Semed realiza análise de alimentos para aquisição de itens da agricultura familiar

Educação
19/05/2023 18h35

A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), busca oferecer uma nutrição adequada para os estudantes, já que reconhece esta oferta como fator de grande importância para a qualidade da aprendizagem. Neste sentido, nesta sexta-feira, 19, no prédio da  Diretoria de Administração e Finanças (DAF/Semed), foi realizada reunião para a análise das amostras de alimentos provenientes da agricultura familiar que serão servidos aos alunos da rede e entidades filantrópicas conveniadas ao município de Aracaju.

A ação ocorre pelo menos uma vez por ano. Ela é parte do processo de Chamamento Público para a seleção das cooperativas que fornecerão os produtos da agricultura familiar. Participam da análise as nutricionistas da Coordenadoria de Alimentação Escolar (Coae/Semed), o Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Comae) e a Comissão Especial de Chamada Pública para a Alimentação Escolar.

Para a Chamada Pública, segundo afirma a coordenadora de Alimentação Escolar da Semed, Larissa Coelho, inicialmente é realizada uma pesquisa de produtos que poderão ser ofertados pelos agricultores. Depois, é analisado quais alimentos poderão ser fornecidos para os alunos da rede e entidades filantrópicas conveniadas. Logo após, há a elaboração do Termo de Referência, pesquisa de preço, publicação do edital e a verificação das documentações para, enfim, haver a análise das amostras.

Foram analisados itens como frutas, verduras, hortaliças, pão de macaxeira e bolinhos. Larissa explica, ainda, que esses alimentos da agricultura familiar são utilizados nas escolas da rede como um complemento da alimentação escolar, já que esta, nas escolas municipais de Aracaju, é terceirizada.

"Geralmente, cada produto é servido na entrada ou antes dos alunos irem para casa, fica a critério de cada gestão escolar. Já para as entidades filantrópicas, como o processo de alimentação é de autogestão, a gente fornece mais itens da agricultura familiar para elas. Na rede, como já temos o cardápio executado pela empresa terceirizada, ofertamos  somente as frutas e os bolinhos. Agora, nos festejos juninos, por exemplo, planejamos fornecer amendoim e laranja, além do bolinho de laranja que já foi ofertado em anos anteriores. Neste ano, a novidade, além desses produtos para o festejo junino, é o bolo de banana sem açúcar que será direcionado para os alunos da creche, e o bolo de ovos para os demais", detalha Larissa.

A iniciativa de utilizar estes tipos de alimento segue as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que determina que, no mínimo, 30% do valor repassado a estados e municípios, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), deve ser aplicado na utilização de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar. Oito cooperativas estão participando desta análise de amostras.

"Outra novidade é que também estamos incluindo outros itens para ofertar para as entidades filantrópicas, como o coentro e cebolinha. Com isso, aumentamos a oferta e consumo de produtos in natura, algo que é extremamente importante para a gente incentivar. A comida fica muito mais saborosa quando você utiliza esses alimentos, além de serem produtos regionais. Além disso, estaremos fornecendo neste ano macaxeira embalada a vácuo e alho in natura", relata a coordenadora da Coae.

Membro da comissão e assessor da Educação de Aracaju, Denisson Barros comenta que a aquisição de produtos deste tipo oferece mais oportunidade de venda para o homem do campo, ao mesmo tempo em que promove à criança o sucesso nutricional. "Saber que a gente está no meio desta balança, para que ambos sejam beneficiados, para mim quanto pessoa é muito bom, me sinto feliz por isso. O trabalho da comissão é o ano todo. Após a análise dos documentos e dos produtos, fazemos a contratação e, a seguir, realizamos o acompanhamento constante do fornecimento, fiscalizando todo o processo", explana.

Presidente da Comae, Adriana Oliveira pontua o quanto é fundamental a participação do Conselho neste momento de análise sobre o que é servido nas escolas. "Não poderíamos deixar de estar presente nesse momento ímpar. Sabemos que além da alimentação ser importante para as crianças nas escolas, também temos a oportunidade de valorizar a agricultura familiar. Somos fiscalizadores, fazemos visitas constantes nas unidades de ensino da rede e sempre estamos acompanhando a atuação da Coae e o processo de alimentação escolar", evidencia.

Membro da comissão há 13 anos e assessora técnica da Semed, Marília Esmerim comemora a ampliação na oferta dos alimentos da agricultura familiar ao decorrer dos anos. "Temos, anualmente, o aumento do recurso, o que possibilita a gente adquirir mais produtos da nossa terra. Além de uma maior variedade, podemos atender os alunos com mais preparo. Sabemos da deficiência de alguns em relação à alimentação que têm em suas casas e tudo isso interfere na aprendizagem".