Setembro Amarelo: atividades físicas contribuem para melhoria da saúde mental

Agência Aracaju de Notícias
04/09/2023 11h00

No mês do “Setembro Amarelo”, campanha que chama a atenção da sociedade para ações de conscientização sobre a prevenção do suicídio, a Prefeitura de Aracaju destaca a prática regular de atividades físicas como umas das formas de cuidar da saúde mental. Nesse sentido, a Secretaria da Juventude e do Esporte (Sejesp) oferta mais de 15 modalidades esportivas na Estação Cidadania - Esporte "Radialista Carlos Magno", centro poliesportivo localizado no bairro Bugio.

Pessoas que frequentam a Estação Cidadania relatam melhorias relacionadas à saúde mental e autoestima em decorrência da prática de atividades físicas no local. É o caso de Maria de Carvalho Souza, 55 anos, dona de um salão de beleza. Desde criança ela sofria com ansiedade. Ela conta que, após a separação matrimonial, precisava tomar medicamentos para dormir e controlar a ansiedade e sentia muitas dores no corpo e mau estar. Por recomendação médica, começou a praticar atividades físicas. 

Primeiro, relembra Maria, começou com caminhadas, acompanhada de amigas, até conhecer a Estação Cidadania. Desde então, pratica atividades físicas regularmente. “Tem três semanas que frequento a Estação Cidadania, e desde que entrei estou me sentindo outra mulher. Tenho dormido muito melhor, as dores que eu sentia também melhoraram. Tenho mais disposição para trabalhar. Para mim, estou cem por cento melhor do que antes. Abriu mais a minha mente e agora eu quero viver muito”, disse.

Quem também se beneficia das atividades na Estação Cidadania é a aposentada Eni Barreto Rodrigues, de 67 anos. Sua história de vida teve um grande revés após a perda do filho. A partir disso, ela desenvolveu depressão e vivia triste, angustiada e tomando medicamentos. Há cerca de um ano, ela passou a frequentar a Estação Cidadania e diz que tudo em sua vida melhorou.

“Venho às vezes duas vezes por dia. Faço zumba e outras atividades. Minha pressão arterial hoje está perfeita, meu físico está bem, minhas dores de joelho desapareceram, e acima de tudo, minha saúde mental está muito melhor”, diz.
 
Dona Eni ressalta que, com a prática de atividades físicas, os seus pensamentos passaram a ser mais positivos. “Aqui a gente se exercita fisicamente e mentalmente, a gente passa a ver a vida de outra forma. Depois que passei a frequentar a Estação, eu vi que não perdi meu filho, eu encaro de outra forma. Eu passei a aceitar melhor e agora eu estou vivendo muito bem. Tive bastante apoio dos professores, que conversaram muito comigo. hoje eu lembro do meu filho com alegria”, afirma.

Vontade de viver
Com 33 anos de idade, Juliete Vieira estava pesando 106 kg e evitava sair de casa, até mesmo para levar o filho à escola. Ela sofria de ansiedade e depressão, mas por indicação de uma amiga, há cerca de três meses passou a frequentar a Estação Cidadania. Juliete conta que o incentivo dos professores a ajudaram bastante, pois eles sempre conversam e mandam mensagem quando ela falta.
 
“Eles nos incentivam a participar e até tiram fotos da gente, para aumentar a nossa autoestima. Isso é muito bom para a gente. Em três meses de Estação Cidadania, já são três meses sem precisar tomar remédio para ansiedade e para depressão. Na primeira semana já parei de tomar [medicamentos]. Quem tem algum problema de saúde mental, não tem vontade de sair de casa. A gente tenta e não consegue. Mas os professores aqui nos ajudam muito, e isso faz toda a diferença. Posso dizer que hoje eu tenho vontade de viver”, enfatiza.

E o fato de Juliete praticar atividades físicas não mudou apenas a sua saúde mental, mas a ajudou também no âmbito familiar. “A qualidade de vida dos meus filhos também melhorou, pois antes eu nem saía com eles para brincar. E agora eu venho fazer atividades pela manhã, e vou com eles para a praça pela tarde. Agora eu sou outra mãe para eles, e outra mulher para meu marido, que me incentiva muito”, ressalta.

Professora na Estação Cidadania, Aysla Vanessa conta que a atividade física também foi crucial em sua vida, pois ela já passou por uma depressão pós-parto e foram as atividades que a ajudaram. "Isso foi tão bom para mim que eu tomei como uma profissão", frisa.
 
"Eu queria passar autoestima e bem-estar para as pessoas. A prática de atividade física faz com que a pessoa fique mais estimulada a fazer coisas que antes não fazia. Há também o instinto de superação, quando você vê que se superou em muitas coisas. Muita gente não tem essa oportunidade, e a Prefeitura de Aracaju, por meio da Sejesp, proporciona isso de uma maneira igual, com a mesma qualidade e excelência das academia particulares”, explica.