Agosto Lilás: blitz conscientiza aracajuanos para o enfrentamento à violência contra mulher

A Prefeitura de Aracaju realizou nesta quarta-feira, 9, na região central da capital, uma blitz de conscientização e sensibilização em alusão ao Agosto Lilás, uma campanha pelo enfrentamento à violência contra a mulher. A ação contou com a participação de órgãos das Secretarias Municipais da Assistência Social (Semfas), da Saúde (SMS) e da Defesa Social e da Cidadania (Semdec).

A blitz, que se concentrou na praça Fausto Cardoso e percorreu o calçadão da rua João Pessoa, foi uma iniciativa da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres da Assistência Social, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), a Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal de Aracaju (GMA) e  com o Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva) da SMS, com o objetivo de abordar pedestres e condutores para a necessidade de intensificar o enfrentamento à violência contra a mulher e informar sobre os serviços disponíveis na rede de atendimento à mulher vítima de violência do município de Aracaju.

Para a coordenadora de Políticas para as Mulheres da Assistência Social de Aracaju, Edlaine Sena, a realização da blitz em locais de grande fluxo ocorre com o objetivo de atingir o maior número de pessoas e mostrar para as mulheres e a sociedade aracajuana a existência da grande rede de apoio voltada à proteção da mulher.
 
"Levamos essa informação para os pedestres, motoristas e lojistas de que existe uma rede de apoio pronta para atender mulheres vítimas de violências, que as mulheres entendam que não estão sozinhas e que elas podem contar com os serviços de enfrentamento do município, que estamos aqui para apoiá-las e protegê-las. Sabemos que não é fácil uma mulher ir a uma delegacia contar o que está passando e estamos tentando justamente fazer com que esse tipo de violência seja cada vez mais visível, que as mulheres sintam esse segurança para denunciar, e vale ressaltar que não é só a mulher vítima de violência que faz a denúncia, mas qualquer vizinho ou pessoa da comunidade", afirmou.

A coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Vileanne Brito, destaca que durante todo o ano a Guarda Municipal realiza ações voltadas para o enfrentamento à violência doméstica e familiar, mas que no mês de Agosto essas ações são intensificadas devido à campanha institucionalizada em todo o país.
 
"É um mês intenso que a gente faz esse trabalho junto às instituições, reforçando a importância de que não podemos naturalizar a violência doméstica no nosso país, porque muitas pessoas acham comum a mulher sofrer violência, viver em um relacionamento abusivo, por isso o reforço na sensibilização e conscientização para que a gente consiga, de alguma forma, diminuir esses índices lamentáveis que a gente vem acompanhando diariamente", destaca.

A coordenadora do Nupeva da SMS, Lidiane Gonçalves, afirma que as pessoas precisam saber que além da delegacia, existem diversos serviços e equipamentos disponíveis no município para ofertar assistência a mulher vítima de violência e realizar os encaminhamentos necessários, visto que está previsto na Lei Maria da Penha.

"Temos os serviços de saúde, as Unidades de Saúde da Família, os Caps, o Cemar, é importante divulgar os serviços de atendimento, porque a mulher não sofre apenas agressão física, mas outras violências psicológicas que levam ao adoecimento. Para a mulher sair da situação de violência ela precisa de suporte em saúde, jurídico, social e é pra isso que estamos aqui, pra mostrar que elas não estão sozinhas. Esses dados são bastante importantes para que a gente possa chegar a essas mulheres, dar assistência e o cuidado necessário e ofertar proteção também", pontua.

A presidente do CMDM, Avanize Santos, avalia que essas ações realizadas junto à população contribuem para a redução do número de casos. "Quanto mais movimentos e campanhas, melhor, porque as pessoas ainda estão alheias sobre o que realmente trata a Lei Maria da Penha e a eficácia que tem. Estivemos juntas nessa ação para que esse tema seja enfatizado, que a violência contra a mulher precisa acabar e que a mulher deve denunciar e não se calar", diz.

Conscientização
A advogada e membra da Comissão de Defesa da Mulher da OAB/SE, Simone Rodrigues, foi uma das pedestres abordadas durante a ação. Encantada, ela parabenizou as equipes pela iniciativa e, principalmente, pela presença de mulheres na linha de frente da tarefa de conscientizar as pessoas sobre um tema que ainda está enraizado na história da sociedade.

"Para você mudar esse conceito, essa visão de pessoas, é necessário que haja esses atos, de você vir pra rua, entregar panfletos e conversar com elas, mostrando que tem que haver uma mudança de consciência pra que a coisa possa acontecer. Para que haja essa mudança no mundo mesmo, começa na nossa mentalidade. A gente tem esse trabalho constante no combate à violência contra a mulher na OAB, e quando a gente vê colegas, mulheres, se colocando na linha de frente, é admirável, parabéns a todas, porque não é fácil”, concluiu.

Para a dona de casa Maria Irenildes Guimarães, buscar o conhecimento e ouvir mais sobre o assunto é muito importante para que todos se somem no apoio às mulheres vítimas de violência, principalmente ao tomar uma iniciativa para a denúncia. Entender os direitos da mulher também é uma forma de enfrentar o medo e se permitir ser livre em uma sociedade que ainda é muito machista.

"É muito importante essa campanha que vocês estão fazendo e que as pessoas entendam a importância de denunciar e procurar ajuda quando precisar. Que os órgãos municipais, estaduais e federais possam promover cada vez mais campanhas e que a mulher possa ter uma vida digna, sem medo de fazer o que quiser", completou.