O reordenamento do cuidado em saúde mental é fruto da luta antimanicomial que há mais de 30 anos mobiliza a sociedade. O Dia Nacional da Luta Antimanicomial celebra, neste dia 18 de maio, um marco no fechamento progressivo dos grandes manicômios e hospitais psiquiátricos do país, assegurando a reorganização do modelo de atenção à saúde mental.
Para reunir grupos, movimentos, profissionais e sociedade em geral em torno dos avanços da luta antimanicomial, a Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju (SMS), por meio da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), realizará no próximo dia 26 de maio o Sarau da Luta.
A partir da concentração na praça General Valadão, às 13h, a mobilização seguirá em direção à praça Fausto Cardoso, onde ocorrerá, às 14h30, fala de abertura, exposição de trabalhos e imagens e pintura ao ar livre com os integrantes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Primavera.
Na sequência, às 15h, haverá as seguintes apresentações: Banda Caps Som (Caps Ivone Lara); poesia a muitas mãos e Poesia Lélia (Caps Primavera), Vozes da Liberdade (Caps Jael Patrício), Re-existir (Caps Primavera), Carinhoso (Caps Jael Patrício), Encontros da Vida (Caps Jael Patrício), Solos voz e violão (Caps Jael Patrício), Rap autoral (Consultório na Rua), Maculelê (CapsDavi Capistrano), O batalhão folclórico (Caps Vida) e Musicaps (Caps Primavera).
Atenção psicossocial
Acolhimento, inserção social e autonomia dos sujeitos são alguns dos princípios da luta antimanicomial. Em Aracaju, esse cuidado reafirma os preceitos desta luta, em que as pessoas com sofrimento ou transtorno mental, bem como aquelas que fazem uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas, têm acesso aos serviços substitutivos que atuam nos territórios garantindo cuidado em liberdade e direitos humanos.
Atualmente, a Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju conta com seis Caps, cinco tipo III e um Caps infanto-juvenil, sendo que os tipo III funcionam em regime de plantão 24 horas, e o infanto-juvenil em horário comercial, de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h.
Quatro dessas unidades atendem pessoas em sofrimento psíquico e transtorno mental e dois atendem casos decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas. As unidades contam com equipes multiprofissionais compostas por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, educadores físicos, entre outros profissionais.
Além desses serviços, a SMS disponibiliza ambulatório de saúde mental (para atendimento de casos moderados e leves), Projeto de Redução de Danos e Serviço de Plantão Psicológico Remoto. Para os casos de surtos e urgências psiquiátricas, a Prefeitura de Aracaju contratou o serviço de urgência mental do Hospital São José.
A disponibilização desses serviços de saúde mental ofertados atualmente para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é possível em decorrência do Movimento da Reforma Psiquiátrica, iniciado na década de 70, e da realização da I Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1987. Como resultado desses movimentos importantes relacionados à saúde mental, em 2001 foi aprovada a Lei nº 10.2016, que redirecionou o modelo de assistência prestada às pessoas com sofrimento mental.
