Desde 2018, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Oviêdo Teixeira, bairro Olaria, o professor doutor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Danilo Rodrigues realiza o Projeto Erguer, com o apoio da Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed). Com a proposta de estimular a movimentação do corpo em sala de aula, medindo os impactos desta iniciativa, e proporcionar um melhor desempenho escolar por parte dos alunos, a iniciativa vem rendendo bons frutos desde então.
Hoje, o projeto conta com uma equipe multidisciplinar composta por 16 integrantes e realiza o acompanhamento de cerca de 200 crianças. Durante esses quatro anos, o projeto foi expandido para outras seis Emefs, contando com o auxílio de estagiários disponibilizados pela Semed, vinculados à UFS, e vem conquistando repercussão internacional.
Na prática, são realizadas dinâmicas diferenciadas em salas de aula, alterando comportamentos tradicionais. Por exemplo: ao invés de ter o aluno sentado durante todo o turno, copiando conteúdo do quadro, este levanta-se, após algum tempo, e realiza movimentos similares aos laborais, além de outras intervenções pedagógicas.
"A intenção é alterar os comportamentos tradicionais de sala de aula por atividades mais dinâmicas, permitindo que os alunos assistam aula em pé ou utilizando exercícios de movimento enquanto aprendem o conteúdo. Ainda no início, os resultados preliminares despertados neste projeto piloto deram expectativas de ampliar a atuação. A parceria com a Semed é fundamental para dar legitimidade ao projeto e fortalecer o apoio por parte das escolas e professores", afirma o professor.
Pioneirismo, referência e inclusão Danilo explica que, entre os anos de 2018 e 2019, o projeto passou a contar com o financiamento de uma agência internacional,
a Sociedade Internacional de Nutrição Comportamental e Atividade Física, que exigia a apresentação do Erguer no seu encontro anual, realizado em Praga. O fato fez esta experiência ir conquistando o reconhecimento, também, fora do Brasil, sendo reconhecido como pioneiro além do eixo dos países mais desenvolvidos.
Em cada uma das etapas trabalhadas, a equipe procura manter um diálogo constante com as escolas e com a Semed, dando transparência às ações realizadas e aos resultados encontrados.
“Esperamos que ele ainda seja ampliado e, quem sabe, seja aplicado em todas as escolas da rede municipal em um futuro breve. O Projeto Erguer seguirá em pesquisa por mais três anos. Após essa fase, a expectativa é reunir todos os resultados encontrados e discutir com a Secretaria o futuro do projeto em Aracaju”, declara o docente.
Danilo pontua ainda que o andamento de sua pesquisa vem constatando a necessidade de intervenções pedagógicas específicas para os diferenciados tipos de educação inclusiva.
"Ao longo do desenvolvimento do projeto, surgiram demandas das escolas para o planejamento de atividades que pudessem se adequar a alunos com diferentes características. Buscamos adaptar as avaliações realizadas, quando necessário. Esperamos que no futuro tenhamos um guia específico para a condução de aulas mais ativas, considerando uma educação ainda mais inclusiva”, explana Danilo.
