Aracaju assegura prevenção à mortalidade materna nas UBSs e rede especializada

Saúde
30/05/2023 16h35

A maternidade é uma fase de intensas mudanças no corpo e na vida da mulher, pois a partir da gestação as dúvidas, inseguranças e processos são desafiadores e exigem grandes esforços para a adaptação de uma nova rotina. Para as pacientes do SUS, na capital sergipana, os cuidados preventivos para a proximidade da chegada de uma nova vida começam na Unidade Básica de Saúde (UBS), e buscam reduzir as chances de mortalidade materna, sobretudo depois da pandemia, período em que o medo aumentou diante da ameaça do coronavírus.

Em todos os processos, da porta de entrada da UBS ao parto, o tratamento precisa e deve ser o mais humanizado possível. Na Atenção Primária, o primeiro atendimento materno infantil acontece quando a menstruação está em atraso, levando a usuária a realizar o teste de gravidez em uma das 45 UBSs. Confirmada a gravidez, é necessário realizar também os testes de sífilis e HIV e encaminhar aos devidos tratamentos em caso de positividade. Compreender o fluxo do atendimento materno infantil resulta em uma gestação segura e saudável, explica a referência técnica do Programa Saúde da Mulher, Léa Matos.

“Atualmente, temos em média 4.100 gestantes sendo atendidas em nossas unidades. Aracaju possui 45 Unidades Básicas de Saúde com enfermeiro, médico, assistente social e odontólogo aptos a fazerem o acompanhamento de pré-natal, pois a gestante precisa ser avaliada e acompanhada. Durante esse acompanhamento, é realizado pelo médico uma classificação de risco, onde é recomendável iniciar o pré-natal antes da 12ª semana de gestação porque isso possibilita o acesso a um tratamento adequado caso ocorra o diagnóstico de infecções, por exemplo. Assim, é possível cortar a transmissão da mulher para o bebê. Toda doença tratada no início da gestação evitará que o bebê adquira complicações após o nascimento”, detalha Léa Matos.

O acompanhamento de pré-natal deve ter pelo menos seis consultas durante toda a gestação. Após a classificação de risco, se a gestação for classificada de alto risco, a paciente será encaminhada para o Centro de Acolhimento e Atenção à Saúde da Mulher (Caasm), onde será acompanhada e monitorada a partir de exames mais específicos e detalhados. Nos casos de gestação de baixo ou risco intermediário o acompanhamento ocorrerá na Unidade Básica de Saúde mais próxima da residência.   

Mesmo que a gestante seja encaminhada para o Caasm, o acompanhamento também deve ser mantido na UBS. “A paciente terá acompanhamento nos dois locais e é importante compreender que ela terá também que realizar todos os exames solicitados, não faltar às consultas e o uso das medicações prescritas, bem como ter uma alimentação saudável, sono regulado e uma rotina de exercícios físicos. A falta desses cuidados pode levar a complicações na gestação ou depois do parto”, ressalta Léa Matos.

Algumas das causas de mortalidade materna são hipertensão arterial; pré-eclâmpsia e eclâmpsia; hemorragias graves, principalmente após o parto; infecções após o parto; abortos inseguros; e doenças prévias ou doenças desenvolvidas durante a gravidez.

Ao final do pré-natal, a paciente que estiver em uma gestação de baixo risco poderá ter o bebê na Maternidade Municipal Lourdes Nogueira e na Maternidade Santa Isabel. Sendo de alto risco, ela será encaminhada para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

A legislação brasileira assegura que toda gestante conheça o provável local onde o parto será realizado. Dessa forma, as unidades organizam visitas guiadas no espaço da maternidade.

Após o nascimento do bebê, na própria maternidade, o bebê recebe as vacinas necessárias e a mãe é orientada sobre aleitamento materno. Até o sétimo dia do nascimento, a orientação é que a equipe de saúde faça uma visita domiciliar para que, tanto a mulher quanto o bebê recém-nascido sejam avaliados.