Maternidade Lourdes Nogueira promove capacitação sobre direitos para amamentação

Saúde
26/07/2023 13h06

Informar e discutir sobre as leis que protegem o ato de amamentar e os direitos assegurados às pessoas que amamentam, seja no ambiente de trabalho ou nos espaços públicos, constituíram a temática de uma capacitação promovida pela Maternidade Municipal Lourdes Nogueira (MMLN), na manhã desta quarta-feira, 26. A preletora foi a pediatra e especialista em amamentação Izailza Matos Lopes, que apresentou e debateu os tópicos com médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos e demais profissionais que atuam na assistência da unidade. 

"Essa é uma movimentação mundial iniciada em 1992, através da Organização Mundial de Saúde e do Unicef, instituindo a Semana Mundial do Aleitamento e o Agosto Dourado, buscando fortalecer e apoiar a amamentação", explicou Izailza, que é a presidente de Aleitamento do Departamento Científico da Sociedade Sergipana de Pediatria, além de membro do Comitê Nacional de Aleitamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
 
Com uma ampla abordagem sobre os aspectos que asseguram o direito e a importância da amamentação para as pessoas lactantes, para os bebês e para a sociedade, a especialista referiu a importância da discussão sobre o tema. "Essa reflexão é fundamental para o futuro da sociedade, são direitos assegurados que as gestantes devem ter o devido conhecimento. No Brasil, temos uma legislação que assegura direitos e as lactantes precisam ser informadas e se sentir acolhidas", explicou. 

Agosto Dourado
Para a responsável pelo Banco de Leite da MMLN, enfermeira Mariana Cavalcanti, a presença da especialista se deu justamente nos preparativos para a campanha "Agosto Dourado", com a qual a unidade realizará uma extensa programação para apresentar as informações.
 
"O tema que vamos trabalhar é 'O sucesso da Amamentação é Responsabilidade de Todos' e ainda o tema mundial da Semana Mundial de Amamentação, instituído mundialmente na primeira semana de agosto, “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham. Por isso convidamos uma especialista de renome nacional para apresentar as atualizações sobre o tema, mostrando a importância do apoio do local de trabalho à pessoa que amamenta", explicou a enfermeira.
 
A programação do "Agosto Dourado" na unidade ocorrerá durante todo o mês, sendo que de 1º a 4 de agosto, acontecerão palestras no auditório e, nos outros dias abordagens da equipe multidisciplinar com puérperas e profissionais em diversos temas correlatos à amamentação.

Amamentação e trabalho*
Para quem tem um emprego formal com carteira assinada, além de licença-maternidade de quatro meses, garantida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), há o  direito a dois descansos diários, de meia hora cada um, durante a jornada de trabalho, até o 6º mês de vida do bebê, além dos intervalos normais para repouso e alimentação. É possível também tentar um acordo para flexibilizar o horário, de modo a juntar os dois intervalos de meia hora e entrar ou sair uma hora mais cedo ou mais tarde do trabalho.

Licença maternidade
Algumas empresas aderiram ao Programa Empresa Cidadã, da Receita Federal, e passaram a adotar a licença-maternidade de seis meses. As instituições que aderem a essa iniciativa recebem benefícios fiscais. Verifique com seu empregador se é o caso da sua empresa. Caso não seja, converse com ele sobre essa possibilidade. Além de você, muitas outras funcionárias poderão ser beneficiadas.

Sala de apoio à amamentação
Algumas empresas também já criaram ou estão criando Salas de Apoio à Amamentação, que são espaços em que a pessoa que amamenta, com privacidade e segurança, pode retirar e armazenar o seu leite para ser oferecido posteriormente ao seu filho. 

Creches ou berçários
Os estabelecimentos em que trabalham pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de idade deverão ter local apropriado para as empregadas deixar, sob vigilância e assistência, os seus filhos durante a amamentação. As empresas e empregadores também podem adotar o sistema de reembolso-creche, em substituição à exigência de creche no local de trabalho, ou firmar convênio com instituição próxima.

Sem vínculo formal de trabalho
Se for possível e desejado, recomenda-se levar o bebê pequeno ao trabalho, ou pedir que o levem para ser amamentado. Converse com o chefe para ver a possibilidade de você ter maior flexibilidade nos horários de trabalho (chegar mais tarde, sair mais cedo, reduzir a carga horária, trocar de horário com alguma colega). Fale e explique ao seu patrão e seus colegas a importância de amamentar, explique especialmente que o leite materno protege seu filho, que ficará menos doente, e que, assim, você faltará menos ao trabalho e estará mais contente.

Produção de leite

Para manter a amamentação é essencial esvaziar as mamas quando você estiver longe do bebê, extraindo o seu leite em intervalos regulares. Quanto mais você retira o leite, mais leite será produzido. Por isso, quando estiver com o bebê é importante oferecer o peito. Assim, você poderá continuar amamentando seu bebê de manhã, antes de sair de casa, e à noite, quando já estiver de volta.

Você pode fazer a retirada do leite em uma sala de apoio à amamentação próxima de onde estiver, em um banco de leite humano, onde poderá deixar o leite extraído para doação ou levar de volta para o seu bebê se estiver devidamente refrigerado. Também pode utilizar uma Unidade Básica de Saúde.

Caso não seja possível acessar nenhum desses lugares, encontre um local onde você possa ter privacidade e tranquilidade.

Para retirar o leite, procure relaxar e massagear as mamas em movimentos circulares com a ponta dos dedos em toda a aréola.  Coloque o polegar acima da linha onde acaba a aréola e os dedos indicador e médio abaixo dela. Firme os dedos e empurre para trás em direção ao tronco. Aperte o polegar contra os outros dedos com cuidado, até sair o leite.  Não deslize os dedos sobre a pele. Aperte e solte muitas vezes.
 
*Com informações do Ministério da Saúde