possíveis encaminhamentos que forem necessários.

Já para consultas presenciais na Unidade Básica de Saúde, o usuário pode entrar em contato por meio do 0800 729 3534 e na opção 5 agendar a consulta com o clínico geral. Depois, durante a consulta com o clínico geral, o profissional poderá encaminhar para o atendimento psicológico, cuja prioridade é direcionada para casos graves, gestantes e puérperas.