Projeto de futsal da Estação Cidadania tem revelado novos atletas da modalidade

Juventude e Esporte
30/08/2023 09h00

A rotina na Estação Cidadania - Esporte Radialista Carlos Magno, no bairro Bugio, tem aproximado, diariamente, crianças, jovens e adultos da prática esportiva, cumprindo sua função social de fazer do esporte um agente transformador da sociedade.

Para além disso, o espaço poliesportivo mantido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), tem revelado novos atletas e dado a eles a possibilidade de desenvolvimento no esporte.

Na edição 2023 da Taça Cidade de Aracaju de Futsal, realizada pela Sejesp em meados deste mês, três equipes da Estação Cidadania (sub 10, sub 12 e sub 14), formadas a partir das cinco turmas de futsal, que reúnem, em média, cerca 30 alunos cada, participaram pela primeira vez da competição. 

A estreia desses alunos em um evento oficial da modalidade trouxe um resultado bastante expressivo: o segundo lugar na categoria sub 10 do grupo amarelo. Para o projeto, essa medalha de prata tem valor significativo, visto que ele vem sendo desenvolvido há apenas quase dois anos e, até então, a maioria dessas crianças praticavam a modalidade como lazer.

Para o secretário da Sejesp, Sérgio Thiessen, "ver esses garotos crescendo no esporte nos deixa bastante satisfeitos, porque visualizamos o resultado do trabalho social da Prefeitura, da secretaria e da diretoria da Estação", frisa. "Aproximamos essas crianças da prática esportiva e, passado todo aprendizado, queremos que elas alcancem novos espaços. Nossa função é justamente apresentá-los a outras oportunidades por meio do esporte”, destaca o gestor.

Um dos atletas da equipe sub 10, do grupo amarelo, que chama a atenção pelo talento é Yuri Lima, de 9 anos. Não à toa, ele recebeu o prêmio de melhor goleiro. Diante da sua atuação, o diálogo com escolinhas de futsal da capital tem sido estreitado, a fim de que, tanto Yuri, quanto os demais garotos, possam ser encaminhados para elas.

O atleta, que faz aulas na Estação Cidadania desde o início do projeto e que não pensava em ser goleiro, mas se encontrou nessa posição, falou sobre o que a prática da modalidade tem lhe proporcionado. 

“Acho que eu posso me expressar. Aqui é uma escola, mas de atletas, porque tem muita disciplina e disciplina a gente tem que ter em todo lugar: em casa, no colégio”. O garoto ainda destaca o orgulho que sentiu ao ser eleito o melhor goleiro da Taça em sua categoria. “Eu vi que eu me esforcei, me saí bem e dei o meu melhor, mesmo ficando em segundo lugar”.

O pai de Yuri, Pedro Paulo Lima, conta sobre o sentimento ao ver filho recebendo esse reconhecimento. “Eu fico muito orgulhoso, emocionado. Chorei tanto. É muito gratificante, principalmente porque ele nem imaginava em ser goleiro e agora tá tendo esse destaque”.

Além disso, o pai do atleta relata como as aulas na Estação Cidadania contribuem para a educação do garoto em casa e na Emef Manoel Bomfim, do Bugio, onde ele estuda.

“Agora ele só tira nota azul, nunca mais tirou nota baixa. Até o comportamento dele melhorou muito na escola, porque a gente tem a agenda e sempre vem com nota dez”, diz o auxiliar de serviços gerais.

A equipe sub 14 da Estação não chegou à final, mas o período em que estiveram na competição serviu para apresentar alguns destaques. Entre eles, o atleta Kauã Ferreira, de 13 anos, que, após ter feito uma boa competição, foi convidado a fazer parte da equipe Esporte Clube DelRey, da capital.

Morador do Bugio e aluno desde as primeiras turmas, Kauã reconhece como importante o conhecimento adquirido no espaço poliesportivo. “Estar aqui tem sido uma grande oportunidade pra mim, por conta do desenvolvimento como atleta, como pessoa, aprendendo também sobre respeito, educação”, destaca.

Sempre acompanhando o filho e sendo um dos seus maiores incentivadores, Rinaldo Ferreira ressalta o processo de evolução de Kauã no projeto, além do destaque durante a competição e, agora, ao fazer parte de um clube da capital.

“Uma das coisas fundamentais que eu gostei, aqui, foi a disciplina, além de permitir a ele mais experiência, não só pra jogar futsal, mas futebol de campo e society. Para mim, foi importante saber que, entre tantos garotos que estavam disputando, meu filho foi destaque e não era algo que eu esperava”, afirma orgulhoso.

O projeto de futsal da Estação Cidadania tem à frente, atualmente, seis professores. Desses, dois foram responsáveis por comandar as equipes durante a competição: Adrian Barros e Jordano de Melo.

No ano passado, os professores optaram por não participar da competição, para que pudessem lapidar ainda mais os meninos. A decisão foi acertada e, nesta edição, colheram bons resultados.

O professor Adrian Barros comenta sobre o processo de aprendizado dos garotos até chegar à Taça. “Aos poucos, a gente foi situando eles. Muitos nunca tinham jogado futsal com regras e fundamentos, só brincadeira de rua. Agora, eles já estão, de certa forma, prontos, e entendem como funciona a dinâmica do jogo”.

Adrian ainda pontua a felicidade com a boa campanha e o reconhecimento que os garotos estão recebendo. “É muito satisfatório, porque nosso objetivo não é que o aluno permaneça aqui, a gente quer abrir novas portas. A Sejesp ofereceu essa oportunidade de eles terem aula de futsal, de treinarem numa quadra de qualidade e participarem de uma competição, mas também a oportunidade de, quem sabe, irem para algum clube, escolinha, participar de campeonatos federados, de poderem viajar, de terem essa experiência, uma projeção”, finaliza o técnico.