Com programa Horas de Estudo, Prefeitura investe na qualificação docente

Educação
13/06/2023 11h01

Desde o ano de 2017, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), tem investido no Programa Horas de Estudo, que oferta aos docentes da rede estudos relacionados ao ensino, aprendizagem e às diretrizes pedagógicas de âmbito local e nacional. Os cursos são realizados durante todo o ano letivo pelo Centro de Aperfeiçoamento e Formação Continuada (Ceafe), proporcionando a abordagem e discussão de temas pertinentes à qualificação dos educadores.

Disponibilizados como formação em serviço, o Horas de Estudo trata-se de um momento reservado para o professor planejar ações de modo colaborativo com outros educadores e aperfeiçoar a prática pedagógica. A formação é dividida em horas e estas devem acontecer na escola, sob orientação do coordenador pedagógico, ou em horas orientadas pelo Ceafe, com oferta de cursos, oficinas, promoção de ciclo de palestras, debates e desenvolvimento de projetos da Semed.

"O Horas de Estudo também visa promover um trabalho colaborativo entre os docentes, na perspectiva do compartilhamento de experiências exitosas entre professores. Este fator fortalece os educadores para o estabelecimento na resolução de problemas, tomada de decisões, desenvolvimento de análise crítica, e acaba abrangendo sua maneira de pensar, agir, criando possibilidades de sucesso diante da tarefa pedagógica", afirma o diretor do Ceafe, Williams Santos.

Ele pontua, ainda, que nos últimos encontros o Ceafe tem observado uma baixa participação dos professores de todos os componentes curriculares, por uma série de fatores, mas que, por ser uma conquista do magistério e por diversas razões, é importante que os docentes participem. "Conclamamos aos docentes que compareçam aos encontros do Horas de Estudo que são oferecidos, pois estamos dialogando sobre temas muito relevantes à prática docente em prol da aprendizagem dos nossos alunos", evidencia.

Direcionamento específico
Os encontros formativos acontecem a cada 15 dias por intermédio do Ceafe e a cada 15 dias por intermédio da escola. Dentro da jornada de trabalho do professor, não há alocação de aula para ele no dia da semana reservado para seus estudos. Os cursos do programa também podem servir para planejamento de ações no âmbito da rede, como um todo, de cada escola, diante das políticas adotadas de acordo com sua proposta pelo Projeto Político Pedagógico (PPP).

Dentro da programação dos professores dos anos finais do ensino fundamental, por exemplo, a segunda-feira é dedicada às áreas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Arte; a terça-feira para História e Geografia; quarta para Matemática e Ciências; e a quinta para Educação Física e Ensino Religioso.

Em relação aos anos iniciais, o docente polivalente também conta com um dia na semana para esse processo que, hoje, está vinculado ao EducAju, programa de recomposição da aprendizagem da Semed. Já os docentes da educação infantil cumprem uma carga horária de estudos articulada pelo Ceafe e pela Coordenadoria de Educação Infantil (Coeinf).

"Têm sido momentos de grande aprendizado e troca de experiências que com certeza vão contribuir para um melhor ensino e melhor desempenho dos alunos da rede. A importância destas ações têm sido confirmadas a cada encontro com os professores, como espaço fundamental para a discussão sobre o fazer pedagógico e melhor aprendizagem", expressa a técnica do Ceafe, Maria Cristina Santana. 

Foco na educação especial
"No início dos trabalhos deste ano perguntamos aos docentes os temas mais importantes para o Horas de Estudo, e neste sentido, o tema da educação especial foi unânime. Por isso, enveredamos esforços para dialogar esta temática com os professores de cada componente curricular. Estamos discutindo com os professores sobre adaptações de atividades e avaliações para crianças com deficiência", detalha Willams.

Neste sentido, em parceria com a Coordenadoria de Educação Especial (Coesp), o Ceafe deu início ao processo de formação com os professores dos anos finais a fim de orientar as adaptações curriculares e de atividades para este público.

"De fato, a inclusão está acontecendo e é preciso um cuidado a mais para a sua efetivação. É preciso a utilização, tanto de atividades adaptadas às propostas pedagógicas, como de atividades complementares, sempre adequadas às necessidades individuais dos alunos, com o professor atento às peculiaridades que cada um apresenta", explica a secretária-geral do Ceafe, Carla Daniela Kohn.

Articulador do componente curricular Ciências no Horas de Estudos, o professor Carlos José Rodrigues Costa considera a oferta do programa pela Semed uma alternativa para que os educadores aprimorem seus conhecimentos. "É uma oportunidade de estudar e refletir sobre os desafios da educação no município de Aracaju. Venho dialogando com os docentes, por exemplo, sobre a adaptação de atividades e avaliações para o trabalho relativo a crianças com autismo e deficiência intelectual", explica.